Serra Negra do Norte – Igreja de Nossa Senhora do Ó
A Igreja de Nossa Senhora do Ó, em Serra Negra do Norte, foi tombada pela Fundação José Augusto por sua importância cultural para o Estado do Rio Grande do Norte.
Governo do Rio Grande do Norte
FJA – Fundação José Augusto
Nome Atribuído: Igreja de Nossa Senhora do Ó
Localização: Serra Negra do Norte-RN
Data de Tombamento: 11/05/2007
Descrição: A devoção nasceu em Toledo/Espanha ao tempo do bispo Santo Ildefonso que dedicou 18 de dezembro o dia da homenagem à Santa. Em Portugal, o santuário está em Torres Novas (Frei Henrique de Santa Maria – no Santuário Mariano, uma antiga imagem de Nossa Senhora era venerada na Capela-Mor da Igreja Matriz de Santa Maria do Castelo na época de Dom Afonso Henrique (1187). A partir de 1212 foi edificada a igreja para invocação de Nossa Senhora do Ó). De lá irradiou-se para o Brasil.
Sobre a imagem de Nossa Senhora do Ó, que existiu na Matriz de Serra Negra e que foi roubada em 22 de julho de 1974, teria sido uma doação feita pelo Tte. Cel. Francisco Antônio de Medeiros (Chico Antônio da Fazenda Umari na ribeira do rio Quipauá-Seridó) em sinal de regozijo pelo fato do seu filho Padre Sebastião Constantino de Medeiros, haver sido designado vigário da freguesia de Nossa Senhora do Ó, de Serra Negra. A imagem em questão foi adquirida em Portugal e custou na época $200.000 (duzentos mil réis).
O professor serranegrense Vergniaud Monteiro pesquisou e escreveu sobre a Matriz de Serra Negra: “A primeira Capela fora fundada em 24 de agosto de 1735, por Manoel Pereira Monteiro e filhos. […] Em 1774 eles mandaram demolir a Capela e erigi-la em outro lugar, com bases mais sólidas. Manoel Pereira Monteiro informava aos Revmos Cônegos que queria erigir uma Capela para invocação a Nossa Senhora do Ó, mudando-a para o lugar decente. Com os filhos mandaram vir de Portugal os artistas João Isidoro que foi quem traçou o plano da igreja, vindo também Tomás de Aquino que foi o mestre das pinturas e dos desenhos. E assim puderam edificar nova Capela que passou depois a ser a Matriz, esta que vemos hoje. O presidente da província Dr. Antônio Mardelino Nunes Gonçalves sancionou a Lei 106 de 1º de dezembro de 1858, criando a Freguesia de Nossa Senhora do Ó de Serra Negra. A vigésima quinta do Rio Grande do Norte.”
Como já foi dito anteriormente, a primeira capela de Serra Negra teve início a 24 de agosto de 1735 e demolida no ano de 1774 para ser substituída por “uma Capela para invocação a Nossa Senhora do Ó, mudando-a para o lugar decente”. A conclusão dessa nova igreja deu-se em 1781, mas só foi elevada a Paróquia em 1858, 77 anos depois.
Manoel Pereira Monteiro tinha dois filhos padres: Fernando e João Pereira Monteiro Sarmento. Foram eles os primeiros sacerdotes que a Capela de Serra Negra teve. Esses dois personagens tiveram destinos diferentes: Fernando pediu dispensa da Igreja e casou em Pombal criando a família Fernandes daquela localidade e João, depois de uma esquizofrenia prolongada, criando muitos problemas para família, faleceu em Serra Negra.
A relação dos párocos encontrada inicia com a criação da paróquia. Sobre os padres que atuaram antes, na primeira capela, não foi encontrado nenhum registro. Com certeza os primeiros foram aqueles dois filhos de Manoel Pereira Monteiro (padre João Pereira Monteiro Sarmento e o irmão Padre Fernando Pereira Monteiro), ordenados em Olinda e com segurança pode-se afirmar que foram eles quem orientaram para a nova igreja ser edificada para a invocação de Nossa Senhora do Ó.
A Freguesia de Nossa Senhora do Ó de Serra Negra surgiu em decorrência de mais uma divisão da Freguesia da Gloriosa Senhora de Sant’Anna, tendo como origem a capela sob sua invocação construída na Fazenda Serra Negra em 1781. Desde 1728, Manuel Pereira Monteiro, proprietário dessa fazenda, já habitava essas terras; atribuindo-se ao mesmo a fundação da povoação (origem da atual cidade de Serra Negra do Norte). O topônimo do lugar relaciona-se à “impressão da primitiva vegetação, vista à distância escurecendo, pela espessura, o contorno serrano”.
Os limites da Freguesia de Nossa Senhora do Ó foram assim estabelecidos: “Artigo 2º. […] pelo nascente o Rio Sabugi, desde a barra do riacho Quixeré e dahia para cima até o fim da Freguesia do Seridó com todas as suas águas; ao Norte até a barra do Rio Piranhas com suas águas, inclusive as fazendas Saúde e Volta situadas no riacho da Cachoeira; Ao Poente e Sul a contestar com as fazendas do Pombal e Santa Luzia da Província da Parahiba..”
Texto: livro SERIDÓ NORTE-RIO-GRANDENSE, de Ione Rodrigues Diniz Morais – Caicó/RN – Ed. do autor – 2005.
Fonte: Prefeitura Municipal.
Histórico do município: Uma sesmaria com grande extensão territorial foi dada ao Capitão Francisco de Oliveira Toledo. Na divisão da imensa faixa de terra, a área localizada do sul da ribeira do rio Apodi e nas vizinhanças do riacho do Peixe ficou nas mãos de João de Freitas da Cunha, que, por sua vez, deixou tudo a título de herança para Domingos Freitas da Cunha, seu irmão.
Posteriormente, o novo herdeiro vendeu as terras para Manoel Barbosa de Freitas que implantou uma fazenda na localidade. Mas a povoação só foi de fato iniciada quando Manoel Barbosa de Freitas doou a fazenda para seu sobrinho Manoel Pereira Monteiro.
Em 1735, foi erguida a capela de Nossa Senhora do Ó por iniciativa de Manoel Pereira e seus filhos. Na época, já era acentuada a movimentação nas margens do rio Espinharas, ocasionando o crescimento do núcleo populacional da localidade de Serra Negra. Este nome refere-se a impressão dada pela espessa vegetação primitiva na área, muito escura e ensejando um contorno serrano.
Foi nesse período de crescimento da fazenda e de organização populacional que o famoso Francisco Solteirão, filho de Manoel Pereira, conhecido por sua religiosidade, decidiu transferir todo o patrimônio construído com muito trabalho ao longo dos anos para o domínio da igreja.
Em 03 de agosto de 1874, Serra Negra do Norte desmembrou-se de Caicó e tornou-se município do Rio Grande do Norte, sendo instalado no dia 21 de maio do ano seguinte. Serra Negra teve sua sede administrativa transferida para São João do Sabugi em 27 de maio de 1932, voltou à sua localização histórica no dia 13 de dezembro de 1935 e adquiriu foros de cidade em 29 de março de 1938.
Fonte: Prefeitura Municipal.
Lendas: No decorrer da história, a cidade recebeu duas denominações e, para cada uma, os pesquisadores atribuíram uma hipótese significativa.
1. Serra Negra – Os primeiros batedores ao chegarem em nossa região e observarem a vegetação serrana, denotaram a cor bastante escura, por esta razão dar-se-á este nome.
2. Serra da Negra – Fala-se que, entre os colonos trazidos por Manoel Pereira Monteiro, havia uma negra mestiça, nômade, que fugiu em direção à serra e lá residiu com seus descendentes, até que um dia foi surpreendida e atacada por um animal, possivelmente uma onça, espécie característica da região na época. Parte desta versão foi relatada com base em fragmentos de um nota de Antônio Gomes Monteiro em posse de Leandro Clementino de Faria, estes dois, ascendente de famílias tradicionais que preconizaram a história de fundação do município.
Fonte: Prefeitura Municipal.
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