Betim – Mestres de Capoeira
Os Mestres de Capoeira foram registrados pela Prefeitura Municipal de Betim-MG por sua importância cultural para a cidade.
Prefeitura Municipal de Betim-MG
Nome atribuído: Mestres de Capoeira de Betim (Saberes)
Outros Nomes: Rodas e Grupos dos Mestres Tradicionais da Capoeira de Betim, Rodas e Grupos de Capoeira de Betim
Localização: Betim-MG
Decreto de Tombamento: Decreto n° 014/2014
Descrição: A história da capoeira de Minas Gerais é, muitas vezes, retratada de forma indireta. Vários estudos contemplam os capoeiras mineiros que atuaram em outros estados brasileiros, auxiliando as reflexões sobre a capoeira em Minas Gerais no final do século XIX e início do XX, e também sobre sua trajetória na contemporaneidade. Temos, por exemplo, as histórias e vivências do célebre capoeira mineiro Pedro José Vieira, cujo apelido era Pedro Mineiro, que viveu em Salvador, na Bahia, no início do século XX. Existe também a identificação de capoeiras mineiros na Casa de Detenção do Rio de Janeiro, na década de 1880, e nos Livros de Registros de Presos da Casa de Detenção da Corte e do Distrito Federal, no período de 15 de novembro de 1889 a 13 de maio de 1899.
Foi neste mesmo período — final do século XIX — que ocorreu a transferência da capital de Minas Gerais, Ouro Preto, para a recém-criada
Belo Horizonte, importante fator para a compreensão das transformações socioculturais observadas no estado. Aliás, a sociedade brasileira passou nesse período, de modo geral, por grandes mudanças: além da Abolição da Escravatura, em 1888, aconteceu a transição do regime Monárquico para o Republicano, fatos que influenciaram diretamente a capoeiragem em todos os estados. Em 1890 foi implantado o Primeiro Código Penal Republicano, que tinha um capítulo específico chamado “Dos vadios e capoeiras” (Capítulo XIII) — título sugestivo para percebermos como os capoeiras eram tratados neste contexto. […]
O governo de Minas Gerais, amparado pelo Código Penal de 1890, adotou então uma postura rigorosa na caça aos “vadios”, “capoeiras”, “mendicantes” e indivíduos ociosos dentro do estado, principalmente na nova capital, criando, assim, as “colônias correcionais agrícolas”, para onde essas pessoas eram enviadas e submetidas ao “trabalho obrigatório”.
Nas primeiras décadas do século XX, no entanto, a capoeira começou a ser vista de outra maneira pelos intelectuais e cronistas da época, que passaram a percebê-la como uma “ginástica nacional” e uma “luta brasileira”. Em Belo Horizonte aparece, no ano de 1916, a primeira academia de ginástica da cidade, que oferece, em meio a modalidades de luta e ginástica, aulas de capoeira. Mas é apenas a partir da segunda metade do século XX que a capoeira começa a ganhar grande adesão em Minas Gerais e a se propagar, mais precisamente no fim da década de 1960 e no início de 1970, tendo destaque os municípios de Belo Horizonte, Juiz de Fora e Teófilo Otoni.
O caso de Teófilo Otoni, por exemplo, é emblemático. Registra-se que no final da década de 1960, o precursor da capoeira na cidade, Wilson Pires (conhecido como Mestre Maxixe), levou até lá, pela primeira vez, o famoso Mestre Bimba. Mestre Maxixe também registrou o seu encontro com o Mestre Bimba no livro intitulado Memória de um capoeirista Maxixe, publicado em 2005. Atualmente, Maxixe é referência para os capoeiristas de Teófilo Otoni. Em contato por telefone realizado em maio de 2014, ele disse que não é vinculado a nenhum grupo de capoeira e que estava doente.
Fonte: Iphan.
MAIS INFORMAÇÕES:
Iphan
É de grande satisfação, que desejo poder trocar informações sobre a Capoeira Regional. Tenho orgulho e paixão pela Capoeira, pois, conclui todos os cursos e etapas da Regional. Convivi diretamente com meu Mestre Bimba por muitas décadas..