Nova Russas – Conjunto Ferroviário RFFSA


O Conjunto Ferroviário RFFSA, em Nova Russas-CE, foi tombado por sua importância histórica como patrimônio cultural ferroviário nacional.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Patrimônio Cultural Ferroviário

Nome Atribuído: Estação Ferroviária de Novas Russas; Armazém
Localização: Nova Russas-CE

Decreto de Tombamento: Lei nº 11.483/07 e Portaria IPHAN nº 407/2010

Histórico do Município: Nova Russas surgiu do desenvolvimento da Fazenda Curtume, situada às margens do riacho várzea Grande, implantada pelo Capitão-Mor Bernardino Gomes Franco, que se estabeleceu na localidade no segundo quartel do século XVIII. O nome da fazenda provém da pequena atividade rudimentar de curtir couros peles, praticada pelo seus primitivos proprietários dai o nome curtume. A fazenda passou por sucessivos proprietários até chegar ao domínio de Manuel Oliveira Peixoto e sua esposa, que doaram no ano de 1876 uma parte desta à paróquia de Santo Anastácio de Tamboril, para constituir o patrimônio de uma capela devotada a Nossa Senhora das Graças, construída posteriormente pelo vigário de Tamboril, padre Joaquim Ferreira de Castro.
Em torno dessa capela desenvolveu-se o povoado que o padre denominou Nova Russas, ou seja, outra Russas, homenagem à localidade do Baixo Jaguaribe do mesmo estado de onde padre Joaquim era natural.
Em 17 de agosto de 1902 a povoação foi elevada a categoria de distrito Judiciário do município de Ipueiras, data em que adotou oficialmente o nome de Nova Russas. Curtume, que era o nome da fazenda, foi aplicado ao rio que banha a cidade vindo a se denominar Curtume.
Com expansão da Estrada de Ferro de Sobral-Camocim, para a cidade de Ipu, a malha ferroviária desta chegou a Novas Russas, fato ocorrido em 3 de novembro de 1910 instalando nesse referencial itinerante a Estação de Cargas e Passageiros.[11] O então distrito de Nova Russas teve grande desenvolvimento, tendo sido pouco tempo depois emancipado através da lei estadual 2043 de 11 de novembro de 1922, desmembrado do município de Ipueiras[12] e instalado em 28 de janeiro de 1923 com a posse de seu primeiro gestor Antonio Rodrigues Veras. Foi extinto pelo decreto 193 de 20 de maio de 1931 e anexado ao município de Ipueiras e restaurado em 4 de dezembro de 1933 pelo decreto estadual 1156 do interventor federal do estado, capitão Roberto Carneiro de Mendonça que também nomeou como interventor municipal Luís Moreira de Barbalho. O território primitivo do município foi dividido para a formação de duas outras cidades; Ipaporanga e Ararendá.
Da capela de Nossa Senhora das Graças, surgiu a paróquia de Nova Russas, por ato do bispo Dom José Tupinambá da Frota, no dia 15 de agosto de 1937, sendo deu primeiro vigário o Padre Francisco Ferreira de Morais.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Histórico das ferrovias no Brasil: A história das ferrovias no Brasil inicia-se em 30 de abril de 1854, com a inauguração, por D. Pedro II, do primeiro trecho de linha, a Estrada de Ferro Petrópolis, ligando Porto Mauá à Fragoso, no Rio de Janeiro, com 14 km de extensão. Mas a chegada da via à Petrópolis, transpondo a Serra do Mar, ocorreu somente em 1886.
Em São João del Rei (MG), o Museu Ferroviário preserva a história da antiga Estrada de Ferro Oeste de Minas, criada em 1872. Seu percurso ligava a cidade de Sítio (atual Antônio Carlos) à Estrada de Ferro D. Pedro II (posteriormente, Central do Brasil), partindo daí para São João del Rei. Com novas concessões, a ferrovia Oeste de Minas se estendeu a outras cidades e ramais, alcançando, em 1894, um percurso total de 684 km, e foi considerada a primeira ferrovia brasileira de pequeno porte.
As dificuldades e desafios para implantar estradas de ferro no Brasil eram muitos. Procurando atrair investidores, o governo implantou um sistema de concessões, que se tornou característico da política de infra-estrutura do período imperial. Entre o final do século XIX e início do século XX os recursos, sobretudo dos britânicos, alavancaram a construção de linhas férreas.
A expansão ferroviária, além de propiciar a entrada de capital estrangeiro no país, tinha, também, o objetivo de incentivar a economia exportadora. Desta forma, as primeiras linhas interligaram os centros de produção agrícola e de mineração aos portos diretamente, ou vencendo obstáculos à navegação fluvial. Vários planos de viação foram elaborados na tentativa de integrar a malha ferroviária e ordenar a implantação dos novos trechos. Entretanto, nenhum deles logrou êxito em função da política de concessões estabelecida pelo governo brasileiro.
Fonte: Iphan.

Patrimônio Ferroviário: A Lei 11.483, de 31 de maio de 2007, atribuiu ao Iphan a responsabilidade de receber e administrar os bens móveis e imóveis de valor artístico, histórico e cultural, oriundos da extinta Rede Ferroviária Federal SA (RFFSA), bem como zelar pela sua guarda e manutenção. Desde então o Instituto avalia, dentre todo o espólio oriundo da extinta RFFSA, quais são os bens detentores de valor histórico, artístico e cultural.
O patrimônio ferroviário oriundo da RFFSA engloba bens imóveis e móveis, incluindo desde edificações como estações, armazéns, rotundas, terrenos e trechos de linha, até material rodante, como locomotivas, vagões, carros de passageiros, maquinário, além de bens móveis como mobiliários, relógios, sinos, telégrafos e acervos documentais. Segundo inventário da ferrovia, são mais de 52 mil bens imóveis e 15 mil bens móveis, classificados como de valor histórico pelo Programa de Preservação do Patrimônio Histórico Ferroviário (Preserfe), desenvolvido pelo Ministério dos Transportes, instituição até então responsável pela gestão da RFFSA.
A gestão desse acervo constitui uma nova atribuição do Iphan e, para responder à demanda, foi instituída a Lista do Patrimônio Cultural Ferroviário, por meio da Portaria Iphan nº 407/2010, com 639 bens inscritos até 15 de dezembro de 2015. Para inscrição na Lista, os bens são avaliados pela equipe técnica da Superintendência do Estado onde estão localizados e, posteriormente, passam por apreciação da Comissão de Avaliação do Patrimônio Cultural Ferroviário (CAPCF), cuja decisão é homologada pela Presidência do Iphan.
Os bens não operacionais são transferidos ao Instituto, enquanto bens operacionais continuam sob responsabilidade do DNIT, que atua em parceria com o Iphan visando à preservação desses bens. Esse procedimento aplica-se, exclusivamente, aos bens oriundos do espólio da extinta RFFSA. Os bens que não pertenciam à Rede, quando de sua extinção, não são enquadrados nessa legislação, podendo, entretanto, ser objeto de Tombamento (Decreto Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, aplicado a bens móveis e imóveis), ou ao Registro (Decreto nº 3.551, de 4 de agosto de 2000, aplicado ao Patrimônio Cultural Imaterial).
Fonte: Iphan.

CONJUNTO:
Patrimônio cultural ferroviário IPHAN

MAIS INFORMAÇÕES:
Iphan
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Iphan
Manual Técnico do Patrimônio Ferroviário
Estações ferroviárias
Prefeitura Municipal


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