Porto Alegre – Mercado Público Central
O Mercado Público Central foi tombado pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre-RS por sua importância cultural para a cidade.
COMPAHC – Conselho do Patrimônio Histórico e Cultural
Nome Atribuído: Mercado Público Central
Localização: Largo Glênio Peres, Praça Parobé, Av. Júlio de Castilhos e Av. Borges de Medeiros – Porto Alegre-RS
Resolução de Tombamento: Lei n° 4665/79
Inscrição no Livro do Tombo: n° 2, p. 2, de 21/12/1979
Descrição: A história da formação e desenvolvimento de Porto Alegre está estreitamente ligada às margens do Guaíba, ao porto, ao comércio.
A idéia de construir o Mercado Público Central começou a ser debatida em 1857, uma vez que o mercado anterior, construído em 1844, não correspondia às necessidades do estágio de desenvolvimento em que se encontrava a cidade. O projeto foi elaborado pelo arquiteto alemão Friedrich Heydtmann. Concluído em 1869, o Mercado Público tornou-se o mais importante centro de abastecimento organizado da cidade.
O Mercado sempre esteve sob a responsabilidade do poder público municipal. Esta construção de estilo neoclássico, originalmente era constituída de um único pavimento, onde estavam abrigadas as mais diversas atividades: armazéns, bares, açougues, fruteiras, restaurantes, barbearias, companhia de seguro e hotéis.
O prédio sofreu várias transformações ao longo do tempo. Entre 1871-73, o pátio interno foi calçado e arborizado. A discussão em torno da construção de um segundo pavimento começou no último quartel do século passado. Porém, antes de ser concluída a nova obra, outra alteração aconteceu no pátio central em 1886: a construção de chalés de madeira, que eram utilizados como banca de vendas. Em 1912 foi concluído o novo pavimento, destinado a escritórios comerciais e industriais, agência de representações e repartições públicas. Neste mesmo ano, um incêndio destruiu as bancas internas, mais tarde substituídas por outras, com estruturas metálicas.
A construção do segundo pavimento implicou a alteração das fachadas dando ao edifício a feição que mantém até hoje. Em 1962, foi coberta a passagem interna em forma de cruz. Na sua história, o Mercado passou por momentos difíceis tais como a enchente de 1941, aos incêndios de 1976 e 79 e as constantes idéias de demolição. Contudo, o seu significado para a cidade transformou-o num símbolo de resistência.
Através da Lei 4317/77 o Mercado Público passou a ser Patrimônio Histórico Cultural de Porto Alegre.
A expansão da Capital fez com que o Mercado dividisse com outros estabelecimentos a função de abastecimento da população. Mas, sem dúvida, continua sendo o ponto mais característico e tradicional do comércio na cidade, quer pela preservação de suas peculiaridades como a venda de especiarias, vendas à granel, venda do peixe e da erva-mate e atendimento personalizado; quer por manter alguns traços que ultrapassam esse limite, como a significação religiosa, o espaço comunitário e a convivência permanente, que atravessa os anos.
No que diz respeito ao caráter religioso que envolve o prédio, especialmente para a população negra ligada às religiões afro-brasileiras consta que, no miolo do mercado foi “assentado” um orixá denominado Bará, cujo símbolo representa a fartura, o trabalho, a abertura e o fechamento do caminhos. É provável que tenha sido feita pelos negros na época da construção do edifício. A passagem ritual pelo prédio significa receber o axé do Bará.
Algumas atividades foram abandonadas, como, por exemplo, a função hoteleira e os escritórios de representação, além das lojas de miudezas, sapatarias, alfaiatarias e lojas de aviamento e venda de fazendas e armarinhos. Outras foram adquiridas como os centros lotéricos e lancherias. No entanto, a maior parte de suas características sobrevive ao longo do tempo.
Uma das principais qualidades do Mercado Público é ser um ponto de encontro e de vivências sem comparação em toda a cidade. Nele podemos observar as famílias freqüentando as sorveterias; os amigos recentes e antigos “batendo ponto” em seus variados bares e restaurantes, trocando histórias e dando vida ao espaço; os que vêm em busca de trabalho; as prostitutas; o solitário que diariamente ou quase, vem beber o seu “traguinho”; enfim, os que estão de passagem e os que tornaram o Mercado parte do seu cotidiano.
Fonte: Prefeitura Municipal.
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