Santa Maria – Fábrica de Sabão
A Fábrica de Sabão foi tombada pela Prefeitura Municipal de Santa Maria-RS por sua importância cultural para a cidade.
IPHAE – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado
Nome Atribuído: Sítio Ferroviário de Santa Maria
Localização: Praça Procópio Ferreira, nº 86 – Santa Maria-RS
Número do Processo: 000548-11.00/99.8
Portaria de Tombamento: 30/00
Livro Tombo Histórico: Inscr. Nº 85, de 22/11/2000
Publicação no Diário Oficial: 14/11/2000
IPLAN/SM – Instituto de Planejamento de Santa Maria
COMPHIC – Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural de Santa Maria
Nome Atribuído: Fábrica de Sabão
Localização: R. José do Patrocínio, n° 26 – Centro – Santa Maria-RS
Resolução de Tombamento: Lei Municipal n° 4009-1996 e Decreto n° 285-2000
Descrição: Gerenciada por Manoel Ribas até 1920, a Cooperativa foi responsável pela criação da Escola de Artes e Ofícios – seção masculina (1918-1921), mais tarde Escola Industrial Hugo Taylor (1943), Escola Santa Teresinha – seção feminina (1927-1930), atual Colégio Estadual Manoel Ribas, Hospital Casa de Saúde (1931-1933), farmácia (1917), que é um dos prédios de intervenção do futuro projeto arquitetônico da autora, açougue (1920), padaria e fábrica de bolachas (1962), depósitos e instituições administradas pela Cooperativa, além de alfaiataria, fábrica de sabão, torrefação e moagem de café (SCHLEE, 2001).
Portanto, a Cooperativa, além de garantir a saúde dos cooperados e dependentes, se destacou na área de educação com as escolas instaladas em Santa Maria e ao longo da ferrovia, com as chamadas escolas turmeiras. Esse projeto teve início com o Irmão Marista Estanislau José que chefou o Departamento de Ensino e Educação da Cooperativa de Consumo dos Empregados da V.F.R.G.S de 1932 a 1967. Além das escolas, o Irmão Estanislau foi o precursor no plantio da soja, entregando parte da colheita para a implementação da refeição das crianças ferroviárias ao longo da linha férrea, e se preocupou em fornecer para elas leite vindo de cabras compradas com doações e empréstimos. Por essa razão, ele era chamado de “Padre das cabras” (RIO GRANDE DO SUL, 2002).
A Cooperativa, seus cooperados e as Escolas ligadas a ela produziam quase tudo que era vendido na cidade. Na Escola Santa Terezinha, atual Manoel Ribas, as Irmãs Franciscanas ensinavam, inspiradas nas escolas francesas, disciplinas profssionalizantes, como culinária, corte e bordado, economia doméstica e música, além das matérias tradicionais (BELTRAME, 2001).
Na Escola Industrial Hugo Taylor (Figura 6), edifcada na avenida Rio Branco, foram ensinadas, além das matérias ofciais, marcenaria, Máquinas e Instalações Elétricas e Mecânica de Máquinas (SOUZA,1958). Por essa razão, os alunos que concluíam cursos nestas áreas tinham emprego garantido em alguns Estados da Federação, e os produtos produzidos por eles, como móveis e vestuário, davam facilidade na aquisição de bens pelos cooperados. Na década de 1915 a 1925, foram importados da Europa, através da Cooperativa, tecidos da Inglaterra, vinhos, jornais e perfumes da França, relógios da Suíça, além da marca Tissot ou Omega (DOMINGUES, 2013).
Fonte: Marina de Alcântara.
Descrição: O sítio tombado contém os seguintes prédios: Estação Férrea; Colégio Manoel Ribas; Vila Belga – 40 casas geminadas (80 moradias) e prédios da COOPFER (Cooperativa dos Funcionários da Ferrovia).
A implantação do sistema ferroviário foi fator fundamental no desenvolvimento econômico, social e cultural do interior do Rio Grande do Sul no final do século 19. A cidade de Santa Maria, no processo de expansão do sistema ferroviário do Rio Grande do Sul, ganhou importância dentro da malha ferroviária gaúcha e, ao final do século 19, já comandava o tráfego dos trens que cortavam o Estado. Por sua posição privilegiada, localizada na região central do Rio Grande do. Sul, tornou-se o ponto de cruzamento de todas as linhas férreas e chegou a sediar a Diretoria da Compagnie Auxiliaire des Chemins de Fer au Brésil, a companhia belga que em 1898 arrendara a rede ferroviária gaúcha.
Embora o trecho ferroviário entre Porto Alegre e Uruguaiana tenha sido inaugurado em 1885, o prédio original da Estação de Santa Maria (sobrado central) foi construído somente 15 anos depois, em 1900 aproximadamente. A Estação Santa Maria foi construída em terreno doado por Ernesto Beck e provavelmente já estivesse pronta em 1885, embora o pesquisador local Antonio Isaia aponte o ano de 1900 como o de sua inauguração.
Inicialmente existiu apenas a edificação central de dois pavimentos e um anexo térreo a leste, que já não existe mais. No começo da década de 1920, já com a VFRGS na administração da rede ferroviária, foi construída a plataforma coberta para embarque e desembarque de passageiros. Alguns anos depois foram construídos os armazéns da ala oeste e modificados os existentes na parte leste do núcleo central. Ao longo dos anos várias outras modificações foram feitas. Em 1923, um incêndio destruiu os escritórios da VFRGS e, em 1926, houve uma explosão de bomba. Nos últimos anos em que a estação esteve desativada, houve outros incêndios.
Em 1907 (data mais provável) foi inaugurada a Vila Belga, para alojar os funcionários da Auxiliaire. A cidade passou por uma fase de grande desenvolvimento na área da educação e de um forte movimento sindical. Em 1913 foi fundado o Sindicato Cooperativista dos Empregados da VFRGS. O atual Colégio Estadual Manoel Ribas foi inaugurado em 1930, como escola de artes e ofícios voltada para a educação feminina. O prédio foi restaurado em 1997.
O tráfego de passageiros foi extinto no início da década de 1980. Alguns dos espaços da Estação foram alugados ou cedidos às empresas atacadistas ainda usuárias do transporte ferroviário. Após a privatização da RFFSA, em 1997, o prédio da Estação Santa Maria ficou em estado de abandono. Em 1999 houve novo incêndio. Neste mesmo ano foi firmado convênio com a prefeitura para o uso da Estação. A Mancha Ferroviária foi tombada pelo município em 24.08.2000, pelo decreto 285/00.
Fonte: Iphae.
CONJUNTO:
Santa Maria – Sítio Ferroviário
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