Fortaleza – Teatro São José
O Teatro São José foi tombado pela Prefeitura Municipal de Fortaleza-CE por sua importância cultural para a cidade.
COMPHIC – Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Histórico-Cultural
Nome Atribuído: Teatro São José
Localização: Fortaleza-CE
Resolução de Tombamento: Lei n° 6.318/1988
Descrição: O Teatro São José foi criado em 1914 como alternativa de lazer cultural para trabalhadores que não tinham acesso fácil ao luxuoso Teatro José de Alencar, inaugurado em 1910. Num terreno baldio ao lado da Igreja da Prainha, o padre alemão Guilherme Wassen, identificado com o movimento dos trabalhadores cristãos, deu início à obra com a ajuda voluntária de operários. Em um galpão com coberta de zinco eram apresentadas peças, sessões de cinema, dramas e jogos visando angariar verbas para a obra.
Em 1915 o Teatro São José passou a funcionar onde está hoje, local onde se instalou, também, a sede do Círculo Operário de Trabalhadores Cristãos de Fortaleza. Mais tarde, transformado em Associação dos Trabalhadores Cristãos Autônomos de Fortaleza, passou a funcionar sob a égide da ação social da igreja católica nos termos da encíclica papal “Rerum Novarum”. O teatro operário conheceu muitas glórias. Peças do cearense Carlos Câmara foram quase todas encenadas lá. Companhias locais e de outros estados atraiam o público. O teatro serviu também para recepcionar visitantes ilustres como o ex-presidente Juscelino Kubitscheck.
Ao todo o Teatro São José tem 530 lugares, sendo 420 cadeiras na plateia. Sua estrutura interna é toda de madeira com delicadas filigranas ornamentando os parapeitos do camarote. Na última intervenção sofrida no teatro em 1994, as cadeiras de madeira foram substituídas por assentos de plástico.
Em 2008, o teatro foi desapropriado pela Prefeitura de Fortaleza, com o intuito de reformá-lo para que passe a ser o Teatro Municipal de Fortaleza, já que nossa cidade carece de espaços públicos como esse, sempre concentrando seus espetáculos no Teatro José de Alencar.
Fonte: SeCult.
Histórico do município: Capitania dependente, o Ceará teve a sua formação econômica iniciada no século XVII com a pecuária, para fornecer carne e tração à economia açucareira estabelecida na Zona da Mata. E Fortaleza, fundada em 13 de abril de 1726, ficou à margem.
Nessa fase, a cidade primaz era Aracati. Icó, Sobral e Crato também ocupavam o primeiro nível na hierarquia urbana no final do século XVIII. Ao contrário de Aracati, de Icó e de outras vilas setecentistas fundadas nas picadas das boiadas, Fortaleza achava-se longe dos principais sistemas hidrográficos cearenses – as bacias dos rios Jaguaribe e Acaraú – e, portanto, à margem da atividade criatória, ausente dos caminhos por onde a economia fluía no território.
Por todos os setecentos, a vila não despertou grandes interesses do Reino, não tendo desenvolvido qualquer atividade terciária. Mas, em 1799, coincidindo com o declínio da pecuária (a Seca Grande de 1790-1793 liquidou com a atividade), a Capitania tornou-se autônoma, passando a fazer comércio direto com Lisboa, através, preferencialmente, de Fortaleza, que se torna a capital.
De 1808 em diante, com a abertura dos portos, o intercâmbio estendeu-se às nações amigas e, em especial, à Inglaterra, para onde o Ceará fez, em 1809, a primeira exportação direta de algodão.
Como capitania autônoma, o Ceará ingressava então na economia agroexportadora. O viajante inglês Henry Koster, que, exatamente nessa época (1810), visitou Fortaleza, não a enxergava com otimismo: “Não obstante a má impressão geral, pela pobreza do solo em que esta Vila está situada, confesso ter ela boa aparência, embora escassamente possa este ser o estado real dessa terra. A dificuldade de transportes (…), e falta de um porto, as terríveis secas, [todos esses fatores] afastam algumas ousadas esperanças no desenvolvimento da sua prosperidade”.
Em 1822, com o Brasil independente, o Ceará passou a província; no ano seguinte, a vila de Fortaleza foi elevada a cidade, o que robusteceu o seu papel primaz, dentro já da política de centralização do Império. As propriedades agropecuárias da província, a principal riqueza de então, pertenciam a pouco mais de 1% da população livre. Dado que a Lei de Terras, de 1850, só fez contribuir para a concentração fundiária, estavam fincadas então as bases das desigualdades de renda e riqueza que, embora em menor proporção, observam-se até os dias atuais no Ceará e em Fortaleza.
Fonte: Prefeitura Municipal.
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