Brasil – Matrizes Tradicionais do Forró


Foto: Luiz Santos – Fonte: Iphan

As Matrizes Tradicionais do Forró são uma forma de expressão que envolve diversas modalidades artísticas, cujo núcleo é a performance social de um leque de tipos de música e dança.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome Atribuído: Matrizes Tradicionais do Forró
Localização: Todo Brasil
Abrangência: Nacional
Livro de Registro de Formas de Expressão: Aprovado em 09/12/2021

Descrição: Entende-se por “Matrizes Tradicionais do Forró” uma Forma de Expressão multimodal, cujo núcleo é a performance social de um leque de tipos de música e dança. Associado a este núcleo, encontramos um conjunto de elementos incluindo celebrações, ludicidade, saberes e objetos.

“Forró” é uma palavra polissêmica, cujo sentido original, desde seus primeiros registros conhecidos, no início do século XX, remete a festa popular com música e dança. Na segunda metade do século XX, a palavra assumiu também o sentido de um tipo específico de música, cantada ou instrumental, para ouvir e para dançar. Também passou a designar um tipo de evento com música ao vivo e dança; um tipo de estabelecimento comercial onde eventos deste tipo se realizam; um repertório de músicas e gêneros musicais ouvidos nestes eventos e estabelecimentos – notadamente o Baião, o Xote, o Arrasta-pé, o Xaxado, o Coco, o Forró e a Toada; e tipos de dança associados a este repertório. Também é fundamental para a compreensão do forró notar que este conjunto de elementos tem forte ancoragem cultural e geográfica na região do Brasil que desde os anos 1930 veio a ser chamada de “Nordeste”.

O forró, assim como o choro, o frevo e o samba, definiu-se nos bailes e festividades populares, num ambiente de ampla participação e de contatos físicos e culturais. Este ambiente é tema de letras de sucessos fonográficos de meados do século XX, como “Asa Branca”, “Forró em Limoeiro”, e tantos outros. A própria existência destas gravações de sucesso mostra também que o forró se autonomizou em relação ao contexto mencionado. Tornou-se um gênero musical veiculado pelas sucessivas mídias, dos discos 78rpm à internet, do rádio aos serviços de streaming, passando pela TV, LPs e CDs.

As “comunidades” atinentes às matrizes tradicionais do forró são amplas e de contornos difusos, estando em todo o território nacional. Englobam apreciadores de forró, especialmente os que “consomem” forró dançando ao som deste gênero, frequentando eventos e estabelecimentos ditos “forrós”, e também ouvindo seus discos e apreciando suas novas produções audiovisuais. Englobam também músicos de forró, desde os mais profissionalizados, até os que atuam apenas ocasionalmente. Finalmente, incluem conhecedores, pesquisadores, organizadores e formadores de opinião no campo das matrizes tradicionais do forró.

O trabalho produzido para a instrução técnica do processo contém elementos que motivaram a emissão de parecer favorável à inscrição das Matrizes Tradicionais do Forró no Livro de Registro das Formas de Expressão.
Fonte: Iphan.

Pedido de Registro: A solicitação de registro foi apresentada em 2011 pela Associação Balaio do Nordeste e pelo Fórum Forró de Raiz da Paraíba, recebendo o endosso da superintendência do Iphan no estado da Paraíba. A proposta teve apoio de 423 forrozeiros de todo país, por meio de abaixo-assinado.

Desde então, foram realizadas reuniões e fóruns de mobilização junto a comunidades de forrozeiros, pesquisadores e produtores envolvidos com a temática. Esses encontros produziram entendimentos e demandas para o trabalho de reconhecimento que estão consolidados na Carta de Diretrizes para Instrução Técnica do Registro das Matrizes do Forró como Patrimônio Cultural do Brasil.
Fonte: Iphan.


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