Porto Velho – Três Caixas d’Água


Imagem: OAB

As Três Caixas d’Água, em Porto Velho-RO, também conhecidas como As Três Marias, foram tombadas por sua importância cultural para o Estado.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Pátio Ferroviário da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, bens móveis e imóveis
Localização: Porto Velho-RO
Número do Processo: 1220-T-1987
Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico: Inscrito em 08/01/2018
Livro do Tombo Histórico: Inscrito em 01/2008

Governo do Estado de Rondônia
Nome Atribuído: Estrada de Ferro Madeira-Mamoré
Localização: Percurso Porto Velho – Guajará-Mirim – Estado de Rondônia
Decreto de Registro: Lei nº 341, de 04/12/1991

Prefeitura Municipal de Porto Velho-RO
Nome atribuído: Três Caixas d’Água
Localização: Praça das Três Caixas d’Água – Porto Velho-RO
Decreto de Tombamento: Decreto nº 4045, de 26/12/1988

Descrição: Também conhecidas como As Três Marias, as caixas d’água ficam no centro da cidade, na praça de mesmo nome. A primeira foi erguida em 1910 e as outras duas em 1912. Foram projetadas e construídas pela Chicago Bridge & Iron Works, de Chicago conforme informações contidas em placa de ferro fundido, cravadas nas pilastras de cada uma delas. São três tanques de forma cilíndrica, cobertos com chapas de metal de forma cônica, e a base em formato côncavo. Cada tanque está elevado do chão por quatro colunas de ferro feitas em treliça sobre fundação de concreto. Estão circundados à altura do bojo, por uma passarela com parapeito metálico de treliça por onde se chega através de uma escada. Cada reservatório possui capacidade para 200.000 litros e serviram para abastecer a cidade de Porto Velho até o ano de 1957, funcionando por ação da gravidade.
Fonte: Governo do Estado.

Descrição: As Três Marias como também são conhecidas as Três Caixas D’Água que abasteceram a cidade de Porto Velho desde sua instalação até o ano de 1957, foram construídas pela Chicago Bridge & Iron Works nos Estados Unidos. Foram montadas, a primeira em 1910 e as outras duas em 1912, na colina onde hoje se situa o Bairro Caiari; elas são consideradas símbolo da cidade e constam em sua bandeira. São tombadas a nível estadual (Artigo 264 da Constituição Estadual) e federal (Portaria 231/IPHAN).

De acordo com o relatório do médico sanitarista Oswaldo Cruz que esteve na cidade em julho de 1909, “a água fornecida em Porto Velho provém duma fonte captada num tanque de cimento, donde é levada por um depósito metálico levantado sobre colunas, daí se distribui por meio de canos de ferro para os domicílios. As casas são todas dotadas de salas de banhos com chuveiro, os banheiros têm caixas de descarga provocadas”. O relatório mostra a qualidade dos serviços urbanos que já eram oferecidos na área privada da ferrovia ainda no começo do século passado, em contraste ao que ocorre atualmente na cidade.
Fonte: Ana Cristina Lima Barreiros da Silva.

Histórico do município: Porto Velho foi criada por desbravadores por volta de 1907, durante a construção da E.F. Madeira- Mamoré. Fica nas barrancas da margem direita do rio Madeira, o maior afluente da margem direita do rio Amazonas.
Desde meados do sec. XIX, nos primeiros movimentos para construir uma ferrovia que possibilitasse superar o trecho encachoeirado do rio Madeira (cerca de 380km) e dar vazão à borracha produzida na Bolívia e na região de Guajará Mirim, a localidade escolhida para construção do porto onde o caucho seria transbordado para os navios seguindo então para a Europa e os EUA, foi Santo Antônio do Madeira, província de Mato Grosso.

As dificuldades de construção e operação de um porto fluvial, em frente aos rochedos da cachoeira de Santo Antônio, fizeram com que construtores e armadores utilizassem o pequeno porto amazônico localizado 7km abaixo, em local muito mais favorável.
Em 15/01/1873, o Imperador Pedro II assinou o Decreto-lei n.º 5.024, autorizando navios mercantes de todas as nações subirem o Rio Madeira. Em decorrência, foram construídas modernas facilidades de atracação em Santo Antônio, que passou a ser denominado Porto Novo.

O porto velho dos militares continuou a ser usado por sua maior segurança, apesar das dificuldades operacionais e da distância até S. Antônio, ponto inicial da EFMM.
Percival Farquar, proprietário da empresa que afinal conseguiu concluir a ferrovia em 1912, desde 1907 usava o velho porto para descarregar materiais para a obra e, quando decidiu que o ponto inicial da ferrovia seria aquele (já na província do Amazonas), tornou-se o verdadeiro fundador da cidade que, quando foi afinal oficializada pela Assembléia do Amazonas, recebeu o nome Porto Velho.

Após a conclusão da obra da EFMM em 1912 e a retirada dos operários, a população local era de cerca de 1.000 almas. Então, o maior de todos os bairros era onde moravam os barbadianos – Barbadoes Town – construído em área de concessão da ferrovia. As moradias abrigavam principalmente trabalhadores negros oriundos das Ilhas Britânicas do Caribe, genericamente denominados barbadianos. Ali residiam pois vieram com suas famílias, e nas residências construídas pela ferrovia para os trabalhadores só podiam morar solteiros.

Era privilégio dos dirigentes morar com as famílias. Com o tempo passou a abrigar moradores das mais de duas dezenas de nacionalidades de trabalhadores que para cá acorreram. Essas frágeis e quase insalubres aglomerações, associadas às construções da Madeira-Mamoré foram a origem da cidade de Porto Velho, criada em 02 de outubro de 1914.
Muitos operários, migrantes e imigrantes moravam em bairros de casas de madeira e palha, construídas fora da área de concessão da ferrovia.

Assim, Porto Velho nasceu das instalações portuárias, ferroviárias e residenciais da Madeira-Mamoré Railway. A área não industrial das obras tinha uma concepção urbana bem estruturada, onde moravam os funcionários mais qualificados da empresa, onde estavam os armazéns de produtos diversos, etc. De modo que, nos primórdios haviam como duas cidades: a área de concessão da ferrovia e a área pública. Duas pequenas povoações, com aspectos muito distintos. Eram separadas por uma linha fronteiriça denominada Avenida Divisória, a atual Avenida Presidente Dutra. Na área da railway predominavam os idiomas inglês e espanhol, usados inclusive nas ordens de serviço, avisos e correspondência da Companhia.

Apenas nos atos oficiais, e pelos brasileiros era usada a lingua portuguesa. Cada uma dessas povoações tinham comércio, segurança e, quase, leis próprias. Com vantagens para os ferroviários, face a realidade econômica das duas comunidades. Até mesmo uma espécie de força de segurança operava na área de concessão da empresa, independente da força policial do estado do Amazonas.
Fonte: IBGE.

CONJUNTO:
Porto Velho – Administração Central da Estrada de Ferro Madeira Mamoré
Porto Velho – Cemitério da Candelária
Porto Velho – Estrada de Ferro Madeira Mamoré e seu acervo
Porto Velho – Três Caixas d’Água
Rondônia – Estrada de Ferro Madeira-Mamoré

FOTOS:

MAIS INFORMAÇÕES:
Ana Cristina Lima Barreiros da Silva


Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *