Olinda – Convento e Igreja de São Francisco


Imagem: Iphan

A construção inicial do Convento e Igreja de São Francisco, em Olinda-PE,  deu-se com a chegada da ordem franciscana no Brasil, datada de 1585, com projeto de autoria do frei Francisco dos Santos.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Convento e Igreja de São Francisco: capela, casa de oração e claustro dos Terceiros Franciscanos
Outros Nomes: Convento e Igreja de Nossa Senhora das Neves
Localização: Ladeira São Francisco – Olinda – PE
Número do Processo: 143-T-1938
Livro do Tombo Belas Artes: Inscr. nº 189, de 22/07/1938
Observações: O tombamento inclui todo o seu acervo, de acordo com a Resolução do Conselho Consultivo da SPHAN, de 13/08/85, referente ao Processo Administrativo nº 13/85/SPHAN.
Descrição: Olinda foi a primeira cidade brasileira onde os franciscanos se instalaram, em 1585, e durante muito tempo aí se manteve a sede da sua presença na colônia. No entanto, nada sabemos sobre os edifícios que albergaram os frades antes de 1714. Nesse ano teve início a construção de um edifício que viria a ser substancialmente alterado na década de 1750, sendo ambas as campanhas legíveis em planta. São do início do século parte do claustro, assim como o essencial da igreja.
Na sua primeira configuração, esta seguia o modelo de Ipojuca, mas as obras de 1750 alteraram‐na pela adição da fachada que hoje se vê e que fechou a galilé de três arcos, até então aberta. Desenhada com o modelo de Cairu no horizonte, esta fachada conta com cinco tramos no primeiro piso, três no segundo e um no terceiro, sendo a transição entre os níveis reentrantes suavizada por grandes volutas. O desejo de monumentalizar o conjunto expresso nesta nova fachada está também presente na enorme portaria do convento, construída na mesma altura e decorada com grandes painéis de azulejo e uma alegoria da história da ordem pintada no teto.
Da decoração do interior do convento destacam‐se ainda três tetos em caixotões pintados (nave da igreja, capela dos Terceiros e sacristia), três conjuntos de azulejos (nave, sacristia e claustro), os altares de talha branca e dourada da capela‐mor e da capela dos Terceiros, e o magnífico arcaz da sacristia.
Texto: Nuno Senos
Fonte: Patrimônio de Influência Portuguesa.

Descrição: Localizado em terreno de topografia acidentada, o Convento de São Francisco dialoga com a paisagem histórica do sítio, tendo como moldura o azul do mar e do céu. Segundo registros, seu núcleo inicial foi assentado sobre um platô, para nivelamento do piso. Seu adro de generosas dimensões possui um belo cruzeiro em pedra. O acesso dá-se por uma ladeira, ponteada pelo casario que remete a distintos períodos da arquitetura, entretanto, de bela harmonia no contexto. A singularidade desse conjunto franciscano está no modo como foram articulados seus vários blocos construídos.
A construção inicial desse conjunto religioso deu-se com a chegada da ordem franciscana
no Brasil, datada de 1585, com projeto de autoria do frei Francisco dos Santos, chegando a se constituir o exemplar franciscano mais antigo do país. O terreno doado constituía uma colina com relevo acidentado em direção ao litoral – situação que demandou aterros e construção de muros de arrimo para aplainar a área de implantação do conjunto. O primeiro núcleo erigido, já que o templo foi construído em diversas etapas, foi definido pelo corpo da Igreja e pelas estruturas primitivas que iriam definir o claustro, porém ainda sem adornos.
A invasão holandesa a Olinda que consecutiu no incêndio da vila em 1631, destruiu boa
parte das igrejas e casario, sendo extensiva também a esse templo. Apenas em 1654, com
a expulsão flamenga, é que foram iniciadas as obras de reconstrução da igreja, prolongando-se até o século XVIII, quando se tornou um dos
mais belos e nobres conjuntos arquitetônicos da ordem franciscana erguidos no Brasil.
Foi nesse período que a fachada principal adquiriu sua atual feição, perdendo a saliência da galilé em relação ao corpo da igreja e a sobriedade dos detalhes estilísticos em seu corpo superior e adquirindo as arcadas do claustro.
A capela da Ordem Terceira teve sua construção iniciada em 1711, de modo perpendicular à Ordem Primeira, sendo essa disposição típica da Escola Franciscana do Nordeste.
É importante destacar que São Francisco fundou três ordens religiosas: em 1209, a Ordem Primeira, para os religiosos do sexo masculino; em 1212, a Ordem Segunda, para as religiosas do sexo feminino; e em 1221, a Ordem Terceira ou Secular, para pessoas de ambos os sexos que não seguiam a vida eclesiástica. O arco de transição da capela da Ordem Terceira para a nave da Igreja de Nossa Senhora das Neves foi trabalhado com rica talha e a sacristia, com pinturas que remetem a fins do século XVIII.
Por volta do ano de 1715, a capela-mor foi reedificada, recebendo, sucessivamente, elementos decorativos que ilustram a influência barroca na arquitetura. Já a construção do bloco conventual remete à segunda metade desse mesmo século, como uma ampliação do claustro. Nele se destaca a criação de um terraço descoberto de frente
para o mar, sobre a cisterna.
Após um período de ampliações e reformas, o templo franciscano inicia uma fase de abandono e decadência, especialmente registrada em fins do século XIX, associada à determinação do Império Brasileiro de proibir a admissão de noviços em conventos. No entanto, no início do século XX, a ordem franciscana retorna ao Brasil, dando seqüência às intervenções de melhoria e ampliação no monumento. Em 1945, são executadas obras na coberta do torreão, onde se localiza a biblioteca e, posteriormente, entre os anos de 1952 e 1956 uma nova intervenção é realizada.
Fonte: Monumenta.

FOTOS:

MAIS INFORMAÇÕES:
Monumenta
WMF
Patrimônio de Influência Portuguesa
Wikipedia


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