Fortaleza – Antiga Praça dos Mártires
Na Antiga Praça dos Mártires, em Fortaleza-CE, foram enforcados os integrantes do movimento nomeado “Confederação do Equador”.
IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Área do Passeio Público, Antiga Praça dos Mártires
Localização: Fortaleza-CE
Número do Processo: 744-T-1964
Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico: Inscr. nº 38, de 13/04/1965
Descrição: O Passeio Público de Fortaleza está localizado no centro da cidade. O local onde está localizado o Passeio era conhecido, originalmente, como Campo de Pólvora. Naquele local foram enforcados os integrantes do movimento nomeado “Confederação do Equador” (movimento insurgente contra o governo de D. Pedro I), o qual possuía caráter separatista e republicano. A forca permaneceu no local até 1831, ano da abdicação do Imperador, em detrimento de seu filho. Por este motivo, o Passeio também é conhecido como Praça dos Mártires. A construção da praça foi planejada pelo Presidente da Província do Ceará, José Felix de Azevedo, na década de 20 do século XIX. O local logo se transformou em ponto de encontro para a mocidade da cidade, possuindo, já no século XIX, uma pista de patinação e um espaço reservado para as feiras de quermesse. Além disso, a praça serviu de palco para acontecimentos importantes, como as reuniões dos grupos abolicionistas. A praça é formada de uma área ajardinada, decorada com estatuária de inspiração greco-romana. No local está situado o busto de Delmiro Gouveia, considerado o precursor da industrialização no Nordeste.
Fonte: Iphan.
Histórico do município: Capitania dependente, o Ceará teve a sua formação econômica iniciada no século XVII com a pecuária, para fornecer carne e tração à economia açucareira estabelecida na Zona da Mata. E Fortaleza, fundada em 13 de abril de 1726, ficou à margem.
Nessa fase, a cidade primaz era Aracati. Icó, Sobral e Crato também ocupavam o primeiro nível na hierarquia urbana no final do século XVIII. Ao contrário de Aracati, de Icó e de outras vilas setecentistas fundadas nas picadas das boiadas, Fortaleza achava-se longe dos principais sistemas hidrográficos cearenses – as bacias dos rios Jaguaribe e Acaraú – e, portanto, à margem da atividade criatória, ausente dos caminhos por onde a economia fluía no território.
Por todos os setecentos, a vila não despertou grandes interesses do Reino, não tendo desenvolvido qualquer atividade terciária. Mas, em 1799, coincidindo com o declínio da pecuária (a Seca Grande de 1790-1793 liquidou com a atividade), a Capitania tornou-se autônoma, passando a fazer comércio direto com Lisboa, através, preferencialmente, de Fortaleza, que se torna a capital.
De 1808 em diante, com a abertura dos portos, o intercâmbio estendeu-se às nações amigas e, em especial, à Inglaterra, para onde o Ceará fez, em 1809, a primeira exportação direta de algodão.
Como capitania autônoma, o Ceará ingressava então na economia agroexportadora. O viajante inglês Henry Koster, que, exatamente nessa época (1810), visitou Fortaleza, não a enxergava com otimismo: “Não obstante a má impressão geral, pela pobreza do solo em que esta Vila está situada, confesso ter ela boa aparência, embora escassamente possa este ser o estado real dessa terra. A dificuldade de transportes (…), e falta de um porto, as terríveis secas, [todos esses fatores] afastam algumas ousadas esperanças no desenvolvimento da sua prosperidade”.
Em 1822, com o Brasil independente, o Ceará passou a província; no ano seguinte, a vila de Fortaleza foi elevada a cidade, o que robusteceu o seu papel primaz, dentro já da política de centralização do Império. As propriedades agropecuárias da província, a principal riqueza de então, pertenciam a pouco mais de 1% da população livre. Dado que a Lei de Terras, de 1850, só fez contribuir para a concentração fundiária, estavam fincadas então as bases das desigualdades de renda e riqueza que, embora em menor proporção, observam-se até os dias atuais no Ceará e em Fortaleza.
Fonte: Prefeitura Municipal.
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os integrantes da Confederação do Equador não foram enforcados e sim fuzilados.