Conceição da Barra – Quilombo Linharinho


O Quilombo Linharinho, em Conceição da Barra-ES, foi certificado como remanescente de quilombo pela Fundação Cultural Palmares.

Constituição da República Federativa do Brasil de 1988
FCP – Fundação Cultural Palmares
Nome Atribuído: Quilombo Linharinho (composta Pelos Povoados: Dona Domingas, Dona Maria, Dona Anália, Dona Oscarina, Morro, Maria do Estado e Mateus de Ernesto)
Localização: Conceição da Barra-ES
Processo FCP: Processo n° 01420.002079/2005-48
Certificado FCP: Portaria n° 39/2005, de 30/09/2005
Quilombos certificados (2020)

Resolução de Tombamento: Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: […] § 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos.
Fonte: Constituição Federal de 1988.

Observação: Os quilombos foram localizados em áreas vazias do terreno urbano para segurança dos mesmos, buscando evitar crimes de ódio racial.

Sobre: A Comunidade de Linharinho está situada no baixo curso do Córrego São Domingos, próximo à localidade de Santana, e é atravessada pela estrada que vai da cidade de Conceição da Barra à Vila de Itaúnas. A base da economia da comunidade é o cultivo da mandioca e a produção de farinha. Também plantam café e produzem artesanato.

Linharinho é uma comunidade quilombola situada onde se localizava a propriedade latifundiária de Dona Rita Maria Conceição Gomes da Cunha. Nesse local, o escravo Negro Rugério, a fim de fugir dos maus tratos, se abrigou nos limites da própria Fazenda, a princípio com mais trinta escravos fugidos, onde deu origem ao Quilombo.

A forte presença da produção da farinha na Comunidade de Linharinho denota sua herança direta em relação aos saberes e práticas do antigo Quilombo. Linharinho é a primeira comunidade quilombola reconhecida no estado do Espírito Santo. A área chegou a ser habitada por cerca de 10 mil famílias quilombolas até o final da década de 60. Com a chegada da Aracruz Celulose (atual Fibria), esse número foi reduzido inicialmente para cerca mil famílias. Atualmente, oitenta famílias que resistem em pequenas comunidades em meio aos eucaliptos da empresa.

As lideranças de Linharinho afirmam que seus ancestrais pertenciam aos povos africanos de tradição nagô, dos quais herdaram elementos culturais relacionados à língua iorubá.
Fonte: https://itaunas.org.br/quilombola-linharinho.

Comunidades Quilombolas: Conforme o art. 2º do Decreto nº 4.887, de 20 de novembro de 2003, “consideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos, para os fins deste Decreto, os grupos étnico-raciais, segundo critérios de auto-atribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida.”
São, de modo geral, comunidades oriundas daquelas que resistiram à brutalidade do regime escravocrata e se rebelaram frente a quem acreditava serem eles sua propriedade.
As comunidades remanescentes de quilombo se adaptaram a viver em regiões por vezes hostis. Porém, mantendo suas tradições culturais, aprenderam a tirar seu sustento dos recursos naturais disponíveis ao mesmo tempo em que se tornaram diretamente responsáveis por sua preservação, interagindo com outros povos e comunidades tradicionais tanto quanto com a sociedade envolvente. Seus membros são agricultores, seringueiros, pescadores, extrativistas e, dentre outras, desenvolvem atividades de turismo de base comunitária em seus territórios, pelos quais continuam a lutar.
Embora a maioria esmagadora encontrem-se na zona rural, também existem quilombos em áreas urbanas e peri-urbanas.
Em algumas regiões do país, as comunidades quilombolas, mesmo aquelas já certificadas, são conhecidas e se autodefinem de outras maneiras: como terras de preto, terras de santo, comunidade negra rural ou, ainda, pelo nome da própria comunidade (Gorutubanos, Kalunga, Negros do Riacho, etc.).
De todo modo, temos que comunidade remanescente de quilombo é um conceito político-jurídico que tenta dar conta de uma realidade extremamente complexa e diversa, que implica na valorização de nossa memória e no reconhecimento da dívida histórica e presente que o Estado brasileiro tem com a população negra.
Fonte: FCP.

MAIS INFORMAÇÕES:
Mapa de Quilombos – Fundação Palmares
Bandeira, Borba e Alves


2 comments

  1. Mario de Lima |

    Bom dia.
    Estou procurando informações sobre Negro Rugério e Benedito Meia-Légua.
    Não encontro nenhuma referência sobre se ambos se casaram, se tiveram filhos, etc.
    Podem me dar alguma informação neste sentido?
    Agradeço antecipadamente.
    Mario de Lima.

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