Betim – Casa de Cultura Josephina Bento
A edificação da Casa da Cultura é a mais antiga da cidade de Betim. Sua construção se deu no século XVIII pelos primeiros moradores da cidade.
Prefeitura Municipal de Betim-MG
Nome atribuído: Casa de Cultura Josephina Bento
Localização: Av. Padre Osório Braca, nº 149 – Praça Milton Campos, s/n e R. Cônego Domingo Martins, nº 246 – Centro Antigo de Capela Nova – Betim-MG
Decreto de Tombamento: Deliberação: 13/02/1998. Inscrição no Livro do Tombo nº IV. Publicado no “Minas Gerais – Diário do Executivo, Legislativo e publicações de terceiros”: – 06/04/1998
Dossiê de Tombamento
Descrição: A edificação que serve de sede à Casa da Cultura é considerada a mais antiga da cidade de Betim. Segundo avaliação do IEPHA e outras fontes, sua construção se deu no século XVIII, o que significa que a mesma foi edificada pelos primeiros moradores da cidade. Situada próxima à antiga matriz de Nossa Senhora do Carmo, já demolida, presume-se que sua construção se deu no mesmo período da igreja. Segundo o historiador Geraldo Fonseca (1975, p. 60), o pedido para a construção de uma capela para a devoção de Nossa Senhora do Monte do Carmo partiu dos moradores da região de Bandeirinhas em 1753, sendo atendido em 1754, quando, graças a construção da igreja, surgiu o arraial de Capela Nova de Betim. A casa foi edificada nessa segunda metade do século XVIII, em pau-a-pique (pau e estrume de vaca), e traz as marcas das construções da época dos bandeirantes.
A casa foi usada a princípio como pousada de tropeiros que vinham de Goiás e São Paulo em direção à Sabará e outros centros de mineração. Segundo a geógrafa Terezinha Assis (1997, p. 11) a posição estratégica do então arraial, situado entre a região mineradora do Rio das Velhas e as minas de Pitangui, fez com que um posto de troca das tropas fosse instalado no local, além de favorecer o desenvolvimento agrícola como fonte de abastecimento das áreas de mineração. Em 1766 aproximadamente, Capela Nova era quartel de uma das Companhias do Primeiro Regimento da Cavalaria Auxiliar de Sabará . Anos depois, após 1781, foi criado o Regimento de Infantaria da Capela Nova do Betim, extinto em 1788, por decreto da Rainha Maria I.
Ao longo da história, a edificação recebeu outros usos, sempre comerciais, pelo que podemos notar. Por último, foi utilizada como mercearia. Em 1984, o imóvel foi desapropriado pela Prefeitura, já tendo em vista a instalação em seus domínios da Casa da Cultura. A restauração do prédio se deu em 1986, num sistema de vedação em pau-apique apoiado em embasamento de pedras, preservando assim suas características originais. Em maio de 1987, foi inaugurada como Casa da Cultura Josephina Bento, em homenagem a uma das primeiras professoras da cidade, Josephina Bento da Costa.
A Casa da Cultura representa hoje o local onde se realiza os principais eventos culturais de Betim, tais como: exposições individuais e coletivas de artistas plásticos, lançamento de livros, apresentações musicais (nos quintais da Casa), palestras, etc. Em suas dependências são ministrados uma série de cursos sob a administração da Fundação Cultural de Betim (Funarbe), tais como: piano, violão, clarinete, saxofone, flauta, capoeira, coral infantil e adulto, iniciação musical e outros. Além disso, nela está exposto um significativo acervo, reunindo peças da história do município e do Estado, fazendo dela espaço de conservação da memória betinense.
Descrição e análise do bem cultural: Localizado numa esquina e voltado para a praça, a edificação possui, como era usual, estrutura autônoma de madeira, com cunhais aparentes. O partido quadrangular eleva-se acima do passeio público através de alicerces de pedras. Também em pedra são as diversas escadas que dão acesso à edificação que se explicam pelo primitivo uso comercial dado à mesma.
A cobertura em quatro águas, telhas curvas e beirais em cachorrada, apresenta caimento proporcional à volumetria do único pavimento.
Nas fachadas predominam as linhas horizontais e os cheios em relação aos vazados. Os vãos, ordenados ritmicamente, recebem enquadramento em madeira com vergas alteadas e folhas do tipo calha.
O terreno aos fundos possui grande número de árvores frutíferas, contribuindo para o embelezamento do entorno.
Ao longo da história, foi se modificando o uso original, mantendo no entanto a edificação seu caráter comercial. Nos anos 70 e início dos 80, foi utilizada como mercearia. Na ficha do IPAC-IEPHA, datada de 1982, consta a seguinte informação: “A edificação utilizada para fins comerciais está recebendo projeto de restauração pelo IEPHA/MG em convênio com a Prefeitura de Betim. Encontra-se em precário estado de conservação, correndo o risco potencial de desabamento.” Em 1984, finalmente, o imóvel foi desapropriado pela Prefeitura, já tendo em vista a instalação em seus domínios da Casa da Cultura. A restauração do prédio se deu em 1986, num sistema de vedação em pau-a-pique apoiado em embasamento de pedras, preservando assim suas características originais. Em maio de 1987, foi inaugurada como Casa da Cultura Josephina Bento, em homenagem a uma das primeiras professoras da cidade, Josephina Bento da Costa.
Quanto ao estado de conservação, este é bom, tendo hoje a edificação um amplo e variado uso, com a realização de uma série de atividades culturais em seu espaço, tais como exposições, palestras, oficinas, entre outros.
Histórico: A edificação em questão, em cujas dependência funciona hoje a “Casa de Cultura Josephina Bento”, localiza-se à praça Milton Campos, praça onde se encontrava a antiga matriz da cidade, demolida em 1969. Esta parte elevada da cidade constituiu o centro do núcleo original do povoado até o início do século, quando a construção da ferrovia que acompanhou o vale do Riacho das Areias e o Betim deslocou o eixo do crescimento do Arraial para a direção Norte. Segundo a geógrafa Terezinha Assis, prova dessa centralidade estaria já na própria situação da “Igreja Velha” (antiga Matriz de Nossa Senhora do Carmo), “edificada com a frente voltada para o sul (Bandeirinha) e de costa para o centro da cidade”.15(Fotos 34 e 35) Assim, aquela praça apresentava um interessante conjunto de casas tradicionais, que ainda se mantinha nos anos 70, como pode ser comprovado pelo registro que delas fez o IPAC realizado pelo IEPHA.
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A casa foi usada a princípio como pousada de tropeiros que vinham de Goiás e São Paulo em direção à Sabará e outros centros de mineração. Segundo a geógrafa Terezinha Assis (1997, p. 11) a posição estratégica do então arraial, situado entre a região mineradora do Rio das Velhas e as minas de Pitangui, fez com que um posto de troca das tropas fosse instalado no local, além de favorecer o desenvolvimento agrícola como fonte de abastecimento das áreas de mineração. Em 1766 aproximadamente, Capela Nova era quartel de uma das Companhias do Primeiro Regimento da Cavalaria Auxiliar de Sabará . Anos depois, após 1781, foi criado o Regimento de Infantaria da Capela Nova do Betim, extinto em 1788, por decreto da Rainha Maria I.
Ao longo da história, a edificação recebeu outros usos, sempre comerciais, pelo que podemos notar. Por último, foi utilizada como mercearia. Em 1984, o imóvel foi desapropriado pela Prefeitura, já tendo em vista a instalação em seus domínios da Casa da Cultura. A restauração do prédio se deu em 1986, num sistema de vedação em pau-apique apoiado em embasamento de pedras, preservando assim suas características originais. Em maio de 1987, foi inaugurada como Casa da Cultura Josephina Bento, em homenagem a uma das primeiras professoras da cidade, Josephina Bento da Costa.
A Casa da Cultura representa hoje o local onde se realiza os principais eventos culturais de Betim, tais como: exposições individuais e coletivas de artistas plásticos, lançamento de livros, apresentações musicais (nos quintais da Casa), palestras, etc. Em suas dependências são ministrados uma série de cursos sob a administração da Fundação Cultural de Betim (Funarbe), tais como: piano, violão, clarinete, saxofone, flauta, capoeira, coral infantil e adulto, iniciação musical e outros. Além disso, nela está exposto um significativo acervo, reunindo peças da história do município e do Estado, fazendo dela espaço de conservação da memória betinense.
Fonte: Funarbe.
Prefeitura Municipal de Betim-MG
Nome atribuído: Acervo da Antiga Matriz e do Padre Osório Braga
Localização: Casa de Cultura Josephina Bento – Av. Padre Osório Braca, nº 149 – Praça Milton Campos, s/n e R. Cônego Domingo Martins, nº 246 – Centro Antigo de Capela Nova – Betim-MG
Descrição: O Acervo de Bens Móveis atribuídos a Padre Osório de Oliveira Braga é constituído por 32 peças, sendo elas alfaias litúrgicas e objetos pessoais do Padre.
Padre Osório nasceu em 1878. Em sua adolescência, estudou no Colégio do Caraça; em 1895 entrou para o Seminário de Mariana para seguir sua vocação religiosa; no ano de 1901, Padre Osório retornou para Capela Nova de Betim, e assumiu a Paróquia Nossa Senhora do Carmo da cidade em 1920.
A partir de então, Osório tornou-se grande liderança sócio-religiosa no cenário municipal: era presidente do diretório político da cidade, exercia cargo de Inspetor Escolar e chegou a ser vereador, tornando-se conhecido nas localidades adjacentes por seu autoritarismo e astúcia política. Relatos orais atribuem a ele a emancipação política de Betim em 1938, o que comprova, não a veracidade deste fato, mas o reconhecimento local de sua participação nos processos de poder locais.
A trajetória do Padre esteve intrinsecamente ligada à do templo em que celebrava, a antiga Matriz de Nossa Senhora do Carmo, demolida em 1969. Com o intuito de conservar a memória de ambos, foi tombada uma coleção de bens pessoais do sacerdote e outros ligados ao seu ofício na Matriz. Nessa coleção, encontram-se luxuosos paramentos litúrgicos típicos da Igreja Católica antes do Concilio presidido por João XXIII, que propôs reforma e renovação dos ritos litúrgicos. Padre Osório esteve entre os que resistiram a essa reforma, pois continuou a usar os paramentos romanos e celebrar as missas em latim, de costas para a assembléia.
Preservar os pertences do Padre e as alfaias é preservar a memória da Antiga Matriz, um local de identidade para uma parte da população local. O conjunto foi tombado em 1998 como patrimônio cultural de Betim.
Fonte: Prefeitura Municipal.
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