Niterói – Ilha da Boa Viagem
A Ilha da Boa Viagem, em Niterói-RJ, foi tombada por sua importância cultural.
IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Ilha da Boa Viagem: conjunto arquitetônico e paisagístico
Localização: Ilha da Boa Viagem – Niterói – RJ
Número do Processo: 164-T-1938
Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico: Inscr. nº 3, de 20/05/1938
Livro do Tombo Belas Artes: Inscr. nº 80, de 30/05/1938
Observações: O tombamento inclui todo o acervo da Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem, de acordo com a Resolução do Conselho Consultivo da SPHAN, de 13/08/85, referente ao Processo Administrativo nº 13/85/SPHAN.
Descrição: A ilha de Boa Viagem, marco natural e histórico de Niterói, está situada na costa leste da Baía da Guanabara, ligando-se ao continente por uma ponte de concreto. O acesso à ilha se dá por um portão de ferro que conduz à antiga escadaria de granito, pela qual se chega ao conjunto das edificações históricas. Sua penedia sobre o mar, inclui a Capela de Nossa Senhora da Boa Viagem, construída no século XVII, e as ruínas de um fortim que fazia parte do sistema defensivo da Baía de Guanabara. Aos edifícios seculares vieram reunir-se, em época mais recente, mais duas edificações: uma, ao nível do mar, datada da época da 2ª Guerra Mundial e outra, também datada da década de 1940, que é conhecida como “castelo”, servindo de sede dos escoteiros do mar.
A capela é de meados do século XVII, segundo Monsenhor Pizarro, e se localiza no topo da penedia, em centro de um adro pavimentado de tijoleira. Capela singela, com portada elegante, entre quatro janelas – duas baixas e as outras na altura do coro – e óculo no frontão triangular sobre a cimalha. À sua esquerda, localiza-se a torre sineira. No sopé da penedia, no trecho voltada para a baía, ainda existem as muralhas da antiga bateria da Boa Viagem, que já existia em 1711, ao tempo de Duguay-Trouin, quando seus canhões cruzavam com os de Santa Cruz e de Gragoatá, na margem oriental da Guanabara. A esses acervos arquitetônicos se somam, para valorizar o conjunto da ilha, as longas escadarias, intercaladas de patamares e de rampas, que, do istmo, sobem até a capela, e as que dela descem até as ruínas da antiga bateria, plantada em clareira situada à meia encosta. De acordo com o relato do viajante Thomas Ewbank, no século XIX, a capela era profusamente decorada e reportava-se ao tema marinho. Ela tinha um teto pintado com cenas de naufrágio e painéis de azulejos holandeses azuis que decoravam as paredes e a pia batismal de porcelana. Segundo ele, a maior parte da decoração era resultado de oferendas de marujos e fiéis.
A ilha desempenhou a função de centro de peregrinações dos “homens do mar”, ficando célebre pelas festas religiosas, as quais culminavam com uma pomposa processão marítima. A iconografia mostra que a capela possuía janelas térreas e um alpendre. Contudo, as sucessivas reconstruções deixaram como herança um edifício que, atualmente, compreende: nave, capela-mor, sacristia, corredores laterais, sanitário, escadas, coro, consistório e torre sineira.
No que se refere à história da ilha, o primeiro registro cartográfico conhecido é uma carta holandesa de Dierick Ruiters, datada de 1618. Ela pertence a um contexto da colonização da América Portuguesa, onde o ato de fortificar os pontos estratégicos assumiu uma importância fundamental para salvaguardar o controle do território pela Coroa Portuguesa. Neste sentido, pode-se destacar a Ilha da Boa Viagem como um dos pontos privilegiados para a observação da Baía da Guanabara e cercanias.
A primeira edificação erguida na ilha, foi uma pequena capela em honra à Nossa Senhora da Boa Viagem, construída por ordem de Diogo Carvalho de Fontoura. Além da função religiosa, a Igreja funcionava também como um espaço fortificado para defesa da Baía e como ponto de referência para as embarcações náuticas. Esta edificação, localizada no terraço mais elevado da ilha, foi construída por volta de 1650 e desde então passou por várias reconstruções e reformas (1734, 1884, 1909, 1934). Ainda hoje, há uma lápide existente na porta lateral que diz: “Principiou esta obra em 1734 sendo o Mre. Amaro da Sva. Dor. J. de Farias Rº Pre. Mel. Ces. De C. e mais 173 devotos”. Tratava-se certamente de uma reconstrução. Num plano mais abaixo, existe a segunda edificação mais antiga da Ilha: o fortim ou bateria da Boa Viagem. Apesar de algumas controvérsias quanto a data de sua construção, os registros históricos mais antigos apontam para o ano de 1702, quando o então Capitão-Governador Luís César de Menezes, tomou a iniciativa de estabelecer uma posição fortificada (com cinco ou seis peças de artilharia na Boa Viagem).
Fonte: Iphan.
FOTOS:
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VÍDEO:
Fonte: Iphan/RJ.
MAIS INFORMAÇÕES:
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