O Comercial Husadel, em Blumenau-SC, foi construída em 1895. Abrigou a casa comercial da família (ótica e joalheria), inaugurada em 1904.
IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Edificações e Núcleos Urbanos e Rurais relacionados com a imigração em Santa Catarina – Comercial Husadel
Localização: R. Quinze de Novembro, n° 801 – Centro – Blumenau-SC
Número do Processo: 1548-T-2007
Livro do Tombo Histórico: Inscrito em 09/2015
Livro do Tombo Belas Artes: Inscrito em 09/2015
Santa Catarina – Roteiros Nacionais de Imigração
FCC – Fundação Catarinense de Cultura
Número do Processo: Processo n° 015/1992
Decreto de Tombamento: Decreto n° 1.070, de 31/03/2000.
Descrição: Construída em 1895, abrigou a casa comercial da família (ótica e joalheria da família), inaugurada em 1904, tendo à frente Paul Husadel. As funções comerciais são mantidas até hoje.
Destacam-se na Casa Husadel os excepcionais elementos de madeira que compõem sua fachada. Os esmerados detalhes das estruturas e os ornamentos em madeira foram realizados por manufatura de alta qualidade e acabamento, caso único em todo o conjunto das edificações de imigrantes no Brasil.
A construção possui dois pavimentos mais sótão. O térreo abriga atualmente duas salas comerciais no corpo da edificação, possuindo ainda uma ampliação lateral, onde se encontra a terceira sala. No térreo, uma marquise circundada por lambrequins e estruturada por mãos-francesas metálicas arqueadas cobre o passeio público. Acima da marquise, uma cimalha recoberta por telhas tipo rabo de castor marca a segunda linha horizontal da fachada, a partir da qual estão apoiados os balcões de madeira. Ricamente ornada, a estrutura suporta a sacada do pavimento superior e a do sótão, avançando em balanço sobre a rua.
Fonte: UDESC.
Descrição: Por ser um dos primeiros estabelecimentos instalados na tradicional rua do comércio, a história desta edificação se funde com a história da via.
Construído em duas etapas, o prédio era formado inicialmente apenas pelo pavimento térreo, onde funcionava o comércio de jóias, relógios, óculos e cristais de Paul Husadel.
O destaque na paisagem urbana que a edificação possui se dá pela sua arquitetura. A partir de um olhar atencioso à fachada, observa-se a transformação cuidadosa da madeira em elementos de extrema beleza. As peças carregam o capricho e a atenção dispensados em sua elaboração e compõem com as paredes claras, um harmonioso conjunto.
Fonte: Prefeitura Municipal.
Histórico do bairro: O bairro Centro foi criado pela Lei nº. 717, de 28 de abril de 1956, pelo Prefeito Frederico Guilherme Busch Junior. O surgimento da cidade deve-se ao Dr. Hermann Bruno Otto Blumenau, que vindo da Alemanha, em 1848, subiu o rio Itajaí-Açu, onde explorou os ribeirões Garcia e Velha e os rios do Testo e Benedito, acompanhado do caboclo canoeiro Ângelo Dias.
Já existiam alguns moradores distribuídos pelo Garcia, Velha e Ponta Aguda, conhecido, por alguns, como Capim Volta. Muitas dificuldades surgiram durante a implantação da Colônia, como a contratação dos imigrantes na Alemanha, os difíceis meios de transporte, os enfrentamentos com os silvícolas, os ataques de feras, as cobras venenosas e as inundações periódicas que destruíram estradas, casas, agricultura e pecuária.
Em 2 de setembro de 1850, chegaram pelo rio os primeiros 17 imigrantes que se instalaram provisoriamente às margens do ribeirão da Velha e depois foram alocados para galpões construídos de ripas de palmitos próximos à desembocadura do ribeirão Garcia.
A marcação dos Lotes Coloniais se iniciou em 28 de agosto de 1852, em direção ao Garcia, pertencendo o lote nº. 1 ao Dr. Blumenau. Sua casa de alvenaria, em estilo enxaimel, foi construída em 1864 e abriga hoje o museu da Família Colonial.
Os lotes da povoação, em número de 15, eram menores que os coloniais, que mediam entre 25 a 30 hectares. Sempre eram reservados áreas para estabelecimento de igreja, cemitério e escola a cada distância de 8 a 10 quilômetros.
No dia 22 de agosto de 1852, chega a Blumenau o Dr. Fritz Müller, o irmão e familiares que haviam desembarcado em São Francisco do Sul. Eles adquiriram um lote cada às margens do ribeirão Garcia.
À medida que eram abertas as picadas, que deram origens às primeiras ruas, os lotes iam sendo demarcados e ocupados, a partir dos ribeirões e do rio Itajaí-Açu. No ano de 1864, estavam demarcados cerca de 630 lotes e ocupados por 2.027 habitantes.
Fonte: Prefeitura Municipal.
Descrição: A implantação da Colônia de Blumenau no ano de 1850 gerou uma das primeiras manifestações da arquitetura dos imigrantes alemães no atual Estado de Santa Catarina. Após alguns anos de luta pela implantação da colônia, iniciou-se um processo construtivo que marca até hoje na arquitetura local: a casa enxaimel. É por meio dessa arquitetura que os imigrantes alemães introduzem uma técnica única em todo o país, marcando esse período com singularidade e admirável beleza.
É pela sua aparência externa, marcada pela técnica construtiva, que os exemplares chamam a atenção. A cobertura bem inclinada em telhas claras, a armação em vigas escuras, as paredes de tijolos aparentes e as molduras das portas e janelas em branco contribuem para dar um encanto especial a essas casas simples e despretensiosas. Apesar da técnica ter sido aplicada largamente nas primeiras décadas, atualmente, na área urbana, esse tipo arquitetônico tornou-se uma raridade.
A maior parte dos exemplares enxaimel estão localizados nas áreas rurais de Blumenau e municípios vizinhos, onde essa arquitetura se difundiu ainda mais e permanecem preservadas. Após esse primeiro período, até o fim do século XIX, Blumenau passou por uma grande mudança em sua arquitetura. As pequenas e singelas casas começam a ser substituídas por edificações maiores, com dois pavimentos e estrutura em alvenaria auto portante, representando uma arquitetura mais refinada, mais confortável, que procura refletir o sucesso da colônia e os anseios da época pelo progresso.
Na Rua XV de Novembro, a principal rua no centro da cidade, existe um conjunto de edificações singulares dessa época.
Fonte: FCC.
FOTOS:
MAIS INFORMAÇÕES:
UDESC
Prefeitura Municipal
Dossiê de Tombamento – Roteiro Nacional da Imigração – vol. 1
Dossiê de Tombamento – Roteiro Nacional da Imigração – vol. 2
Prefeitura Municipal
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