Fortaleza – Parque da Liberdade


Imagem: Prefeitura Municipal

O Parque da Liberdade foi tombado pela Prefeitura Municipal de Fortaleza-CE por sua importância cultural para a cidade.

COMPHIC – Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Histórico-Cultural
Nome Atribuído: Parque da Liberdade (Cidade da Criança)
Localização: Fortaleza-CE
Resolução de Tombamento: Lei n° 6.837/1991

Descrição: O Parque da Liberdade foi construído onde antes foi a Lagoa do Garrote, que era formada pela junção das águas de dois riachos: um vindo da atual praça Clóvis Beviláqua e outro que vinha pela atual Duque de Caxias. Rodolfo Teófilo, em seu livro História da Seca do Ceará, assim se pronuncia: “Na Boulevard da Duque de Caxias havia um riacho, onde a meninada se divertia pescando piabas e carás.”

Estes dois cursos d’água juntavam-se na altura das atuais ruas Floriano Peixoto, Major Facundo e Assunção, desaguando onde hoje é a Cidade da Criança, construída nos primeiros anos da República pelo engenheiro Romualdo de Barros, no governo do Coronel Ferraz, o qual foi denominado, em 1890, de Parque da Liberdade em homenagem à libertação dos escravos; na entrada principal, ao lado da Igreja Coração de Jesus, na rua Pedro Pereira, foi erguida uma estátua de um índio quebrando os grilhões. No primeiro centenário da Independência do Brasil recebe o nome de Parque da Independência; em 1936 é criada oficialmente a Cidade da Criança, que passa a funcionar como uma escola pré-primária, para crianças de 3 a 7 anos de idade, sob a supervisão do Estado.

Para melhor funcionamento da escola são construídas novas edificações para abrigar atividades escolares, bem como atividades físicas e sociais dos estudantes; ressalta-se que neste período o pais encontrava-se em pleno Estado Novo, em que o sentimento nacionalista moldou um novo modelo de educação que estava sendo posto em prática.

Segundo Gustavo Barroso, a estátua do Netuno, deus romano da água, que estava no Passeio Público, foi levada para a Lagoa do Garrote e depois não mais se encontrava neste local, não havendo mais informações a seu respeito. A Lagoa do Garrote também era ponto de descanso dos comboieiros, que demandavam do interior, segundo cronistas da época, inclusive o próprio Gustavo Barroso cita Hugo Vitor como tendo estudado a historia da capital cearense e constatado este fato!

A urbanização ou aformoseamento do Parque da Liberdade passou a ser uma aspiração da população da cidade, pois o artigo XLVI do estatuto da Padaria Espiritual, grêmio literário criado na última década do século XIX assim anunciava: “Pugnar-se-á pelo aformoseamento do Parque da Liberdade e pela boa conservação da cidade em geral”. Aformoseamento este que viria mais tarde com a construção de uma pequena ilha, como o templo do amor, onde se encontra a estátua do deus Cupido.

Em 1991 a Cidade da Criança passa a ser protegida como patrimônio histórico e cultural da cidade de Fortaleza. Com a criação da Fundação da Criança e da Família Cidadã (FUNCI), passa a ser sede da referida Fundação, desenvolvendo atividades socioeducativas e festivas, bem como o acolhimento de crianças em situação de vulnerabilidade.
Fonte: SeCult.

Histórico do município: Capitania dependente, o Ceará teve a sua formação econômica iniciada no século XVII com a pecuária, para fornecer carne e tração à economia açucareira estabelecida na Zona da Mata. E Fortaleza, fundada em 13 de abril de 1726, ficou à margem.

Nessa fase, a cidade primaz era Aracati. Icó, Sobral e Crato também ocupavam o primeiro nível na hierarquia urbana no final do século XVIII. Ao contrário de Aracati, de Icó e de outras vilas setecentistas fundadas nas picadas das boiadas, Fortaleza achava-se longe dos principais sistemas hidrográficos cearenses – as bacias dos rios Jaguaribe e Acaraú – e, portanto, à margem da atividade criatória, ausente dos caminhos por onde a economia fluía no território.

Por todos os setecentos, a vila não despertou grandes interesses do Reino, não tendo desenvolvido qualquer atividade terciária. Mas, em 1799, coincidindo com o declínio da pecuária (a Seca Grande de 1790-1793 liquidou com a atividade), a Capitania tornou-se autônoma, passando a fazer comércio direto com Lisboa, através, preferencialmente, de Fortaleza, que se torna a capital.

De 1808 em diante, com a abertura dos portos, o intercâmbio estendeu-se às nações amigas e, em especial, à Inglaterra, para onde o Ceará fez, em 1809, a primeira exportação direta de algodão.

Como capitania autônoma, o Ceará ingressava então na economia agroexportadora. O viajante inglês Henry Koster, que, exatamente nessa época (1810), visitou Fortaleza, não a enxergava com otimismo: “Não obstante a má impressão geral, pela pobreza do solo em que esta Vila está situada, confesso ter ela boa aparência, embora escassamente possa este ser o estado real dessa terra. A dificuldade de transportes (…), e falta de um porto, as terríveis secas, [todos esses fatores] afastam algumas ousadas esperanças no desenvolvimento da sua prosperidade”.

Em 1822, com o Brasil independente, o Ceará passou a província; no ano seguinte, a vila de Fortaleza foi elevada a cidade, o que robusteceu o seu papel primaz, dentro já da política de centralização do Império. As propriedades agropecuárias da província, a principal riqueza de então, pertenciam a pouco mais de 1% da população livre. Dado que a Lei de Terras, de 1850, só fez contribuir para a concentração fundiária, estavam fincadas então as bases das desigualdades de renda e riqueza que, embora em menor proporção, observam-se até os dias atuais no Ceará e em Fortaleza.
Fonte: Prefeitura Municipal.

MAIS INFORMAÇÕES:


Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *