Fortaleza – Passeio Público
O Passeio Público foi tombado pela Prefeitura Municipal de Fortaleza-CE por sua importância cultural para a cidade.
COMPHIC – Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Histórico-Cultural
Nome Atribuído: Passeio Público
Localização: Fortaleza-CE
Resolução de Tombamento: Lei n° 7.461/1993
Descrição: A Praça dos Mártires, também conhecido como Passeio Público, é a mais antiga praça da cidade. Além da bela vista para o mar, a praça possui como atrativos naturais diversas árvores centenárias, como o famoso baobá plantado por Senador Pompeu em 1910. Seu nome atual foi definido em 11 de janeiro de 1879 pela Câmara Municipal de Fortaleza.
Em 1864, foi iniciada a construção da mais antiga Praça de Fortaleza: o Passeio Público. Na época, o local era dividido em três planos destinados às classes rica, média e baixa. Ao longo dos anos, recebeu vários nomes, sendo chamado de Campo da Pólvora, Largo de Fortaleza, Largo do Paiol, Largo do Hospital da Caridade, Praça da Misericórdia e, a partir de 1879, Praça dos Mártires, por ter sido palco da execução pública de revolucionários da Confederação do Equador. Embora o seu nome oficial seja Praça dos Mártires, o local é conhecido pelos fortalezenses como Passeio Público.
O local passou por um processo de requalificação, sendo aberto em plenas condições para usufruto em 2007. Em 2010, o Passeio torna-se a primeira Praça Conectada da cidade com acesso gratuito à internet banda larga sem fio com velocidade de conexão de 4MB.
A Prefeitura de Fortaleza, através da Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor), promove no Passeio Público o Projeto Sol Maior. Todos os sábados, instrumentistas experientes e novos talentos do cenário cearense se apresentam a partir do meio dia.
Já no último sábado de cada mês, a partir das 14h30, o Projeto Baião Ilustrado realiza um encontro voltado para profissionais e estudantes das áreas de design, publicidade e ilustração. Aqueles que gostam de desenhar e querem se
aproximar da arte da ilustração também são convidados.
Aos domingos, a partir das 9h, o Piquenique no Passeio traz ao público infantil uma programação que une descanso e diversão.
O Passeio Público foi tombado em nível federal pelo Decreto-lei 25 de 30/11/1937 e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 13/04/1965, de acordo com Processo n 744-T-64 Livro de tombo arqueológico, etnográfico e paisagístico / inscrição 38, sendo mantido pela Prefeitura de Fortaleza, através da Secretaria Executiva Regional do Centro de Fortaleza (Sercefor).
Fonte: SeCult.
Histórico do município: Capitania dependente, o Ceará teve a sua formação econômica iniciada no século XVII com a pecuária, para fornecer carne e tração à economia açucareira estabelecida na Zona da Mata. E Fortaleza, fundada em 13 de abril de 1726, ficou à margem.
Nessa fase, a cidade primaz era Aracati. Icó, Sobral e Crato também ocupavam o primeiro nível na hierarquia urbana no final do século XVIII. Ao contrário de Aracati, de Icó e de outras vilas setecentistas fundadas nas picadas das boiadas, Fortaleza achava-se longe dos principais sistemas hidrográficos cearenses – as bacias dos rios Jaguaribe e Acaraú – e, portanto, à margem da atividade criatória, ausente dos caminhos por onde a economia fluía no território.
Por todos os setecentos, a vila não despertou grandes interesses do Reino, não tendo desenvolvido qualquer atividade terciária. Mas, em 1799, coincidindo com o declínio da pecuária (a Seca Grande de 1790-1793 liquidou com a atividade), a Capitania tornou-se autônoma, passando a fazer comércio direto com Lisboa, através, preferencialmente, de Fortaleza, que se torna a capital.
De 1808 em diante, com a abertura dos portos, o intercâmbio estendeu-se às nações amigas e, em especial, à Inglaterra, para onde o Ceará fez, em 1809, a primeira exportação direta de algodão.
Como capitania autônoma, o Ceará ingressava então na economia agroexportadora. O viajante inglês Henry Koster, que, exatamente nessa época (1810), visitou Fortaleza, não a enxergava com otimismo: “Não obstante a má impressão geral, pela pobreza do solo em que esta Vila está situada, confesso ter ela boa aparência, embora escassamente possa este ser o estado real dessa terra. A dificuldade de transportes (…), e falta de um porto, as terríveis secas, [todos esses fatores] afastam algumas ousadas esperanças no desenvolvimento da sua prosperidade”.
Em 1822, com o Brasil independente, o Ceará passou a província; no ano seguinte, a vila de Fortaleza foi elevada a cidade, o que robusteceu o seu papel primaz, dentro já da política de centralização do Império. As propriedades agropecuárias da província, a principal riqueza de então, pertenciam a pouco mais de 1% da população livre. Dado que a Lei de Terras, de 1850, só fez contribuir para a concentração fundiária, estavam fincadas então as bases das desigualdades de renda e riqueza que, embora em menor proporção, observam-se até os dias atuais no Ceará e em Fortaleza.
Fonte: Prefeitura Municipal.
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