João Pessoa – Igreja da Misericórdia
A Igreja da Misericórdia, em João Pessoa-PB, foi tombada por sua importância cultural.
IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Igreja da Misericórdia
Localização: R. Duque de Caxias – João Pessoa – PB
Número do Processo: 103-T-1938
Livro do Tombo Belas Artes:Inscr. nº 41, de 25/04/1938
Observações: O tombamento inclui todo o seu acervo, de acordo com a Resolução do Conselho Consultivo da SPHAN, de 13/08/1985, referente ao Processo Administrativo nº 13/85/SPHAN.
Descrição: Não é conhecida a data em que se começou a edificar a igreja da Santa Casa da Misericórdia, pois seu arquivo se perdeu na época da invasão holandesa. Segundo consta, foi a primeira igreja da Paraíba, tendo Duarte Gomes da Silveira instituído o morgado de São Salvador do Mundo por volta de 1639, estando no centro dessa capela a sua sepultura e a de sua esposa, D. Fulgência Tavares. A igreja é de extrema simplicidade, tanto na sua fachada, quanto no seu interior, onde a falta de ornamentação das paredes é quebrada apenas pela presença do púlpito e do coro. Foi muito modificada durante os anos, restando apenas como elemento original, o tabernáculo com seus relevos dourados esculpidos de madeira. O arco que separa a capela-mor do resto da igreja, apresenta o emblema das quinas da antiga corôa portuguesa, e sobre a capela do Salvador do Mundo, outro emblema semelhante aos das moedas espanholas do tempo de Felipe II.
Fonte: Iphan.
Descrição: Sua edificação data do início do século XVII, provavelmente, de 1612, pois não há certeza devido ao desaparecimento dos arquivos durante a invasão holandesa. Foi matriz até 1671 (Nóbrega, 1982).
Obra pertencente ao estilo maneirista, primeira fase do barroco, é especial pela sua simplicidade e chama atenção por seus grandes paredões de pedra cálcarea e argamassa. Inclusive, é a única igreja antiga de João Pessoa a conservar a construção original do seu exterior (Rodriguez, 1992).
Autêntico representante da arquitetura colonial da Paraíba, em 1938 a Igreja da Misericórdia é tombada pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Já foi remodelada duas vezes (Nóbrega, 1982), mas apenas em seu interior (Rodriguez, 1992).
A Igreja da Misericórdia é de propriedade da Santa Casa de Misericórdia (Rodriguez, 1992). Ainda hoje é utilizada para culto religioso católico, localizando-se à rua Duque de Caxias.
Fonte: UFPB.
Histórico do município: É controvertido o significado do topônimo dado ao rio Paraíba. Para Elias Erckman, Paraíba significa rio mau, porto ruim, ou mar corrompido. Varnhagen também indica a tradução de rio mau e Teodoro Sampaio, a de rio impraticável. Segundo Coriolano de Medeiros, porém, o significado exato seria braço de mar, pois os primeiros geógrafos que estudaram o rio tomaram-no por um braço de mar, sendo provável, assim, que o gentio da terra como tal o tivesse considerado, dando-lhe o nome com a precisão com que batizavam os acidentes do terreno.
Toda a região do São Domingos (primeiro nome dado ao Paraíba) era habitada por índios, estes influenciados pelos traficantes franceses de pau-brasil, interessados em conservá-los hostis a exploradores de outras nacionalidades. Assim é que, em 1574, foram os índios levados a tomar parte no ataque ao engenho de Diogo Dias, em terras da Capitania de Itamaracá no qual se verificou grande morticínio de brancos. Desde essa época, sucederam-se tentativas de colonização, pois o Rei de Portugal temia que os franceses ali se estabelecessem definitivamente. Foram construídos fortes na foz do rio e em terra travaram-se diversas batalhas, de resultados contrários aos portugueses.
Em março de 1585, chegava à Paraíba Martim Leitão, Ouvidor Geral da Bahia, chefiando uma expedição que deveria restaurar os fortins da barra e desalojar os franceses de diversas posições. Em 2 de agosto do mesmo ano, nova tentativa, chefiada pelo Capitão João Tavares, que se aproveitou das desinteligências surgidas entre as duas tribos que habitavam as margens do Paraíba e rios próximos, conseguindo insinuar-se entre os Tabajaras e firmar um pacto de amizade com o seu morubixaba o índio Piragibe. O acordo verificou-se no dia 5, numa colina à direita do rio Sanhauá, pequeno afluente do Paraíba. É nesse local que hoje se situa a cidade de João Pessoa.
Em homenagem ao santo do dia, o lugar tomou o nome de Nossa Senhora das Neves, até hoje padroeira da cidade. Em honra ao rei da Espanha, que dominava Portugal, a cidade recebeu o nome de Felipéia.
Em novembro do mesmo ano, chegavam várias famílias, levadas pelo Ouvidor-Geral Martim Leitão, que providenciou também a construção de fortes, igrejas e casas de moradia.
As lutas com os índios prosseguiram ainda durante anos, ora contra os Tapuias, que viviam no interior, ora contra os Potiguares, que habitavam o norte.
Desenvolveu-se lentamente a cidade, aonde depois veio a radicar-se Duarte Gomes da Silveira, companheiro de Martim Leitão, numa de suas expedições. A fim de estimular o progresso da cidade, instituiu prêmios para recompensar os habitantes que levantassem casas de moradia tendo fundado (a 6 de dezembro de 1639) o Morgado Salvador do Mundo, como patrimônio da Santa Casa de Misericórdia da Paraíba.
A 24 de dezembro de 1634 foi a cidade ocupada pelos holandeses, depois de ataques aos fortins da barra, defendidos pelas tropas aquarteladas em Cabedelo. Contava Felipéia 1.500 habitantes e em suas imediações funcionavam 18 engenhos de açúcar. Com a aproximação das forças batavas, o povo abandonou a cidade, depois de incendiar os prédios mais importantes. Comandados pelo Coronel Segismund Von Schkoppe, 2.500 homens invadiram a cidade, que tomou o nome de Frederikstadt.
O povo paraibano não se sujeitou ao jugo estrangeiro e seu espírito de resistência teve como símbolo a figura de André Vidal de Negreiros, organizador do movimento de reação. E em 1654, vencidos os invasores e obrigados a retirada para o seu país, tomou posse do cargo de governador João Fernandes Vieira.
A capital chamou-se Paraíba do Norte até 4 de setembro de 1930, quando teve seu nome mudado para João Pessoa, em homenagem ao Presidente do Estado, assassinado no Recife, em plena campanha política. Sua morte foi uma das causas imediatas da Revolução de 3 de outubro daquele ano.
Fonte: IBGE.
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