Seritinga – Antiga Estação Ferroviária
A Antiga Estação Ferroviária foi tombada pela Prefeitura Municipal de Seritinga-MG por sua importância cultural para a cidade.
IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Patrimônio Cultural Ferroviário
Nome Atribuído: Prédio da Estação Ferroviária de Seritinga
Localização: Seritinga-MG
Decreto de Tombamento: Lei nº 11.483/07 e Portaria IPHAN nº 407/2010
Prefeitura Municipal de Seritinga-MG
Nome atribuído: Prédio da antiga Estação Ferroviária
Localização: Seritinga-MG
Histórico do município: No ano de 1908, com o avanço da Rede Mineira de Viação (atualmente RFFSA), que ligou Barra do Piraí (RJ) a Soledade de Minas (MG), foi construída no município de Aiuruoca uma pequena estação ferroviária, tendo sido inaugurada em 1910 com o nome de Bueno Brandão. Ficou encarregado da construção o senhor Nicola Bianco, que permaneceu na localidade servindo como agente de correio.
A partir de então, forasteiros e famílias provenientes das mais diversas regiões do país e do mundo, ali foram se estabelecendo. Em poucos anos o pequeno povoado já contava com mais de 20 famílias estabelecidas. Em 1912 foi instalado o primeiro comércio de Bueno Brandão, a Casa Ribeiro.
No início da década de 20, já se celebrava o dia de São Sebastião. Em 1924 foi erguida uma capela para abrigar a imagem de São João Batista, trazida da Itália a pedido do Sr. Nicola Bianco e a partir de então se comemora, todos os anos, o dia do Santo Padroeiro da cidade. Em 5 de julho de 1953, após a criação do município de Serranos, a localidade foi elevada à categoria de distrito, com a denominação de Seritinga.
Através da Lei Estadual nº. 2.764, datada de 30 de dezembro de 1962, o então governador, Doutor José Magalhães de Pinto, assinou a Lei Estadual nº. 2464, que elevou o distrito à categoria de cidade, com seu território desmembrado de Serranos. Em primeiro de maio de 1963, onze anos após, por ordem do Exmo. Juiz de Direito da Comarca de Aiuruoca, Seritinga foi dotada de autonomia, transformada em cidade, sendo seu primeiro Intendente o Sr. Getúlio de Castro Vidigal.
Fonte: Prefeitura Municipal.
Histórico das ferrovias no Brasil: A história das ferrovias no Brasil inicia-se em 30 de abril de 1854, com a inauguração, por D. Pedro II, do primeiro trecho de linha, a Estrada de Ferro Petrópolis, ligando Porto Mauá à Fragoso, no Rio de Janeiro, com 14 km de extensão. Mas a chegada da via à Petrópolis, transpondo a Serra do Mar, ocorreu somente em 1886.
Em São João del Rei (MG), o Museu Ferroviário preserva a história da antiga Estrada de Ferro Oeste de Minas, criada em 1872. Seu percurso ligava a cidade de Sítio (atual Antônio Carlos) à Estrada de Ferro D. Pedro II (posteriormente, Central do Brasil), partindo daí para São João del Rei. Com novas concessões, a ferrovia Oeste de Minas se estendeu a outras cidades e ramais, alcançando, em 1894, um percurso total de 684 km, e foi considerada a primeira ferrovia brasileira de pequeno porte.
As dificuldades e desafios para implantar estradas de ferro no Brasil eram muitos. Procurando atrair investidores, o governo implantou um sistema de concessões, que se tornou característico da política de infra-estrutura do período imperial. Entre o final do século XIX e início do século XX os recursos, sobretudo dos britânicos, alavancaram a construção de linhas férreas.
A expansão ferroviária, além de propiciar a entrada de capital estrangeiro no país, tinha, também, o objetivo de incentivar a economia exportadora. Desta forma, as primeiras linhas interligaram os centros de produção agrícola e de mineração aos portos diretamente, ou vencendo obstáculos à navegação fluvial. Vários planos de viação foram elaborados na tentativa de integrar a malha ferroviária e ordenar a implantação dos novos trechos. Entretanto, nenhum deles logrou êxito em função da política de concessões estabelecida pelo governo brasileiro.
Fonte: Iphan.
Patrimônio Ferroviário: A Lei 11.483, de 31 de maio de 2007, atribuiu ao Iphan a responsabilidade de receber e administrar os bens móveis e imóveis de valor artístico, histórico e cultural, oriundos da extinta Rede Ferroviária Federal SA (RFFSA), bem como zelar pela sua guarda e manutenção. Desde então o Instituto avalia, dentre todo o espólio oriundo da extinta RFFSA, quais são os bens detentores de valor histórico, artístico e cultural.
O patrimônio ferroviário oriundo da RFFSA engloba bens imóveis e móveis, incluindo desde edificações como estações, armazéns, rotundas, terrenos e trechos de linha, até material rodante, como locomotivas, vagões, carros de passageiros, maquinário, além de bens móveis como mobiliários, relógios, sinos, telégrafos e acervos documentais. Segundo inventário da ferrovia, são mais de 52 mil bens imóveis e 15 mil bens móveis, classificados como de valor histórico pelo Programa de Preservação do Patrimônio Histórico Ferroviário (Preserfe), desenvolvido pelo Ministério dos Transportes, instituição até então responsável pela gestão da RFFSA.
A gestão desse acervo constitui uma nova atribuição do Iphan e, para responder à demanda, foi instituída a Lista do Patrimônio Cultural Ferroviário, por meio da Portaria Iphan nº 407/2010, com 639 bens inscritos até 15 de dezembro de 2015. Para inscrição na Lista, os bens são avaliados pela equipe técnica da Superintendência do Estado onde estão localizados e, posteriormente, passam por apreciação da Comissão de Avaliação do Patrimônio Cultural Ferroviário (CAPCF), cuja decisão é homologada pela Presidência do Iphan.
Os bens não operacionais são transferidos ao Instituto, enquanto bens operacionais continuam sob responsabilidade do DNIT, que atua em parceria com o Iphan visando à preservação desses bens. Esse procedimento aplica-se, exclusivamente, aos bens oriundos do espólio da extinta RFFSA. Os bens que não pertenciam à Rede, quando de sua extinção, não são enquadrados nessa legislação, podendo, entretanto, ser objeto de Tombamento (Decreto Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, aplicado a bens móveis e imóveis), ou ao Registro (Decreto nº 3.551, de 4 de agosto de 2000, aplicado ao Patrimônio Cultural Imaterial).
Fonte: Iphan.
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Manual Técnico do Patrimônio Ferroviário