Rio de Janeiro – Acervo da Igreja de São Francisco da Penitência, Cemitério e Museu de Arte Sacra


Imagem: kcjc009

O Acervo da Igreja de São Francisco da Penitência, Cemitério e Museu de Arte Sacra, em Rio de Janeiro-RJ, foi tombado por sua importância cultural.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Igreja de São Francisco da Penitência, Cemitério e Museu de Arte Sacra: acervo
Localização: Largo da Carioca, Centro – Rio de Janeiro – RJ
Número do Processo: 22-T-1938
Livro do Tombo Histórico: Inscr. nº 75, de 08/07/1938
Observações: O tombamento inclui todo o seu acervo, de acordo com a Resolução do Conselho Consultivo da SPHAN, de 13/08/85, referente ao Processo Administrativo nº 13/85/SPHAN.

Descrição: Em 1619 foi fundada a Ordem Terceira da Penitência, pelo português Luís de Figueiredo e sua mulher, e em 1620 já se encontrava pronta a Capela da Conceição, localizada perpendicularmente ao lado direito da igreja conventual. A igreja da Ordem Terceira foi iniciada em 1653, construída paralelamente à Igreja conventual, também pelo lado direito, mas por causa de desavenças na Irmandade, somente a partir de 1726 as obras se aceleraram, e no ano de 1773 foi inaugurada.
A primitiva Capela ficou incorporada à nova Igreja. Igreja sem torres ou sineiras, sua fachada destaca-se de todas as demais do Rio de Janeiro. Tem seu frontispício dividido em quatro pilastras terminadas por pináculos de cantaria e ligados pela cimalha corrida, interrompida por óculo que é o centro do frontão barroco, formada por conjunto de seis janelas e três portas divididas pelas pilastras, em três partes iguais. A parte central corresponde ao corpo da Igreja e apresenta uma portada trabalhada em lioz vinda de Portugal, onde se observa um medalhão com os respectivos escudos da Ordem Franciscana e de Portugal e na parte superior é arrematado por linhas sinuosas.
O interior da Igreja, todo revestido de talha, expõe um raro exemplar da arte barroca. Dois grandes artistas, Manuel de Brito e Francisco Xavier de Brito, trabalharam para as realizações das obras. O início dos trabalhos de entalhe ocorreu pelo altar-mor em 1726, obra de Manuel de Brito. Seguem-se cronologicamente os trabalhos realizados por Francisco Xavier de Brito para os púlpitos (1722), arco cruzeiro (1753) e seis altares laterais da nave (1736-1738). O preenchimento dos espaços entre um altar lateral e outro foi iniciado em 1739 por Manoel de Brito. A talha da primitiva Capela da Ordem Terceira, que se abre em arco para a igreja conventual vizinha, é também destacada pela sua composição, datando, provavelmente, do segundo quartel do século XVIII. No retábulo do altar, destaca-se as figuras dos quatro Evangelistas assentadas nas bases dos quartelões que sustentam o dossel de coroamento.
Na mesma capela inutilizando a talha que existia em uma de suas ilhargas, encontra-se o túmulo de mármore, neoclássico, de um infante espanhol, obra do arquiteto português Costa e Silva. A partir de 1746, Xavier de Brito trabalhou no altar-mor da Matriz de Nossa Senhora do Pilar de Ouro Preto (Minas Gerais), obra que também consagra o barroco mineiro pela influência que exerceu nos demais trabalhos de entalhe da região, chegando a constituir o chamado “estilo Brito”. A pintura do teto da nave da igreja (1737) foi realizada por Caetano da Costa Coelho, que utilizou a técnica da pintura em perspectiva ilusionista.
A sacristia apresenta um conjunto de obras rococó composto pelo arcaz e pelas pinturas dos painéis emoldurados, localizados no teto. Com arranjo museológico, os compartimentos à esquerda da igreja apresentam as imagens, os andores, os paramentos e demais objetos relativos à Procissão da Cinzas, uma das mais importantes do Rio antigo. O altar para a capela do Santíssimo Sacramento é obra realizada no século XIX, como também o cemitério, localizado nos fundos, colado aos barrancos do morro, de aspecto neoclássico, composto por duas colunatas que ladeiam uma parte central aberta em forma retangular.
Fonte: Iphan.

FOTOS:

MAIS INFORMAÇÕES:
Secretaria de Estado de Cultura
Patrimônio Espiritual
Oliveira; Justiano v1
Oliveira; Justiano v2, p. 111
Wikipedia


1 comments

  1. Marilda Romani |

    Gostaria de saber quem foi o escultor do Cristo na Cruz, no altar central da Igreja.

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