Rio de Janeiro – Imóvel à R. Ipiranga, nº 65/67


Imagem: Google Street View

O imóvel à R. Ipiranga, nº 65/67, no Rio de Janeiro-RJ, foi tombado por sua importância cultural para a cidade.

INEPAC – Instituto Estadual do Patrimônio Cultural
Nome Atribuído: Bens em Laranjeiras – Setor Histórico 3 – Rua Ipiranga, nº 15, 47, 49, 51, 53, 55, 59,65/67, 69, 73, 79, 115, 117, 119, 121, 123, 54, 78, 80, 82, 84, 86, 88, 92, 94, 96, 136, 138
Processo de Tombamento: E- 18/001.553/98
Localização: R. Ipiranga, nº 65/67 – Laranjeiras – Rio de Janeiro – RJ
Tombamento Provisório: 9/12/1998

Descrição: O presente tombamento é resultado de uma parceria com a comunidade de Laranjeiras, através de sua Associação de Moradores e Amigos – Amal, que remonta ao fim da década de 1970, com a luta pela salvaguardadas Casas Casadas. A Amal apresentou ao Inepac um minucioso estudo, solicitando o tombamento de um rico e diversificado conjunto de bens imóveis que sobreviveram ao intenso processo de transformação do bairro e cuja importância está relacionada à história da cidade. Incluem-se nesse grupo edifícios públicos e privados, institucionais, religiosos e residenciais, grandes e pequenos. São construções diversas que representam a cultura fluminense não por sua excepcionalidade, mas justamente por se consubstanciarem em exemplares da tipologia arquitetônica que caracteriza um padrão na ocupação do bairro. O tombamento enseja o reconhecimento e a preservação da escala e das relações espaciais e urbanas do conjunto.
Em meio a esse conjunto destacam-se alguns bens que são marcos da história do bairro de Laranjeiras e mesmo da cidade:

No setor histórico 1, destaca-se a casa art déco, da rua Mário Portela, nº 49.

No setor histórico 2, é especialmente notável o edifício do Instituto Nacional de Educação de Surdos. A instituição foi inaugurada em 1855 sob direção do professor francês Ernest Huet. Já sob a denominação de Instituto Imperial dos Surdos-Mudos, e sob os auspícios de D. Pedro II, transferiu-se para uma sede na ladeira do Livramento. Instalou-se na rua das Laranjeiras em 1881. Sendo insuficientes suas instalações para o grande número de alunos, é projetada nova sede pelo arquiteto Gustavo Lully, no ano de 1915, em majestoso estilo renascentista francês. A residência que foi do Conde Modesto Leal na rua das Laranjeiras, nº 304, é uma das casas mais bonitas do bairro. Foi projetada pelo italiano Antônio Jannuzzi, que se estabeleceu no Brasil a partir de 1874 e que se tornaria um dos mais importantes projetistas e construtores do início da República. A casa foi descrita em 1908 como tipo de construção que, “ao aspecto aristocrático, reúne uma graça irrepreensível de linhas artísticas […] nela harmoniosíssimas; a distribuição dos ornatos agradável e correta: colunas, pilastras, cornijas, modilhões, molduras, tudo se corresponde naturalmente”. Ainda no mesmo setor histórico fica o edifício eclético da rua das Laranjeiras, nº 308, que abrigou desde fevereiro de 1888 o antigo Instituto Pasteur, responsável pela vacinação preventiva da raiva onde foi realizada a primeira inoculação antirrábica no Brasil. Foi o primeiro Instituto Pasteur do mundo, estabelecido nove meses antes do de Paris. O instituto transferiu-se em 1910 para a rua das Marrecas, no Centro.

No setor histórico 3, o chafariz da praça São Salvador foi fabricado no estilo característico da época do imperador Napoleão III no Val d’Osne, região francesa famosa pelas fundições artísticas. Foi instalado na praça no começo da década de 1960.A Escola Senador Corrêa, na esquina das ruas Senador Corrêa e Esteves Júnior, inaugurada em 1874, foi a terceira das escolas construídas pela Associação Promotora da Instrução, criada pelo senador do Império Manuel Francisco Corrêa.Os mais de setecentos sócios da associação contribuíam com vultosas somas para a causada educação. A primeira escola construída foi em Vila Isabel, e a segunda, em São Cristóvão. Consta que a princesa Isabel lecionou prendas domésticas para as meninas dessa escola.

No setor histórico 4, fica a igreja Matriz de Nossa Senhora da Glória. O projeto de 1842 é do engenheiro alemão Júlio Frederico Koeler e do arquiteto francês Charles Philippe Garçon Rivière. O exterior, estritamente neoclássico, lembra a composição dos templos dedicados aos deuses da antiga Roma reabilitada pela Revolução Francesa conforme o espírito do Iluminismo. O aspecto pagão mereceu críticas ao ser concluída a igreja em 1872. Não muito depois de inaugurada, à igreja foi acrescida uma torre sineira. O interior não foi construído conforme o projeto original, mas sofreu alterações que resultaram num tipo ingênuo e tosco de barroco tardio.As rotundas laterais foram construídas no decênio de 1930. O alto-relevo no tímpano do frontão, assinado pelo artista espanhol Francisco Mutido, representa a Assunção e Coroação de Nossa Senhora.
Fonte: Inepac.

CONJUNTO:
Rio de Janeiro – Bens em Laranjeiras

MAIS INFORMAÇÕES:
Inepac


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