Nova Friburgo – Colégio Anchieta


Imagem: Halley Pacheco de Oliveira

O Colégio Anchieta, em Nova Friburgo-RJ, foi tombada por sua importância arquitetônica, histórica e cultural.

INEPAC – Instituto Estadual do Patrimônio Cultural
Nome Atribuído: Colégio Anchieta
Processo de Tombamento: E-03/1.632/78 (**provisório**)
Localização: R. General Osório, n° 181 – Nova Friburgo-RJ
Tombamento Definitivo: 13/02/1978

Descrição: 1ª Fase – 1866/1923
Aos 12 de abril de 1886, o Colégio Anchieta recebia seus primeiros alunos. Eram sete: quatro de Nova Friburgo e três do Rio de janeiro. Mas ao fim do primeiro ano, o número já subia para 39. E, na virada do século, eram quase 200 alunos. O primeiro reitor foi o Pe. Lurenço Rossi.

O pedido para um Colégio jesuíta em Nova Friburgo foi apresentado em 1884 pelo Dr. Carlos Éboli, médico que fundou na cidade um estabelecimento hidroterápico ocupado atualmente pelo Colégio Nossa Senhora das Dores. o projeto foi aprovado por D. Pedro II e pela Princesa Izabel, e depois submetido aos superiores da Companhia de Jesus.

O edifício escolhido foi a casa grande da antiga fazendo do Morro Queimado, apelidada pelo colonos suíços de ‘Chateau’. Esta fazenda está na origem da fundação da cidade.

Mas, com o tempo, o velho casarão se tornou pequeno. Em 1º de Janeiro de 1902, foi lançada a pedra fundamental do novo prédio, o atual, pelas mãos do Pe. Domingos de Meis. Porém, coube ao seu substituto, Pe. Luis Yabar, juntamente com o construtor Sr. Francisco Vidal Gomes, a tarefa de erguer o colégio. A construção prolongou-se por alguns anos. No ultimo período da construção, o mestre de obras foi o Irmão Antônio Satori, que dirigira várias construções em Roma, e depois construiu o Colégio Santo Inácio, no Rio.

A construção do magnifico e majestoso prédio em estilo neoclássico durou 10 anos. As majestosas palmeiras imperais, que encantam até hoje, foram plantadas entre 1910 e 1916. O Anchieta ia ganhando estima em todo o país

Nesse período inicial, o colégio funcionava em regime de internato e os filhos de Rui Barbosa, Euclides da Cunha e Capistrano de Abreu vieram estudar aqui. Outros alunos da época se tornaram célebres, como: Sobral Pinto, Amaral Peixoto, Artur Bernardes Filho e os Padres Leonel Franca, Saboia de Medeiros, Vioti e Aguiar e tantos outros.

2ª Fase – 1923/1966
Neste segundo período, o Colégio Anchieta abrigou três diferentes grupos: a faculdade de Filosofia, Ciências e Letras; o noviciado e juniorado, voltado para a formação dos jovens religiosos; e a Escola Apostólica, que continuava de algum modo a vida do antigo Anchieta, embora acolhesse alunos em regime de internato com interesse em ingressar na Companhia de Jesus.

3ª Fase – 1966/1986
Em 1950, a comunidade religiosa do noviciado deixou definitivamente Nova Friburgo, transferindo-se para Itaici-SP e, em 1966, a faculdade de Filosofia, Ciências e Letras também se mudou para São Paulo, capital.
Em 1964 teve início o curso primário, em edifício construído perto da rua, para facilitar o acesso dos pequenos alunos. Em 1969, esse prédio foi ampliado.

Depois disso, o Anchieta se transformou em externato, recebendo alunos de Nova Friburgo e das cidades vizinhas. Apenas meninos estudavam aqui. Foi em 1969 que o colégio transformou-se em misto, passando a receber alunas.

4ª Fase – 1986/2016
Já no final do século XX, o colégio ampliou suas estruturas criando o Pré-Anchieta, para acomodar os alunos do Ensino Infantil e Ensino Fundamental. Com as chuvas excessivas que caíram em Nova Friburgo em janeiro de 2011, foi preciso desocupar o prédio e todos os alunos foram acomodados no espaçoso prédio principal, carinhosamente chamado pelos pequenos de “Anchietão”.

Nessa época, já tinham sido construídos o novo Ginásio Esportivo e o Parque Aquático Anjo Gabriel, com sua piscina aquecida. Hoje, as vésperas de completar 130 anos de fundação, o colégio fornece aos seus alunos a mesma formação de qualidade que sempre o guiou.

Por aqui passaram alguns alunos que marcaram a História do Brasil: o poeta Carlos Drummond de Andrade, o jurista Sobral Pinto e, mais recentemente o musico Egberto Gismonti, o cientista social Jairo Nicolau, o ator Jayme Periard, a artista plástica Denise Berbert e tantos outros!
Fonte: Site da instituição.

Teatro Colégio Anchieta: O pavilhão do Teatro, com 995,95m² de área construída, tendo saguão no térreo, átrio, palco e plateia no primeiro pavimento, este com pé direito duplo, atinge o mesmo nível da platibanda de todo o conjunto arquitetônico de três pavimentos.

Sua fachada principal, simétrica e com colunas que ladeiam as janelas, provoca certa verticalidade ao conjunto. Ao analisarmos mais detalhadamente o pavimento térreo e o pavimento superior, podemos notar a preocupação estética com o emprego da proporção áurea. Os dois volumes foram construídos dentro de dois retângulos áureos sobrepostos, proporcionando assim grande imponência à fachada. No centro da platibanda, coroando a construção, há uma inscrição “FIDES ET SCIENTIA”, expressando a filosofia dos jesuítas.

Seu interior é ricamente decorado com afrescos pintados por Arnaldo Mecozzi, (1876-1932) pintor italiano que se transferiu para o Brasil em 1912. O pano de boca de cena é uma pintura realizada pelo Pe. Prosperi, representando o Santo Padre Anchieta na sua última estada o Rio de Janeiro, em 1594, ocasião de sua visita às obras de construção da Fortaleza de Santa Cruz.

A sala de espetáculos em formato retangular e plateia com aproximadamente 500 lugares, evidenciam o grande conhecimento técnico dos seus projetistas, pois tais características são mais indicadas acusticamente, principalmente para aquela época, quando não se dispunham de sistemas elétricos (sonorização). Outro fator característico da bioarquitetura já praticada àquela época são as janelas altas junto ao teto, que se abrem para permitir a saída do ar quente, criando uma ventilação natural no interior da edificação.

As fachadas laterais norte e sul são “rebatidas”, mantendo de certa forma a simetria do conjunto, exceto pela varanda longitudinal em elementos de ferro fundido do guarda-corpo, que não se repete na fachada sul. A simplicidade e harmonia entre os diversos elementos proporcionam uma beleza ímpar ao conjunto. Ao observarmos a edificação, sentimos a leveza da obra em todo seu esplendor.

Contribuição: Alexandre Quintella.
Fonte: Site da instituição.

FOTOS:


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