Santa Maria – Sítio Ferroviário


Imagem: Iphae

O Sítio Ferroviário de Santa Maria-RS foi tombado nas três instâncias por sua importância histórica municipal, estadual e nacional.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Patrimônio Cultural Ferroviário

Nome Atribuído: Terreno com área de 1.736,92m² e benfeitorias com 799,00m²; Edifício do Centro de Formação Profissional; Prédio da Antiga Estação Ferroviária de Santa Maria; Área de 1735,15 m², na Rua Manuel Ribas, 1213, em Santa Maria/ Rs / com benfeitoria de NBP n° 6201772-0 com 1.485,93 m², antiga sede da Associação dos Empregados da Viação Férrea
Localização: Santa Maria-RS
Decreto de Tombamento: Lei nº 11.483/07 e Portaria IPHAN nº 407/2010

IPHAE – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado
Nome Atribuído: Sítio Ferroviário de Santa Maria
Localização: Praça Procópio Ferreira, nº 86 – Santa Maria-RS
Número do Processo: 000548-11.00/99.8
Portaria de Tombamento: 30/00
Livro Tombo Histórico: Inscr. Nº 85, de 22/11/2000
Publicação no Diário Oficial: 14/11/2000

IPLAN/SM – Instituto de Planejamento de Santa Maria
COMPHIC – Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural de Santa Maria
Portaria de Tombamento: Leis Municipais n° 3929-1995 e n° 4506-2002, Decretos n° 161-1997 e n° 024-2003

Descrição: O sítio tombado contém os seguintes prédios: Estação Férrea; Colégio Manoel Ribas; Vila Belga – 40 casas geminadas (80 moradias) e prédios da COOPFER (Cooperativa dos Funcionários da Ferrovia).
A implantação do sistema ferroviário foi fator fundamental no desenvolvimento econômico, social e cultural do interior do Rio Grande do Sul no final do século 19. A cidade de Santa Maria, no processo de expansão do sistema ferroviário do Rio Grande do Sul, ganhou importância dentro da malha ferroviária gaúcha e, ao final do século 19, já comandava o tráfego dos trens que cortavam o Estado. Por sua posição privilegiada, localizada na região central do Rio Grande do. Sul, tornou-se o ponto de cruzamento de todas as linhas férreas e chegou a sediar a Diretoria da Compagnie Auxiliaire des Chemins de Fer au Brésil, a companhia belga que em 1898 arrendara a rede ferroviária gaúcha.
Embora o trecho ferroviário entre Porto Alegre e Uruguaiana tenha sido inaugurado em 1885, o prédio original da Estação de Santa Maria (sobrado central) foi construído somente 15 anos depois, em 1900 aproximadamente. A Estação Santa Maria foi construída em terreno doado por Ernesto Beck e provavelmente já estivesse pronta em 1885, embora o pesquisador local Antonio Isaia aponte o ano de 1900 como o de sua inauguração.
Inicialmente existiu apenas a edificação central de dois pavimentos e um anexo térreo a leste, que já não existe mais. No começo da década de 1920, já com a VFRGS na administração da rede ferroviária, foi construída a plataforma coberta para embarque e desembarque de passageiros. Alguns anos depois foram construídos os armazéns da ala oeste e modificados os existentes na parte leste do núcleo central. Ao longo dos anos várias outras modificações foram feitas. Em 1923, um incêndio destruiu os escritórios da VFRGS e, em 1926, houve uma explosão de bomba. Nos últimos anos em que a estação esteve desativada, houve outros incêndios.
Em 1907 (data mais provável) foi inaugurada a Vila Belga, para alojar os funcionários da Auxiliaire. A cidade passou por uma fase de grande desenvolvimento na área da educação e de um forte movimento sindical. Em 1913 foi fundado o Sindicato Cooperativista dos Empregados da VFRGS. O atual Colégio Estadual Manoel Ribas foi inaugurado em 1930, como escola de artes e ofícios voltada para a educação feminina. O prédio foi restaurado em 1997.
O tráfego de passageiros foi extinto no início da década de 1980. Alguns dos espaços da Estação foram alugados ou cedidos às empresas atacadistas ainda usuárias do transporte ferroviário. Após a privatização da RFFSA, em 1997, o prédio da Estação Santa Maria ficou em estado de abandono. Em 1999 houve novo incêndio. Neste mesmo ano foi firmado convênio com a prefeitura para o uso da Estação. A Mancha Ferroviária foi tombada pelo município em 24.08.2000, pelo decreto 285/00.
Fonte: IPHAE.

Histórico das ferrovias no Brasil: A história das ferrovias no Brasil inicia-se em 30 de abril de 1854, com a inauguração, por D. Pedro II, do primeiro trecho de linha, a Estrada de Ferro Petrópolis, ligando Porto Mauá à Fragoso, no Rio de Janeiro, com 14 km de extensão. Mas a chegada da via à Petrópolis, transpondo a Serra do Mar, ocorreu somente em 1886.
Em São João del Rei (MG), o Museu Ferroviário preserva a história da antiga Estrada de Ferro Oeste de Minas, criada em 1872. Seu percurso ligava a cidade de Sítio (atual Antônio Carlos) à Estrada de Ferro D. Pedro II (posteriormente, Central do Brasil), partindo daí para São João del Rei. Com novas concessões, a ferrovia Oeste de Minas se estendeu a outras cidades e ramais, alcançando, em 1894, um percurso total de 684 km, e foi considerada a primeira ferrovia brasileira de pequeno porte.
As dificuldades e desafios para implantar estradas de ferro no Brasil eram muitos. Procurando atrair investidores, o governo implantou um sistema de concessões, que se tornou característico da política de infra-estrutura do período imperial. Entre o final do século XIX e início do século XX os recursos, sobretudo dos britânicos, alavancaram a construção de linhas férreas.
A expansão ferroviária, além de propiciar a entrada de capital estrangeiro no país, tinha, também, o objetivo de incentivar a economia exportadora. Desta forma, as primeiras linhas interligaram os centros de produção agrícola e de mineração aos portos diretamente, ou vencendo obstáculos à navegação fluvial. Vários planos de viação foram elaborados na tentativa de integrar a malha ferroviária e ordenar a implantação dos novos trechos. Entretanto, nenhum deles logrou êxito em função da política de concessões estabelecida pelo governo brasileiro.
Fonte: Iphan.

Patrimônio Ferroviário: A Lei 11.483, de 31 de maio de 2007, atribuiu ao Iphan a responsabilidade de receber e administrar os bens móveis e imóveis de valor artístico, histórico e cultural, oriundos da extinta Rede Ferroviária Federal SA (RFFSA), bem como zelar pela sua guarda e manutenção. Desde então o Instituto avalia, dentre todo o espólio oriundo da extinta RFFSA, quais são os bens detentores de valor histórico, artístico e cultural.
O patrimônio ferroviário oriundo da RFFSA engloba bens imóveis e móveis, incluindo desde edificações como estações, armazéns, rotundas, terrenos e trechos de linha, até material rodante, como locomotivas, vagões, carros de passageiros, maquinário, além de bens móveis como mobiliários, relógios, sinos, telégrafos e acervos documentais. Segundo inventário da ferrovia, são mais de 52 mil bens imóveis e 15 mil bens móveis, classificados como de valor histórico pelo Programa de Preservação do Patrimônio Histórico Ferroviário (Preserfe), desenvolvido pelo Ministério dos Transportes, instituição até então responsável pela gestão da RFFSA.
A gestão desse acervo constitui uma nova atribuição do Iphan e, para responder à demanda, foi instituída a Lista do Patrimônio Cultural Ferroviário, por meio da Portaria Iphan nº 407/2010, com 639 bens inscritos até 15 de dezembro de 2015. Para inscrição na Lista, os bens são avaliados pela equipe técnica da Superintendência do Estado onde estão localizados e, posteriormente, passam por apreciação da Comissão de Avaliação do Patrimônio Cultural Ferroviário (CAPCF), cuja decisão é homologada pela Presidência do Iphan.
Os bens não operacionais são transferidos ao Instituto, enquanto bens operacionais continuam sob responsabilidade do DNIT, que atua em parceria com o Iphan visando à preservação desses bens. Esse procedimento aplica-se, exclusivamente, aos bens oriundos do espólio da extinta RFFSA. Os bens que não pertenciam à Rede, quando de sua extinção, não são enquadrados nessa legislação, podendo, entretanto, ser objeto de Tombamento (Decreto Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, aplicado a bens móveis e imóveis), ou ao Registro (Decreto nº 3.551, de 4 de agosto de 2000, aplicado ao Patrimônio Cultural Imaterial).
Fonte: Iphan.

FOTOS:

CONJUNTO:
Patrimônio cultural ferroviário IPHAN

CONJUNTO IPLAN:
Santa Maria – Casa da Vila Belga à R. André Marques, n° 167
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. André Marques, n° 111
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. André Marques, n° 119
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. André Marques, n° 129
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. André Marques, n° 137
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. André Marques, n° 147
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. André Marques, n° 15
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. André Marques, n° 157
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. André Marques, n° 31
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. André Marques, n° 45
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. André Marques, n° 61
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. André Marques, n° 73
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. André Marques, n° 89
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Cel. Ernesto Beck, n° 1990
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Cel. Ernesto Beck, n° 1992
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Cel. Ernesto Beck, n° 2008
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Cel. Ernesto Beck, n° 2010
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Cel. Ernesto Beck, n° 2024
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Cel. Ernesto Beck, n° 2026
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Cel. Ernesto Beck, n° 2042
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Cel. Ernesto Beck, n° 2045
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Cel. Ernesto Beck, n° 2046
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Cel. Ernesto Beck, n° 2055
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Cel. Ernesto Beck, n° 2059
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Cel. Ernesto Beck, n° 2060
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Cel. Ernesto Beck, n° 2062
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Cel. Ernesto Beck, n° 2071
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Cel. Ernesto Beck, n° 2075
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Cel. Ernesto Beck, n° 2076
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Cel. Ernesto Beck, n° 2078
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Cel. Ernesto Beck, n° 2085
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Cel. Ernesto Beck, n° 2102
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Cel. Ernesto Beck, n° 2103
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Cel. Ernesto Beck, n° 2112
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Cel. Ernesto Beck, n° 2113
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Cel. Ernesto Beck, n° 2116
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Cel. Ernesto Beck, n° 2117
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Cel. Ernesto Beck, n° 2126
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Cel. Ernesto Beck, n° 2127
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Cel. Ernesto Beck, n° 2130
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Cel. Ernesto Beck, n° 2140
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Cel. Ernesto Beck, n° 2141
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Cel. Ernesto Beck, n° 2145
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Cel. Ernesto Beck, n° 2155
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Cel. Ernesto Beck, n° 245
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Dr. Wauthier, n° 14
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Dr. Wauthier, n° 140
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Dr. Wauthier, n° 141
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Dr. Wauthier, n° 150
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Dr. Wauthier, n° 151
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Dr. Wauthier, n° 18
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Dr. Wauthier, n° 28
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Dr. Wauthier, n° 32
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Dr. Wauthier, n° 4
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Dr. Wauthier, n° 42
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Manoel Ribas, n° 1907
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Manoel Ribas, n° 1919
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Manoel Ribas, n° 1923
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Manoel Ribas, n° 1924
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Manoel Ribas, n° 1935
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Manoel Ribas, n° 1938
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Manoel Ribas, n° 1942
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Manoel Ribas, n° 1943
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Manoel Ribas, n° 1945
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Manoel Ribas, n° 1954
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Manoel Ribas, n° 1958
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Manoel Ribas, n° 1961
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Manoel Ribas, n° 1963
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Manoel Ribas, n° 1972
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Manoel Ribas, n° 1976
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Manoel Ribas, n° 1979
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Manoel Ribas, n° 1981
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Manoel Ribas, n° 1990
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Manoel Ribas, n° 1991
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Manoel Ribas, n° 1994
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Manoel Ribas, n° 2005
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Manoel Ribas, n° 2008
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Manoel Ribas, n° 2009
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Manoel Ribas, n° 2012
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Manoel Ribas, n° 2021
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Manoel Ribas, n° 2024
Santa Maria – Casa Geminada da Vila Belga à R. Manoel Ribas, n° 2030
Santa Maria – Clube da Vila Belga
Santa Maria – Colégio Estadual Manoel Ribas
Santa Maria – Cooperativa dos Empregados da Viação Férrea
Santa Maria – Antigos Depósitos da RFFSA
Santa Maria – Fábrica de Sabão
Santa Maria – Gare da Viação Férrea

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2 comments

  1. Desejo saber onde se encontra um viaduto ferroviário em Santa Maria, na SUBIDA DA SERRA.
    FOI CONSTRUÍDO ENTRE 1960 E 1965.
    O VIADUTO É METÁLICO, ATIRANTADO POR BAIXO, um novo tipo de estrutura metálica igual ao do Viaduto da Mula Preta!
    Este viaduto ferroviário foi calculado pelo eng, Athos Stern, calculista estrutural da VFRGS – Rede Ferroviária Federal SA.

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