Conceição do Mato Dentro – Festa do Rosário
A Festa do Rosário é tradição do tempo dos escravos e se compõe de manifestações de canto e dança pelas ruas da cidade.
Prefeitura Municipal de Conceição do Mato Dentro-MG
Nome atribuído: Festa do Rosário
Localização: Distrito Sede – Conceição do Mato Dentro-MG
Livro de Registro das Celebrações
Descrição: As festas do Rosário acontecem em Minas Gerais desde os primórdios do seu povoamento. É uma tradição mantida desde o tempo dos escravos e que se compõe de cortejos, desfile de rei e rainha, bandas musicais e as danças dos grupos de marujadas que passam o dia a cantar e dançar pelas ruas da cidade. Durante o seu ciclo, acontece o chamado Reinado, que a cada ano é conduzido por um rei e uma rainha (eleitos no ano anterior) e sua corte. As guardas estão representadas nos diversos folguedos folclóricos que saem em cortejo pelas ruas da cidade.
A irmandade, sob vocação de Nossa Senhora do Rosário, é a mais antiga da cidade (1723) e surgiu antes mesmo da criação da vigária em 1752. A irmandade foi se desarticulando depois de muitas dificuldades e, hoje, a comunidade assumiu a Festa do Rosário dos Pretos.
Os grupos apresentam-se distinguindo uns dos outros pelas coreografias, instrumentos e pela música que executam durante o louvado. Estas ainda são acrescidas por espetáculos pirotécnicos e levantamento de mastros com as bandeiras de Nossa Senhora.
O evento tem ornamentação, culinária típica, música, dança e diversas apresentações dos folguedos folclóricos como o congado, catopé, marujada, candomblé. Acontecem também a procissão, bênçãos, missas solenes, “tocadores de pipiruí” – pífanos e tambores. A Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos acontece sempre no dia 1° de janeiro, sendo o rei e a rainha responsáveis pela organização do evento.
Fonte: Prefeitura Municipal.
Histórico do município: A exemplo de tantas cidades mineiras, a história de Conceição do Mato Dentro está ligada à corrida do ouro, no início do século XVIII. Segundo registros, foi entre os penhascos da Serra da Ferrugem e os espigões do Campo Grande e Cotocorí, local onde os bandeirantes se entrincheiraram contra os primeiros habitantes, os ferozes índios botocudos, em que se encontravam as mais ricas lavras auríferas de toda a Região Nordestina da Capitania.
Desde o alto do córrego Vintém até as planícies da Bandeirinha, o metal brotava, como que por milagre, das entranhas da terra. Foi nas areias do minguado córrego Cuiabá que Gabriel Ponce de Leon encontrou, em uma única bateada, cerca de 20 oitavas de ouro. Sem dúvida, era o Eldorado. Começava, então, uma corrida por todos os ribeirões em busca do precioso metal e, consequentemente, da tão sonhada fortuna.
Contudo, relatos dão conta de que a primeira expedição para Conceição do Mato Dentro teria chegado à região em meados do século XVI (1573), comandada por Fernandes Tourinho. Entretanto, foi em janeiro de 1701 que um grupo de bandeirantes, partindo de Sabará sob o comando do Coronel Antônio Soares Ferreira atingiu, ao fim da jornada, a região conhecida como Ivituruí, ou Serro Frio. Entre os sertanistas, Gaspar Soares, Manoel Corrêa de Paiva e Gabriel Ponce de Leon.
Em 1702, Gabriel Ponce de Leon, ao se deparar com a riqueza da região, ergueu uma pequena capela em homenagem a Nossa Senhora da Conceição, iniciando o processo de povoamento em função da descoberta de ouro nas margens do Ribeirão Santo Antônio e seus afluentes. Durante todo o século XVIII, o arraial teve sua economia voltada para a mineração. Após o término das lavras, o local passou a viver da agricultura de subsistência e da pecuária extensiva. Mais tarde, já no século XIX, John Pohl, quando passou pelo local, deixou o seguinte relato em seu livro Viagem pelo Interior do Brasil:
“este arraial, que está entre as maiores povoações da Capitania, distingue-se dos demais pela sua situação bela e salubre. A outrora abundante produção de ouro deu lugar à fundação deste, cujos grandes edifícios dão testemunho suficiente da antiga abastança dos habitantes. Mas, observa-se, com clareza, a decadência de hoje… O número de edifícios pode elevar-se a 200. Muitos deles assobradados. As igrejas, em número de 4, são todas bem edificadas. Os habitantes que, antes, viviam da extração do ouro, vivem, hoje, geralmente, de suas plantações.”
Fonte: Prefeitura Municipal.
FOTOS:
MAIS INFORMAÇÕES:
Prefeitura Municipal
Prefeitura Municipal