Belém – Terreiro de Mina Dois Irmãos
O Terreiro de Mina Dois Irmãos, em Belém, foi tombado pelo Departamento de Patrimônio do Estado do Pará.
Governo do Estado do Pará
DPHAC – Departamento de Patrimônio Histórico Artístico e Cultural
Nome Atribuído: Imóvel do Terreiro de Mina Dois Irmãos
Localização: Passagem Pedreirinha, nº 282, entre a Av. José Bonifácio e a R. Barão de Mamoré – Guamá – Belém-PA
Data de Tombamento: 12/11/2010
Observação: Os terreiros foram localizados em áreas vazias do terreno urbano para segurança dos mesmos, buscando evitar crimes de ódio religioso.
Descrição: Pensar em religião de matriz africana no estado do Pará é inegavelmente remeter a dois tipos de culto adentrados neste território em momentos históricos distintos; são eles a Mina e o Candomblé. O primeiro, precursor, chegou a Belém em meados do século XIX; enquanto o outro migrou, entre as décadas de cinqüenta e setenta do século XX. De origem histórica mais antiga em terras paraenses, a Mina é uma religião trazida pelos escravos vindos do Daomé (República Popular do Benim) para os Estados do Maranhão e Pará. O termo Mina faz referência ao maior empório de escravos sob domínio português; o Forte São Jorge de Elmina, situado na Costa do Ouro, atual Gana, que exportava mão-de- obra negra para diversas partes do Brasil (Vergolino e Silva, 2003).
No Estado do Maranhão estes negros fundaram duas casas mater; a Casa das Minas – de tradição Jeje – e A Casa de Nagô – com influência da tradição nagô, em meados do século XIX. Além destes dois centros de culto, considerado pela bibliografia específica, como pioneiros; podemos citar também outros terreiros, de fundação um pouco mais tardia, que tiveram importância fundamental em se tratando da formação da Mina no Pará. Trata-se do Terreiro da Turquia, fundado por mãe Anastácia; e o Terreiro do Egito; criado por Massinocô-Alapong.
Outro grande centro exportador de tradição é a cidade de Codó, situada no sudoeste do Estado do Maranhão, cuja ênfase era dada ao culto dos “encantados” (Vergolino e Silva, 2003).
Foi do Maranhão que os religiosos afro-brasileiros migraram para Belém, em duas etapas; a primeira composta pelos religiosos maranhenses migrantes da economia gomífera e a segunda constituída por paraenses que foram para o Maranhão buscar iniciação durante a década de 70 e 80 do século XX. Podemos dizer, no entanto, que a história paraense não é tão clara quanto à maranhense; nem as pedras da memória dos religiosos estão tão bem conservadas. A única certeza que se tem é que, “nas águas do Pará”, não existe um terreiro de raiz fundado por africanas. Se, em São Luís, podemos ter notícias das características étnicas das fundadoras, descrevendo inclusive as suas marcas tribais; em Belém, até bem pouco tempo atrás, os religiosos sequer faziam referência às linhagens.
Atrevemo-nos mesmo a afirmar que essa tradição de reconhecimento da origem africana, em se tratando do grupo oriundo da primeira migração, fez o caminho inverso ao habitual, veio da academia para os terreiros.
Fonte: Campelo, de Luca.
Histórico do município: A história da cidade de Belém confunde-se com a própria história do Pará através de quatro séculos de formação e desenvolvimento.
Coube a Francisco Caldeira Castelo Branco, antigo Capitão-Mor do Rio Grande do Norte, um dos heróis da expulsão dos franceses do Maranhão, a honra de comandar uma expedição de 200 homens com o objetivo de afastar do litoral norte os corsários estrangeiros e iniciar a colonização do ‘Império das Amazonas’.
Em 12 de janeiro de 1616, a cidade de Belém foi fundada por Francisco Caldeira Castelo Branco. Lançou os alicerces da cidade no lugar hoje chamado de Forte do Castelo. Ali edificou um forte de paliçada, em quadrilátero feito de taipa de pilão e guarnecido de cestões. Essa fortificação teve inicialmente o nome de Presépio, hoje o histórico Forte do Castelo. Em seu interior, foi construída uma capela, sendo consagrada a Nossa Senhora da Graça. Ao redor do forte começou a formar-se o povoado, que recebeu então a denominação de Feliz Lusitânia, sob a invocação de Nossa Senhora de Belém.
Nesse período ocorreram guerras, em decorrência do processo de colonização através da escravização das tribos indígenas Tupinambás e Pacajás e da invasão dos holandeses, ingleses e franceses. Vencidas as lutas com os invasores, a cidade perdera a denominação de Feliz Lusitânia, passando a ser Nossa Senhora de Belém do Grão Pará.
Em 1650, as primeiras ruas foram abertas, todas paralelas ao rio. Os caminhos transversais levavam ao interior. Era maior o desenvolvimento para o lado Norte, onde os colonos levantaram as suas casas de taipa, dando começo à construção do bairro chamado de Cidade Velha. Na parte sul, os primeiros habitantes foram os religiosos capuchos de Santo Antonio.
Em 1676, chegaram, da ilha dos Açores, 50 famílias de agricultores, no total de 234 pessoas. Nessa época, destaca-se a construção da Fortaleza da Barra e do Forte de São Pedro Nolasco.
No século dezoito, a cidade começou a avançar para a mata, ganhando distância do litoral. Belém constituía-se não apenas como ponto de defesa, mas também centro de penetração do interior e de conquista do Amazonas.
A abertura dos rios Amazonas, Tocantins, Tapajós, Madeira e Negro para a navegação dos navios mercantes de todas as nações, no século XIX, após o período colonial, contribuiu para o desenvolvimento da capital paraense.
No início do século XX, ocorreu grande avanço na cidade de Belém, porém a crise do ciclo da borracha e a I Guerra Mundial influenciaram a queda desse processo de desenvolvimento.
Fonte: IBGE.
FOTOS:
MAIS INFORMAÇÕES:
Campelo, de Luca
Gostaria de saber o endereço do terreiro de Ubirajara de Albuquerque se alguém souber por favor me informe meu e-mail e [email protected] e aí em Belém agradeço