Ubá – E. E. Cel. Camilo Soares
A E. E. Cel. Camilo Soares foi tombada pela Prefeitura Municipal de Ubá-MG por sua importância cultural para a cidade.
Prefeitura Municipal de Ubá-MG
Nome atribuído: Escola Estadual Coronel Camilo Soares
Localização: – Ubá-MG
Descrição: Da junção das Escolas Singulares públicas, coordenadas pelas Professoras Júlia Silvéria Martins, Corina Padilha Fusaro e Alayde de Salles Pereira, originou-se o Grupo Escolar “Cel. Camilo Soares” por força do Decreto nº 3730, de 15-10-1912.
Funcionou sem prédio próprio até 1º de julho de 1923, quando na tarde desse dia, a partir das dezessete horas, se deu a inauguração de sua sede à Rua Treze de Maio.
Nesse evento, reuniram-se suas professoras, seus alunos e o povo em geral no jardim da Praça São Januário.
Foi organizado o préstito acompanhado pelos representantes do Governo do Estado de Minas Gerais e mais setecentas crianças com seus uniformes branco e azul, desfilando pelas Ruas do Comércio e Rua Treze de Maio.
À porta do Fórum foram recebidos pelo Coronel Júlio Soares – Presidente da Câmara Municipal de Ubá e pelos Vereadores. Às dezoito horas, houve a bênção do Grupo pelo Reverendíssimo Monsenhor Paiva Campos, coadjuvado pelos Reverendíssimos Padres Jean Larrue e Vicente C. Pinto.
O grupo Escolar “Cel. Camilo Soares” foi o primeiro a existir em Ubá – uma cidade até então, com aproximadamente cinqüenta e cinco anos e uma população de seis mil habitantes e que contava com pouquíssimas unidades escolares.
A partir de sua criação, esta Escola veio corresponder às necessidades da região, funcionando em dois turnos e ministrando o ensino básico. Foram ministrados também, o Curso de Admissão ao Ginásio e o Curso de Suplência em nível de Ensino Fundamental, buscando com este último, a erradicação do analfabetismo para alunos acima de 14 anos que não tiveram oportunidades de freqüentar escola de educação formal na idade de 7 a 14 anos. Em 1983, foi autorizado o funcionamento da Educação Especial para deficientes auditivos e, em 1996, por ordem dos órgãos superiores do Sistema ? Secretaria de Estado da Educação e 38° Superintendência Regional de Ensino – a Educação Especial é remanejada para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE – de Ubá, que, por sua infra-estrutura poderia oferecer condições reais e adequadas para se trabalhar as diferenças dos alunos, diminuindo-as, evitando sua marginalização e segregação, sob o argumento da deficiência auditiva.
Os profissionais desta Escola, no geral, sempre se esmeraram em sua prática pedagógica, tendo em vista o desenvolvimento do aluno nos aspectos intelectuais, morais, religiosos e sociais. Em decorrência de sua filosofia, crescia o contingente de alunos matriculados anualmente, sendo que destes, 70% a 80% chegavam ao fim de cada ano.
Por legislação específica do sistema estadual de ensino, em 1974, deixa a denominação Grupo Escolar e passa a Escola Estadual “Cel. Camilo Soares”.
Fonte: Prefeitura Municipal.
Histórico do município: A palavra Ubá, em tupi-guarani, significa canoa de uma só peça escavada em tronco de árvore. É também o nome popular da gramínea “Gynerun Sagittatum”, da folha estreita, longilínea e flexível, em forma de cano, utilizada pelos índios na confecção de flechas de caça e combate, e encontradas em toda a extensão das margens do ribeirão que corta a cidade. O nome do Rio Ubá se deu justamente pela existência dessas gramíneas.
A colonização da bacia do Rio Pomba deu-se, inicialmente, a partir da decadência das atividades de mineração. Em fins do século XVIII e início do século XIX, várias famílias deixaram Mariana, Ouro Preto, Guarapiranga e outros centros de extração à procura de terras férteis e propícias à agricultura, onde pudessem desenvolver atividades de renda mais estável e segura.
As regiões banhadas pelo Rio Turvo, Chopotó, Pomba e outros, eram assediadas devido à ocorrência de florestas que prestaram à extração de madeira e que até então eram habitadas pelos índios (chopós, croatos e puris) e aventureiros. Esses, fundaram fazendas, que prosperaram e deram início à formação de núcleos de população, hoje, cidades florescentes, entre as quais, a cidade de Ubá.
Em novembro de 1767, o Padre Manoel de Jesus Maria foi encarregado de catequizar os índios, preparando as bases para a entrada dos donos de sesmarias, a partir de 1797, iniciando assim a organização de um grande aldeamento central.
No período de 1797 à 1798, foram doadas as primeiras sesmarias, localizadas em terras desocupadas e situadas nas cabeceiras, encostas e margens do Rio Ubá. Nesta época, Bernardo Antônio de Lorena, do conselho de sua majestade, rei D. João VI, era governador da capitania de Minas Gerais.
Em 1805, o capitão Mor Antônio Januário Carneiro, natural de Calambau e seu cunhado, comendador José Cesário de Faria Alvim, adquiriram várias sesmarias até então pertencentes ao Município de São João Batista do Presídio, hoje, Visconde do Rio Branco, trazendo suas famílias, escravos e rebanhos. Fundaram, assim, a atual cidade de Ubá.
Neste período, segundo acordo firmado entre o Vaticano e os reis católicos, quando fosse fundada uma povoação nos países colonizados, em primeiro lugar deveria ser construída um igreja como marco inicial.
Enquanto os primeiros donos das terras situadas às margens do Rio Ubá se preocupavam com suas fazendas, Antônio Januário Carneiro idealizou fundar uma povoação. Seu primeiro passo foi liderar um movimento para assinar a petição requerendo o alvará para a construção da igreja, a qual deveria ser provida de parâmetros para que pudesse ser consagrada ao seu orago (santo de invocação que dá nome à capela).
Para promover esta povoação, o capitão Mor trouxe todos os operários necessários para a construção da igreja, dando-lhes pequenas glendas de terras, moradia e alimentos, enquanto não pudesse ter abastecimento próprio pelo cultivo da terra. Foi também por seu intermédio, que dezenas de famílias vieram em princípio do século XIX, para o povoado que estava se formando, como os Vieira de Andrade, Faria Alvim, Ferreira Valente, Martins Pacheco e outros mais.
A capela foi construída sob a devoção de São Januário. Com o crescimento do arraial foi elevada à Paróquia de São Januário de Ubá em 07 de abril de 1841. O desenvolvimento do povoado se deu gradativamente ao redor da Paróquia e em direção à estrada que levaria à Guarapiranga, onde foram edificadas as primeiras residências em sapé. Esse povoado recebeu o nome de São Januário de Ubá. Devido ao desenvolvimento da paróquia e das atividades dos habitantes, principalmente a cultura do café, em 1854 o povoado recebeu o foro de Vila e, em 1857, foi elevada à categoria de cidade com o nome de Ubá.
Nesse período colonial, a terra tinha pouco valor, pois tudo estava por fazer e o produto primário era o grande objetivo da transformação, tornando a mão-de-obra do campo a principal fonte de renda. O escravo tornou-se peça fundamental para o desenvolvimento agrícola da região, chegando a valer nessa época, mais do que 30 alqueires de terra.
Somente após 1810, houve incentivo ao tráfico de escravos que, com sua capacidade de cultura à terra e seu adestramento nos trabalhos da Casa Grande, contribuíram bastante para a economia cafeeira de Ubá.
A chegada dos imigrantes italianos proporcionou um aumento nas diversas culturas, principalmente na fumageira. A imigração ocorreu em duas épocas distintas e procedências diferentes:
– A primeira fase correspondeu ao ingresso de imigrantes provenientes do sul da Itália que traziam como vantagem sua variadas profissões: artesãos, alfaiates, comerciantes, operários, ferreiros, caldeireiros e marceneiros. Contudo, não eram agricultores, mas colaboravam, e muito, para a melhoria da cidade de Ubá, que, na época, não contava com luz, calçamento, saneamento básico, como todas as demais cidades da Zona da Mata.
– A segunda fase correspondeu à chegada de imigrantes provenientes do norte da Itália, que chegaram aqui somente após a abolição da escravatura em 1888. Ao contrário dos primeiros, esses eram camponeses organizados e disciplinados que vieram substituir o trabalho escravo, dando a Ubá um novo impulso econômico.
Os imigrantes tiveram importantes participações na evolução do município sob os aspectos político, econômico e social, tendo sido um dos poucos municípios do estado, onde os italianos permaneceram após a crise agrícola no país, com a queda do preço do café. Nesta época, houve grande fuga dos colonos, principalmente italianos, que saíam do Estado de Minas Gerais em direção ao Estado de São Paulo.
Aproveitando a baixa geral dos imóveis, adquiriram grandes extensões de terra. Compravam fazendas e subdividiam-nas em várias propriedades, fato que gerou grande atração aos colonos vindos de outras regiões.
Fonte: Prefeitura Municipal.
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