Ouro Preto – Capela de Nossa Senhora da Piedade


Imagem: Google Street View

A Capela de Nossa Senhora da Piedade, em Ouro Preto-MG, foi tombada por sua importância cultural.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Capela de Nossa Senhora da Piedade
Localização: Morro da Queimada – Ouro Preto-MG
Número do Processo: 75-T-1938
Livro do Tombo Belas Artes: Inscr. nº 251, de 08/09/1939
Observações: O tombamento inclui todo o seu acervo, de acordo com a Resolução do Conselho Consultivo da SPHAN, de 13/08/85, referente ao Processo Administrativo nº 13/85/SPHAN.

Descrição: Esta capela é classificada como “capela de campo”, apresentando todas as características de uma capela de arraial opulento. A origem de sua construção está ligada á sesmeiros de recursos ou senhores de lavras opulentos, devotos de Nossa Senhora da Piedade. Presume-se que sua construção data de 1720, o que parece indicar a data inscrita na peanha da cruz. O fato de ter sido construída na época em que o território mineiro estava ainda subordinado ao Bispado do Rio de Janeiro, justifica a inexistência de qualquer documento que se refira à ereção de Irmandade ou autorização para se erguer a capela, nos arquivos do Arcebispado de Mariana.
À exemplo de outras capelas do chamado “Morro trágico do Ouro Preto”, erguidas no primeiro quartel do século XVIII, a Capela da Piedade foi construída de canga, material empregado nas edificações primitivas locais, de que hoje restam várias ruínas. Pertence ao grupo das primeiras capelas erigidas na Serra de Ouro Preto e que ainda hoje se mantêm eretas, juntamente com São João, Sant’Ana e São Sebastião, a despeito de toda a decadência dos diversos arraiais que se formaram ao redor. Apresenta fachada simples com trabalhos em cantaria, conservando totalmente sua forma primitiva. A porta inferior, de verga reta, é encimada por duas pequenas sacadas com balaustrada artística, simetricamente dispostas em relação ao eixo da fachada com óculo redondo no frontão. Duas sineiras substituem as torres, das quais apenas em uma há sino. Domina o frontão, na linha da cumeeira, uma cruz simples. Por um átrio humilde, atinge-se ao interior, de paredes lisas, só rasgado por duas frestas que ajudam a iluminação. Pouco adiante, já embutida na parede, a soleira do púlpito inacabada.
O Presbitério é, pela forma e natureza do material, todo em madeira e assemelha-se ao da Capela do Padre Faria, principalmente pela sua escada de madeira, com corrimão almofadado. Desprovida de consistório, possui uma sacristia de pequenas dimensões. Internamente, a ornamentação é igualmente simples. O altar-mor não apresenta obra de talha, sendo armado em tábuas corridas, com ligeiras molduras. Nele se vê a imagem da Padroeira, Nossa Senhora da Piedade, São Sebastião e um crucifixo. Nos dois nichos encontram-se as imagens de São Domingos e São Francisco.
Os dois altares laterais, mais trabalhados, são compostos por duas colunas retorcidas, mas destituídas de ornamentação. No da direita, acham-se as imagens de Sant’Ana, São Sebastião e outra Santa não identificada, estando as pinturas quase desaparecidas. No da esquerda, Nossa Senhora do Carmo e uma imagem nova, além do crucifixo. A nave e o coro apresentam gradis de jacarandá torneados. A capela é pobre em alfaias e o mobiliário se restringe a bancos de madeira toscos, porém antigos. Destacam-se pequena cômoda de jacarandá com almofadas e bonitos puxadores de metal amarelo e um armário grande de portas almofadadas. São ainda de interesse, um lavabo de pedra com talha singela, dois grandes castiçais de madeira recortada, além de duas portas de oratório com pintura antiga em vermelho.
Fonte: Iphan.

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Patrimônio de Influência Portuguesa


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