Lagoa Santa – Capela de Sant’Ana


Imagem: Prefeitura Municipal

A Capela de Sant’Ana da Fazenda Fidalgo, em Lagoa Santa-MG, data de 1745 e foi construída a mando de seu proprietário, Manuel Seixeas Pinto.

Prefeitura Municipal de Lagoa Santa-MG
Nome atribuído: Capela de Sant’Ana (Fidalgo)
Localização: Fidalgo – Lagoa Santa-MG
Decreto de Tombamento: Decreto n° 846/2008

Descrição: A capela de Sant’ana se situa na fazenda fidalgo, região diretamente ligada ao início da colonização de Minas Gerais. A ocupação da região da fazenda fidalgo segundo registros se inicia antes de 1728 pelo capitão João Ferreira dos Santos, este teria transferido a posse de suas terras para Manuel Seixeas Pinto. A edificação da Capela de Sant’ana data de 1745, relatada nos documentos de escritura da fazenda fidalgo, tendo sido promovida por seu proprietário Manuel Seixeas Pinto por sua própria vontade. A capela é um dos bens de grande importância histórica e cultural para região, tendo sido tombada por meio do decreto municipal n°846, de 09 de julho de 2008.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Histórico do município: A colonização recente da região de Lagoa Santa se dá ao final do século XVII, associada a chegada da bandeira de Fernão Dias Paes Leme que subiu o Rio das Velhas em busca de metais e pedras preciosas. A Bandeira de Fernão Dias Paes Leme, partiu em julho de 1674 de São Paulo se instalando na região hoje conhecida por Sumidouro, onde chegaram por volta de 1675, desbravando durante 7 anos a região da cabeceira do Rio das Velhas, com rumo ao norte. Essa bandeira protagonizou eventos dramáticos como a execução de José Dias, levado à forca por ordem do pai, Fernão Dias, pela acusação de conspiração, e o assassinato do fidalgo Dom Rodrigo Castel Blanco, elevado pelo Rei D. João I a “administrador-geral das minas que se encontrassem descobertas e por se descobrir”. Dom Rodrigo entrou em confronto com Manuel da Borba Gato que após a morte de Fernão Dias seu sogro, se viu detentor de seus poderes e não estava disposto a se subjugar ao mesmo, visto por ele como um usurpador das conquistas obtidas pela bandeira de Fernão Dias.
A ocupação da região de Lagoa Santa próxima a Lagoa Central se dá por volta de 1733, quando Felipe Rodrigues se estabelece em seu entorno, erguendo ali um pequeno engenho para produção de aguardente. Foi Felipe Rodrigues o primeiro a citar os poderes curativos da água da Lagoa, relatada ao Frei Antonio de Miranda, de Sabará. Até 1749 não se tem notícias de povoamento ostensivo, o que se altera a partir dessa data com relatos das mais diversas curas operadas pelas águas da Lagoa, registrados por João Cardoso de Miranda, em seu opúsculo “Prodigiosa Lagoa Descuberta nas Congonhas das Minas do Sabará, que tem curado várias pessoas dos achaques que nessa relação se expõe”, de 1749.
A fama das curas operadas pelas águas da Lagoa Santa, cruzou o oceano atlântico chegando a capital portuguesa, Lisboa, onde sua comercialização em barris chegou a ocorrer, sendo posteriormente contestada pelo rei, em vista dos prejuízos decorrentes da disputa comercial com as águas de Caldas.
A partir de 1749 com a chegada à Lagoa Santa de novos habitantes atraídos pela esperança da cura, decidiu-se erguer uma capela dedicada a Nossa Senhora da Saúde, cuja a provisão foi obtida em 2 de maio de 1749. Em torno de 1750 é chamado para vir à região o ouvidor de Sabará, Manuel Nunes Velho, responsável por demarcar o local para erguimento da capela, e a disposição do arruamento e dos locais para banho, designando para tal Faustino Pereira da Silva como executor de suas decisões.
A freguesia de Nossa Senhora da Saúde de Lagoa Santa foi criada somente em 1823 separando-se então da Freguesia de Santo Antônio da Roça Grande. A construção da igreja matriz de Nossa Senhora da Saúde se dá em 1819, sendo que a criação do distrito se dá em 1891, inicialmente ligado ao município de Sabará e que posteriormente, a partir da Lei Estadual n.843 de 1923 passaria a subordinar-se a Santa Luzia do Rio das Velhas, atual cidade de Santa Luzia. […]
Fonte: Prefeitura Municipal.

Revolução de 1842: Em meados de 1842 a região de Lagoa Santa foi palco de combates da Revolução Liberal. Nos dias de 4 e 5 de Agosto de 1842, no arraial de Lagoa Santa, a força insurgente liberal, resistiu tenazmente ao ataque dos legalistas que, apesar da vantagem numérica e de equipamentos, viram seu comandante Coronel Pacheco ser ferido ao início da batalha. Registros ainda revelam o movimento na cidade de Lagoa Santa “(…) a população apoiava abertamente os rebeldes, ajudando a distribuição de munição, durante as pelejas(…)”. Após o ocorrido, em 6 de Agosto, o destacamento que tinha resistido tão bravamente no Arraial de Lagoa Santa se viu obrigado a se dispersar, em função da falta de provisões e reforços. Posteriormente, em 20 de agosto, após a derrota dos liberais na batalha de Santa Luzia, parte das tropas insurgentes se retiram tomando o caminho de Lagoa Santa, o que mostra o engajamento da população na causa liberal. A batalha na região do município se deu a partir dos subúrbios, quintais e, notadamente, na Mata das Jangadas, então nas proximidades da Lagoa Central.
Atualmente esse topônimo caiu no esquecimento, assim como não há, em virtude do crescimento ocorrido no século XIX, XX e XXI e da ocupação das margens da Lagoa Central, a Mata da Jangada. A reminiscência que ainda se mantém dessa mata que foi palco da valentia e empedernida resistência das falanges liberais em 1842 é o pequeno espaço arborizado contíguo à Lagoa, denominado de “Horto”, ainda que sua vegetação atual não seja remanescente da antiga Mata, sendo fruto de plantio posterior, já no século XX.
Nesse sentido, a recuperação e valorização desse espaço geográfico situado na região central da cidade como um marco importante da história de Lagoa Santa e, também, da Revolução Liberal de 1842, é de suma importância, seja do ponto de vista histórico ou turístico.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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