Pombal – Irmandade dos Negros do Rosário


Imagem: Suelen de Andrade Silva

A Irmandade dos Negros do Rosário foi registrada pela Prefeitura Municipal de Pombal-PB por sua importância cultural para a cidade.

Prefeitura Municipal de Pombal-PB
Nome atribuído: Irmandade dos Negros do Rosário
Localização: Pombal-PB
Decreto de Registro: Lei nº 1928, de 13 de maio de 2020.

Descrição: A Irmandade do Rosário acompanha o perfil das antigas irmandades católicas, formadas por homens leigos, ou seja, fiéis que não fazem parte da hierarquia eclesiástica da Igreja Católica. No caso específico de Pombal, a Irmandade do Rosário está diretamente relacionada ao culto do Rosário, sendo composta por homens negros. Participam da organização da Festa do Rosário e estão presentes nas cerimônias religiosas e nas procissões da festa. Outros grupos também participam da Festa do Rosário, como o grupo dos Congos, composto por um número variável de participantes (exclusivamente homens), que entoam cantos e dançam unicamente na Festa do Rosário. A dança é realizada no largo da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, à exceção de quando são convidados para realizarem apresentações em eventos culturais. Já os Negros dos Pontões não têm um número fixo de participantes. Sua função na Festa do Rosário é representar a guarda da Irmandade do Rosário, acompanhando aquele grupo nos trajetos das procissões durante a celebração, ou realizando apresentações desacompanhados da Irmandade do Rosário em variados momentos da festa. Os trajetos desses grupos sempre são realizados acompanhados de música e dança. Para completar os grupos que se apresentam na Festa do Rosário, cito o Reisado, que realiza apresentações em algumas procissões da festa, sendo o seu encerramento o principal momento de apresentação desse grupo.

Por sua vez, todo esse universo está atrelado a uma forte identidade negra, ou seja, uma identidade Afro Brasileira, que como bem designa Alessandra Rodrigues Lima: (…) “toda expressão que evoca, como espaço de elaboração, a experiência da escravidão ou, como origem, os significados e simbologias que remetem à ancestralidade africana” (2012, p. 16). Como é o caso do universo que foi trabalhado nesta pesquisa e que será melhor definido adiante.
Fonte: Suelen de Andrade Silva.

Descrição: Considerando “expressão cultural” como termo genérico, incorporando elementos que compõe a festa, sobretudo, no plano cotidiano dos grupos sociais e seus conhecimentos (Negros dos Pontões, Irmandade do Rosário, Congos, Reisado), associados aos lugares e paisagens (igreja de Nossa Senhora do Rosário, Casa do Rosário, caminhos das procissões) onde seus participantes podem transmiti-los com o sentido de continuidade de seus costumes e “tradições”, independente da ação institucional do órgão de preservação do patrimônio. Pensando no olhar dos envolvidos com a Festa do Rosário, vemos que essas expressões culturais têm importância fundamental na vida dessas pessoas, interagindo com todas as instâncias da vida: economia, religião, política, etc.
Fonte: Suelen de Andrade Silva.

Histórico do município: Em 1695, o capitão-mor Teodósio de Oliveira Ledo, se encontrava no sertão das Piranhas, no lugar conhecido como Arraial do Pinhancó, na tentativa de fundar uma povoação. O grande impedimento eram os índios tapuias, tribos Tarairiús – Curemas e Panatis, que habitavam a região.

Teodósio, em 1697, viajou a capital da Província e solicitou ao governador Manoel Soares de Albergaria, soldados, mantimentos, armas e munições para expulsar os índios do lugar. Atendido, Oliveira Ledo retornou e consegue “bom sucesso” frente aos indígenas, e funda em 27 de julho de 1698, a Povoação de Nossa Senhora do Bom Sucesso do Pinhancó (Pombal); há 309 anos.

Vila e Emancipação Política
Em 04 de maio de 1772, foi à Povoação do Pinhancó elevada à categoria de vila, com a denominação de Vila Nova de Pombal, em homenagem a cidade portuguesa de mesmo nome. Na mesma data ocorreu a criação da Câmara de Vereadores e sua Emancipação Política, sendo indicado para administrar a vila o capitão-mor, Francisco de Arruda Câmara. O nome Vila Nova de Pombal, diz respeito à Carta Régia de 22 de julho de 1766, que orientava os administradores de vilas a denominá-las com nomes de localidades e cidades de Portugal. É engano pensar que o nome Pombal é em homenagem ao Marquês de Pombal, inclusive, no século XVIII, ainda não estava em moda esse tipo de homenagem aos governantes. O ministro, Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro Marquês de Pombal, foi quem orientou El-Rei Dom José I assinar a Carta Régia autorizando o governador de Pernambuco a erigir novas Vilas nas áreas de sua jurisdição, que incluía a Capitania da Parahyba. Foram criadas várias vilas, a de Pombal veio primeiro que todas outras, porque era a mais importante, estando sobre extensíssimo território; há 235 anos.
Fonte: Prefeitura Municipal.

BENS RELACIONADOS:
Pombal – Casa do Rosário
Pombal – Grupo Folclórico “Congos”
Pombal – Grupo Folclórico “Os Pontões”
Pombal – Grupo Folclórico “Reisados”
Pombal – Igreja de Nossa Senhora do Rosário e Cruzeiro do Adro
Pombal – Irmandade dos Negros do Rosário

MAIS INFORMAÇÕES:
Suelen de Andrade Silva


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