Barbacena – Conjunto Arquitetônico Santa Casa de Misericórdia


Imagem: Google Street View

O Conjunto Arquitetônico Santa Casa de Misericórdia foi tombado pela Prefeitura Municipal de Barbacena-MG por sua importância cultural para a cidade.

Prefeitura Municipal de Barbacena-MG
Nome atribuído: Conjunto Arquitetônico Santa Casa de Misericórdia de Barbecena
Outros Nomes: Santa Casa de Misericórdia
Localização: R. Padre Toledo, s/n – Barbacena-MG
Decreto de Tombamento: Decreto n° 3.785/1995

Descrição: Barbacena sempre se destacou na área da Saúde, ainda no Brasil Colônia já se tornara importante pela salubridade do seu clima.

Sua rede assistencial se inicia com a Santa Casa de Misericórdia de Barbacena que foi fundada pela Confraria ou Irmandade de Santo Antônio, organizada em 20 de julho de 1852, e inaugurada a 1º de Janeiro de 1858, o Almanaque Municipal de Barbacena publicou nota sobre o hospital: “Situado no extremo norte da cidade, este hospital, uma das mais sólidas construções que aqui temos, é um grande e alto sobrado, de 33 metros de frente, todo feito em pedra, tendo em seu interior uma área ajardinada, e no qual está unida uma bonita e rica capela, consagrada a Santo Antônio Além disso, o hospital tem uma bem montada farmácia, onde com receitas da casa, são aviadas gratuitamente aos pobres da cidade, e dispõe também de um arsenal cirúrgico de muito valor e de tudo mais que deve ter uma instituição dessa ordem”.

Em Seis de maio de 1888, a Mesa Administrativa da Santa Casa de Barbacena celebrou contrato com as Irmãs de Caridade de São Vicente de Paulo para a sua administração Entre 1949 a 1952, na provedoria do Ministro Antônio Carlos Lafaiete de Andrada, foram realizadas grandes obras na Santa Casa de Misericórdia de Barbacena, dentre elas estão pavilhão com maternidade, refeitório, cozinha, lavanderia elétrica, sala de postura, aquisição de aparelho de anestesia gasosa, novos instrumentos para a sala de operação entre outros.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Histórico do município: Antes da dominação europeia do atual território que delimita o município de Barbacena, a região era ocupada por grupos indígenas das etnias Puri, Coropó e Coroados. Os últimos remanescentes dos primeiros habitantes do que viria a ser a Comarca do Rio das Mortes foram percebidos por viajantes estrangeiros até a primeira metade do Século XIX. Mortos, expulsos de suas terras ou miscigenados e induzidos ao alcoolismo, pouco deixaram de seu mundo. Artefatos arqueológicos ainda hoje são encontrados na região. Nada mais restou deles.

Caminho Novo: A história da Vila de Barbacena tem início em 1698, quando o Capitão Garcia Rodrigues Paes, filho do bandeirante Fernão Dias Paes, abre um caminho mais curto para a ligação entre o Rio de Janeiro e o interior das Minas Gerais. Assim surgiu o primeiro núcleo colonial desta imensa região, no entroncamento dos Caminhos Velho e Novo, posteriormente, Estrada Real. Por este Caminho Novo não só passaram todas as riquezas do Ciclo do Ouro, como também vários episódios históricos, entre eles, a reação armada à invasão do Rio de Janeiro, pelo corsário francês Duguay-Trouin, em 1711, a Guerra dos Emboabas e a Inconfidência Mineira. Os locais referenciais dessa época são as Fazendas do Registro (hoje Sá Fortes) e Borda do Campo (hoje Antônio Carlos).

O Arraial da Igreja Nova: O nascimento do arraial começou pela construção capela consagrada a Nossa Sra. da Piedade que tornou-se matriz em 1726. A capela ainda permanece na Fazenda da Borda. Com a distribuição de muitas sesmarias na região, esta ficou pequena para o grande número de moradores da Borda do Campo, por isso decidiu-se pela construção de uma igreja maior, em terras da Fazenda da Caveira de Cima. A decisão se deu em 1725. Em torno desse templo, em 1753, foi autorizada a construção de casas. O arraial se expandiu à medida que pequenas casas comerciais se estabeleciam para atender os tropeiros que circulavam na Comarca do Rio das Mortes. Em 1791, com a exploração do ouro já em decadência, o então Arraial da Igreja Nova de Nossa Senhora da Piedade da Borda do Campolide, foi elevado à categoria de vila, recebendo o nome de Barbacena. Uma homenagem oportunista ao Visconde de Barbacena, nobre português que governava Minas Gerais. Esse acontecimento se deu simultaneamente aos desdobramentos da Inconfidência Mineira, denunciada em 1789. Cinco dos principais envolvidos no movimento, incluindo Joaquim da Silva Xavier e Joaquim Silvério dos Reis, tinham ligações com Barbacena. O dono da Fazenda da Borda do Campo, José Ayres Gomes foi expulso do Brasil, teve suas terras confiscadas e morreu esquecido em Moçambique, na África. O irmão de Tiradentes, Padre Antônio da Silva Santos e o delator Silvério dos Reis moravam na vila de Barbacena. O padre, na Rua Tiradentes, o traidor, na região do Pontilhão.

O nome: Barbacena é a denominação dada ao Arraial da Igreja Nova, quando de sua emancipação em 14 de agosto de 1791. Era o governador de Minas, Luiz Antônio Furtado do Rio de Mendonça, o Visconde de Barbacena que, em meio ao processo de repressão à Inconfidência Mineira, estava sendo pressionado pela população do Arraial a separá-lo do termo de São João Del-Rei. O nome de Barbacena significa, ‘Cabana de Bárbaros’ e é originário de uma aldeia de bárbaros localizada na atual região de Elvas, cidade portuguesa do Alentejo, que até hoje mantém um pequeno distrito com o mesmo nome. A família nobre que ostentava o titulo de senhores de Barbacena marcou a história brasileira com um Vice-rei, um governador da capitania do Rio de Janeiro, de Minas Gerais – o sexto visconde de Barbacena que deu o seu nome à cidade. O Visconde de Barbacena, apesar de ser visto historicamente no Brasil como o algoz dos Inconfidentes, era um nobre culto, especializado em mineralogia e ciências. De volta a Portugal, fez parte do grupo de nobres que não acompanhou a fuga da Corte Portuguesa, em 1808, quando Napoleão Bonaparte, dominou Portugal. Foi um dos interlocutores para garantir que não haveria ataques à população civil. Foi preso por Napoleão.

Independência e República: No século XIX, Barbacena continua como uma passagem estratégica para todos que se dirigem ao interior de Minas. Torna-se rota comercial importante e entreposto de víveres e escravos africanos. Com sua influência política consolidada, a Câmara Municipal de Barbacena tem participação ativa na movimentação pela independência do Brasil e mesmo chega a remeter carta a D. Pedro I, ofertando a cidade como capital do Brasil, em caso de ataques da metrópole ao Rio de Janeiro. Personagem de destaque deste período é o Padre Manoel Rodrigues da Costa, dono da Fazenda do Registro Velho, que viveu 92 anos. O suficiente para participar da Inconfidência Mineira, receber anistia da Coroa Portuguesa, participar da Independência, representar o Brasil nas Cortes Portuguesas, apoiar a maioridade de D. PedoII e apoiar a Revolução Liberal de 1842. Na maior parte do Século XIX, os grandes fazendeiros comandam a cidade econômica e politicamente. Os imperadores do Brasil, pai e filho visitaram Barbacena em várias épocas. D. Pedro I, concedeu à Vila, o título de “muito nobre e leal”. Mas a lealdade à monarquia brasileira não impediu que o Movimento Republicano ganhasse força entre a elite política local, mesmo com vários barbacenenses de famílias importantes como os Magalhães, os Lima Duarte, os Armond e outras, ocupando cargos importantes nos ministérios e na diplomacia brasileira. Ainda assim, o último monarca brasileiro visitou a cidade três meses antes da Proclamação da República. Aqui se formou um grupo paramilitar de jovens que se propunha a enfrentar Antônio Conselheiro, visto na época como antirrepublicano. Foi a “Centúria Republicana”.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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