São José dos Campos – Conjunto da Tecelagem Parahyba


Foto: Olivia Buscariolli – Fonte: Iphan

O Conjunto da Tecelagem Parahyba, em São José dos Campos-SP, investiu em edificações que valorizassem a melhoria da qualidade de vida dos funcionários.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Conjunto da Tecelagem Parahyba
Localização: São José dos Campos-SP
Número do Processo: 1368-T-1996
Livro do Tombo Histórico: Tombado em 10/11/2021.
Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico: Tombado em 10/11/2021.
Livro do Tombo das Belas Artes: Tombado em 10/11/2021.
Uso Atual: Fundação Cultural Cassiano Ricardo (FCCR), a Startup São José, Parque Roberto Burle Marx (Parque da Cidade)

COMPHAC – Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural da cidade de São José dos Campos-SP
Nome Atribuído: Complexo formado pela antiga Tecelagem Parahyba e Fazenda Santana do Rio Abaixo
Localização: Santana – São José dos Campos-SP
Resolução de Tombamento: Zona de Preservação – ZP – Lei nº 6493/04

Descrição: Parte do complexo é composto pelo Parque da Cidade Roberto Burle Marx.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Descrição: Trata-se da primeira indústria têxtil instalada no município de São José dos Campos (SP), em 1925. A Tecelagem Parahyba destacou-se a nível nacional na produção de mantas e cobertores. O complexo industrial abriga um conjunto de construções modernistas: inclui trabalhos do escritório do arquiteto Rino Levy, que projetou a residência da família Olívio Gomes, proprietária da empresa.

A Tecelagem conta ainda com jardins do paisagista e arquiteto Roberto Burle Marx. Caracterizados pela total integração da arquitetura à paisagem, assegura qualidades estéticas e ambientais à uma atividade que no imaginário urbano sempre esteve associada a ambientes insalubres e esfumaçados. No conjunto estão representadas concepções arquitetônicas de diferentes fases da industrialização paulista do século XX. Remete à Semana de Arte Moderna de 1922 e aos movimentos culturais da época que valorizavam o sentido nacional popular da cultura.

Inicialmente, a construção foi inspirada por modelos ingleses, com características como: fábricas de tijolo aparente; cobertura do tipo shed, que privilegia luz e ventilação naturais; bem como distribuição e organização interna dos galpões seguindo a lógica de produção.

Com o passar dos anos, investiu-se em edificações que valorizassem a melhoria da qualidade de vida dos funcionários. Nesse sentido, a arquitetura moderna estabelece modelos que consideram tanto a produção quanto as condições ambientais para o trabalhador.
Fonte: IPHAN.

Histórico do Município: As origens de São José dos Campos remontam ao final do século 16, quando se formou a Aldeia do Rio Comprido, uma fazenda jesuítica que usava a atividade pecuarista para evitar incursões de bandeirantes. Porém, em 10 de setembro de 1611, a lei que regulamentava os aldeamentos indígenas por parte dos religiosos fez com que os jesuítas fossem expulsos e os aldeãos espalhados.

Os jesuítas voltaram anos mais tarde, estabelecendo-se em uma planície a 15 quilômetros de distância, onde hoje está a Igreja Matriz de São José, no centro. Este núcleo, que deu origem à cidade, tinha clima agradável e ficavam numa posição estratégica em caso de invasões. Novamente a missão passava aos olhares externos como fazenda de gado. Nesse período, a aldeia apresentou sérias dificuldades econômicas por causa do grande fluxo de mão de obra para o trabalho nas minas.

Em 1759, os jesuítas foram expulsos do Brasil, e todas as posses da ordem confiscadas por Portugal. Na mesma época, Luis Antonio de Souza Botelho Mourão, conhecido como Morgado de Mateus, assumiu o governo de São Paulo, com a incumbência de reerguer a capitania, mera coadjuvante num cenário em que Minas Gerais se destacava pela atividade mineradora. Uma das primeiras providências foi elevar à categoria de vila diversas aldeias, entre elas São José, com o objetivo de aumentar a arrecadação provincial.

Mesmo antes de se tornar freguesia, a aldeia foi transformada em vila em 27 de julho de 1767 com o nome de São José do Paraíba. Foram erguidos o pelourinho e a Câmara Municipal, símbolos que caracterizavam a nova condição. Entretanto, a emancipação política não trouxe grandes benefícios até meados do século 19, quando o município passou a exibir sinais de crescimento econômico, graças à expressiva produção de algodão, exportado para a indústria têxtil inglesa.

Depois de ocupar posição periférica no período áureo do café no Vale do Paraíba, São José dos Campos ganhou destaque nacional na chamada fase sanatorial, quando inúmeros doentes procuravam o clima da cidade em busca de cura para a tuberculose. Gradativamente já estava sendo criada uma estrutura de atendimento, com pensões e repúblicas.

Em 1924 foi inaugurado o Sanatório Vicentina Aranha, o maior do país. Somente em 1935, com os investimentos do governo de Getúlio Vargas e a transformação do município em estância climatérica e hidromineral, o município pôde investir em infraestrutura, principalmente na área de saneamento básico, que no futuro viria a ser um trunfo a mais para a atração de investimentos destinados ao desenvolvimento industrial.

Entre 1935 a 1958, a cidade foi administrada por prefeitos sanitaristas, nomeados pelo governo estadual. A autonomia para eleger o prefeito foi perdida em 1967, durante o regime militar, e reconquistada em 1978.

O processo de industrialização da de São José dos Campos tomou impulso a partir da instalação, em 1950, do então Centro Técnico Aeroespacial (CTA) – hoje Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) – e inauguração da Via Dutra, em 1951. Nas décadas seguintes, com a consolidação da economia industrial, a cidade apresentou crescimento demográfico expressivo, que também acelerou o processo de urbanização.

Nos anos 90 e início do século 21, São José dos Campos passou por um importante incremento no setor terciário. A cidade é um centro regional de compras e serviços, com atendimento a aproximadamente 2 milhões de habitantes do Vale do Paraíba e sul de Minas Gerais.
Fonte: IBGE.

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