Rio Claro – Ruínas de São João Marcos


Imagem: Aemerj

As Ruínas de São João Marcos em Rio Claro-RJ foram tombadas por sua importância cultural para a cidade.

INEPAC – Instituto Estadual do Patrimônio Cultural
Nome Atribuído: Ponte Bela e ruínas do centro histórico de São João Marcos
Processo de Tombamento: E-18/000.062/90
Localização: Conjunto Histórico de São João Marcos – Rio Claro – RJ
Tombamento Provisório: 16/02/1990

Ponte Bela, junto da represa de Ribeirão das Lajes, na antiga Estrada Imperial, que ligava São Jõao Marcos ao porto de Mangaratiba, cerca de 27km do centro de Rio Claro, 3º distrito. Ruínas de S. João Marcos, situada num vale na confluência dos antigos rios Araras e Panelas, estendendo- se da estrada RJ-149 até a Represa de Ribeirão das Lajes, 3º distrito – Rio Claro

Descrição: Grande distrito cafeeiro do período imperial, São João Marcos surgiu quando João Machado Pereira, vindo de Resende, ali instalou uma fazenda em 1733. Logo em seguida abriu-se uma estrada pela qual pudessem transitar, com segurança, os quintos de ouro com destino ao Rio de Janeiro. Em 1739, o mesmo fazendeiro mandou edificar uma capela dedicada a São João Marcos, elevada à paróquia em 1755 em torno da qual aglomerou-se pequena população. Em 1801, foi inaugurada a igreja Matriz, da mesma invocação na praça da cidade. Foi elevada à categoria de Vila em 1811. São João Marcos tornou-se, como Resende, Valença, Vassouras e Paraíba do Sul, um dos principais centros cafeeiros do Brasil, sendo o maior produtor o comendador Breves, que possuía várias fazendas, cerca de 6.000 escravos e uma enorme quantidade de arrobas de café, armazenadas em trapiches, em Mangaratiba. Com a decadência da cultura cafeeira fluminense, a região foi perdendo a importância e a sua população. O centro histórico da cidade foi tombado como monumento nacional, em 1939, quando São João Marcos já havia passado a distrito de Rio Claro. Raro exemplo intacto de conjunto arquitetônico colonial, no entanto, foi destombado por decreto de Getúlio Vargas, em 1940, para permitir à Light o represamento das águas do ribeirão das Lajes, visando ao aumento da geração de energia elétrica para o Rio de Janeiro. Com a perspectiva de inundação do sítio histórico, os moradores foram obrigados a se dispersar, transferindo-se para localidades vizinhas, principalmente, Lídice, Rio Claro, Mangaratiba, Itaguaí e Pirai, com a promessa de ver reconstruída, em área próxima à igreja Matriz, o que nunca ocorreu. Foram demolidas, além da igreja Matriz, uma capela antiga pertencente à Irmandade Nossa Senhora do Rosário, dois clubes, um teatro e um hospital. Num vale na confluência dos antigos rios Araras e Panelas fica tudo o que restou do antigo núcleo: trechos de caminhos calçados com pedras, vestígios de prédios dinamitados, muros em cantaria, muitos dos quais, encobertos pela vegetação. Condenada a desaparecer sob as águas da represa, grande parte da cidade jamais foi inundada. Construída em 1857, no caminho da antiga Estrada Imperial, a ponte Bela, periodicamente encoberta pelas águas da represa, cercada por vegetação densa, é uma obra de cantaria que se destaca pela sua beleza na paisagem.
Fonte: Inepac.

Descrição: Formada a partir da abertura da estrada entre o Rio de Janeiro e São Paulo, ainda no governo de Luís Vaía Monteiro, com a instalação de lavouras e comércios de passagem, foi fundada em 1739 por João Machado Pereira, que em suas terras criou uma capela dedicada a São João Marcos.
Conheceu o apogeu quando da chegada da cultura do café, que fez a cidade atingir seu ápice no século XIX, quando chegou a ter mais de 14 mil habitantes, com sua principal vila tendo dez ruas e dez travessas, onde havia um teatro, um hospital, dois clubes, um posto dos correios e duas escolas.
Até o século XIX teve o nome de São João Marcos do Príncipe e o município era constituído das paróquias de São João Marcos (sede da Vila) e Nossa Senhora da Conceição de Passa Três.
Diversas epidemias de malária dizimaram parte considerável da população local após o declínio da lavoura cafeeira e, juntamente com a instalação, no início do século XX, das usinas hidrelétricas de Fontes, e com a formação do lago da Represa de Ribeirão das Lajes, pertencente à companhia canadense The Rio de Janeiro Tramway, Light and Power, contribuíram para sua decadência. Em 1943, a população restante foi deslocada para municípios vizinhos como Rio Claro (que era seu distrito), Mangaratiba, Itaguaí e Piraí, sendo que as águas da represa nunca cobriram a maior parte da antiga cidade.
Foi tombada em 1939 e destombada em 1940, por decreto de Getúlio Vargas, que desapropriou as terras da cidade. A matriz foi o último prédio da cidade, haja vista ninguém querer fazer a explosão, pois a população acreditava que destruir uma igreja seria um pecado, ao que um comerciante teria se habilitado a fazer a explosão, sendo utilizados vinte quilos de
dinamite.
Atualmente parte de seu território é o 3º distrito do município de Rio Claro, no Vale do Paraíba Fluminense, e a outra parte é o 4º distrito daquele mesmo município, com nome de Passa Três. As ruínas deste antigo município fluminense podem ser vistas às margens da rodovia RJ-149 entre os municípios de Rio Claro e Mangaratiba, onde foi construído um parque arqueológico mantido pela empresa Light S.A., com a finalidade de preservar sua memória.
Fonte: Aemerj.

Conjunto Histórico de São João Marcos:
Rio Claro – Ponte Bela
Rio Claro – Ruínas de São João Marcos

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