Brumadinho – Estação Ferroviária de Marinhos
A Estação Ferroviária de Marinhos foi tombada pela Prefeitura Municipal de Brumadinho-MG por sua importância cultural para a cidade.
IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Patrimônio Cultural Ferroviário
Nome Atribuído: Estação Ferroviária de Marinhos
Localização: Brumadinho-MG
Decreto de Tombamento: Lei nº 11.483/07 e Portaria IPHAN nº 407/2010
Observação: A estação encontra-se abandonada.
Prefeitura Municipal de Bueno Brandão-MG
Nome atribuído: Estação Ferroviária de Marinhos
Localização: R. Um, s/n – Distrito de São José do Paraopeba – Brumadinho-MG
Decreto de Tombamento: Decreto n° 57/2004
Descrição: O início da ocupação do território que hoje pertence ao município de Brumadinho parece ter ocorrido com as bandeiras que desbravaram Minas Gerais a procura de ouro e outros metais preciosos. Esse fato favoreceu o surgimento de povoados a partir do último quarto do século XVII. Nesse contexto, surgem os povoados de Piedade do Paraopeba, São José do Paraopeba e Brumado do Paraopeba, atual Conceição de Itaguá.
Já no início do Século XX, a construção do Ramal Ferroviário do Vale do Paraopeba acaba por fomentar o surgimento de um povoado no entorno da estação ferroviária de Brumadinho e das casas onde inicialmente se instalaram os operários da ferrovia. O povoado recebe o nome de Brumadinho em alusão à antiga vila de Brumado do Paraopeba de onde se originou parte de seus primeiros habitantes.
Fonte: Prefeitura Municipal.
Descrição: A estação está localizada em um grande planalto, na parte superior do nível da rua, com pouca vegetação de grande porte – algumas árvores, mais presença de vegetação rasteira. A edificação possui partido retangular, telhado em quatro águas de telha colonial sendo estendida em um lado para cobertura varanda com estrutura em ferro – corroído pelo tempo. Atualmente, a edificação passa por uma reforma realizada por um morador da região. Sua pintura está bem prejudicada, com presença de mofo no entorno das portas e nas janelas. As aberturas em suas partes superiores possuem adornos geométricos em alto relevo fazendo uma moldura em cada uma. O piso na parte externa é de cimento liso e na parte interna há indícios de que eram em cimento, taco e ladrilho. Mais a frente, aproximadamente 30 metros, encontra-se uma casa de turma e um túnel.
A Estação Marinhos foi inaugurada em 16.06.1919, próxima à antiga comunidade quilombola dos Marinhos – vila às margens do córrego do Sapé, que contava, na década de 1980, com cerca de trinta casas. Há em Marinhos uma capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição, referência para a atividade do Grupo das Pastorinhas da Imaculada Conceição. A edificação foi bastante depredada ao longo do tempo, com a retirada das portas, janelas, forro, telhado e piso; também o tráfego intenso de composições ferroviárias cada vez maiores e mais pesadas desestabilizou a antiga construção, deixando-a praticamente em ruínas – atualmente, o desvio no pátio da Estação Marinhos é o único que permite a parada do trem, para a passagem de outro no mesmo trecho, entre Jeceaba e Brumadinho. A Estação Marinhos, de posse da Prefeitura Municipal de Brumadinho, vem sendo paulatinamente reformada desde 1998, com propósito de restauração, pela ação dos senhores Frederico Alves Costa, Antônio Cambão e Geraldo Natividade (“Nozinho”).
Fonte: Iphan.
Histórico das ferrovias no Brasil: A história das ferrovias no Brasil inicia-se em 30 de abril de 1854, com a inauguração, por D. Pedro II, do primeiro trecho de linha, a Estrada de Ferro Petrópolis, ligando Porto Mauá à Fragoso, no Rio de Janeiro, com 14 km de extensão. Mas a chegada da via à Petrópolis, transpondo a Serra do Mar, ocorreu somente em 1886.
Em São João del Rei (MG), o Museu Ferroviário preserva a história da antiga Estrada de Ferro Oeste de Minas, criada em 1872. Seu percurso ligava a cidade de Sítio (atual Antônio Carlos) à Estrada de Ferro D. Pedro II (posteriormente, Central do Brasil), partindo daí para São João del Rei. Com novas concessões, a ferrovia Oeste de Minas se estendeu a outras cidades e ramais, alcançando, em 1894, um percurso total de 684 km, e foi considerada a primeira ferrovia brasileira de pequeno porte.
As dificuldades e desafios para implantar estradas de ferro no Brasil eram muitos. Procurando atrair investidores, o governo implantou um sistema de concessões, que se tornou característico da política de infra-estrutura do período imperial. Entre o final do século XIX e início do século XX os recursos, sobretudo dos britânicos, alavancaram a construção de linhas férreas.
A expansão ferroviária, além de propiciar a entrada de capital estrangeiro no país, tinha, também, o objetivo de incentivar a economia exportadora. Desta forma, as primeiras linhas interligaram os centros de produção agrícola e de mineração aos portos diretamente, ou vencendo obstáculos à navegação fluvial. Vários planos de viação foram elaborados na tentativa de integrar a malha ferroviária e ordenar a implantação dos novos trechos. Entretanto, nenhum deles logrou êxito em função da política de concessões estabelecida pelo governo brasileiro.
Fonte: Iphan.
Patrimônio Ferroviário: A Lei 11.483, de 31 de maio de 2007, atribuiu ao Iphan a responsabilidade de receber e administrar os bens móveis e imóveis de valor artístico, histórico e cultural, oriundos da extinta Rede Ferroviária Federal SA (RFFSA), bem como zelar pela sua guarda e manutenção. Desde então o Instituto avalia, dentre todo o espólio oriundo da extinta RFFSA, quais são os bens detentores de valor histórico, artístico e cultural.
O patrimônio ferroviário oriundo da RFFSA engloba bens imóveis e móveis, incluindo desde edificações como estações, armazéns, rotundas, terrenos e trechos de linha, até material rodante, como locomotivas, vagões, carros de passageiros, maquinário, além de bens móveis como mobiliários, relógios, sinos, telégrafos e acervos documentais. Segundo inventário da ferrovia, são mais de 52 mil bens imóveis e 15 mil bens móveis, classificados como de valor histórico pelo Programa de Preservação do Patrimônio Histórico Ferroviário (Preserfe), desenvolvido pelo Ministério dos Transportes, instituição até então responsável pela gestão da RFFSA.
A gestão desse acervo constitui uma nova atribuição do Iphan e, para responder à demanda, foi instituída a Lista do Patrimônio Cultural Ferroviário, por meio da Portaria Iphan nº 407/2010, com 639 bens inscritos até 15 de dezembro de 2015. Para inscrição na Lista, os bens são avaliados pela equipe técnica da Superintendência do Estado onde estão localizados e, posteriormente, passam por apreciação da Comissão de Avaliação do Patrimônio Cultural Ferroviário (CAPCF), cuja decisão é homologada pela Presidência do Iphan.
Os bens não operacionais são transferidos ao Instituto, enquanto bens operacionais continuam sob responsabilidade do DNIT, que atua em parceria com o Iphan visando à preservação desses bens. Esse procedimento aplica-se, exclusivamente, aos bens oriundos do espólio da extinta RFFSA. Os bens que não pertenciam à Rede, quando de sua extinção, não são enquadrados nessa legislação, podendo, entretanto, ser objeto de Tombamento (Decreto Lei nº 25, de 30 de novembro de 1937, aplicado a bens móveis e imóveis), ou ao Registro (Decreto nº 3.551, de 4 de agosto de 2000, aplicado ao Patrimônio Cultural Imaterial).
Fonte: Iphan.
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Manual Técnico do Patrimônio Ferroviário