Juiz de Fora – Padaria Glória


Imagem: Google Street View

O Imóvel à R. Halfeld, Padaria Glória, foi tombado pela Prefeitura Municipal de Juiz de Fora-MG por sua importância cultural para a cidade.

Prefeitura Municipal de Juiz de Fora-MG
Nome atribuído: Imóvel localizado na Rua Halfeld nº 199/ 203/ 207 (Volumetria e fachada da rua Halfeld)
Localização: R. Halfeld, nº 199/ 203/ 207 – Juiz de Fora-MG
Decreto de Tombamento: Decreto n° 6753/2000

Descrição: No caso específico do prédio onde se localiza a Padaria Glória, o prédio se insere no ecletismo mais simplificado. É um dos mais antigos representantes da arquitetura do início do século na Praça da Estação.

Constitui elemento essencial no contexto da referida praça, considerada um dos mais importantes monumentos da
cidade. (Segundo a Carta de Veneza, a noção de monumento histórico compreende a criação arquitetônica isolada bem como o sítio urbano ou rural que dá testemunho de uma civilização particular, de uma evolução significativa ou de um acontecimento histórico. Estende-se não só às grandes criações mas também às obras modestas que adquirem com o tempo uma significação cultural).

Ainda sob a influência da implantação tradicional – que passava, nessas primeiras décadas do início do século XX, por modificações significativas – o edifício segue o alinhamento da rua e aproveita toda a testada do lote, mantendo as paredes laterais sobre os limites do mesmo.

A simplicidade da ornamentação é característica do período histórico em que foi construído, mas nota-se, desde já, o início da influência neoclássica no conjunto da praça, aqui identificada pela presença dos “elementos ascendentes” – as pilastras ornadas com pendentes, as formas curvas do coroamento e as volutas estilizadas que “erguem” a concha no frontão central – que ampliam a perspectiva e dão um ar de magnitude ao edifício; e a divisão horizontal da construção, que pode ser comparada à divisão de uma coluna clássica: o térreo referindo-se à
base, sinônimo de solidez e segurança; o segundo pavimento, ao corpo ou fuste; e o coroamento ao capitel.

Nota-se uma perfeita simetria na composição da fachada. Verticalmente, é dividida em três segmentos bem
marcados. Como é característico da arquitetura eclética, o segmento central aparece especialmente destacado, com a presença do balcão, basicamente trabalhado em ferro, o frontão (descrito anteriormente) e o par de janelas
rasgadas. Os segmentos laterais, apesar de apresentarem vãos com dimensões um pouco maiores em se manter a
continuidade e o equilíbrio da linguagem, vistos na utilização dos balcões entalados, nas vergas retas e nos ornatos semicirculares sobre as mesmas, conferindo harmonia entre as partes através da proporção.

A cobertura é feita em três águas com telhas do tipo francesa. Nela, destaca-se o lanternim, mirante que
alteia-se sobre o último piso da construção, utilizado no período eclético como uma forma de se dominar a
paisagem circundante. Sua cobertura em duas águas é arrematada por lambrequins, uma espécie de rendilhado de
peças de madeira, cuja influência deve-se aos imigrantes que chegaram ao Brasil no século XIX.

Outro detalhe curioso é encontrado no pavimento térreo dedicado às atividades comerciais: trabalho em ferro
feito nas bandejas das portas a fim de garantir a ventilação das lojas, então exigida pela prefeitura da época como
medida de salubridade.
Fonte: Genovez, Leite, Gawryszewski, Fraga.

Histórico do município: Juiz de Fora nasce de uma estrada batizada “Caminho Novo”, construída pela Coroa Portuguesa para facilitar o escoamento do ouro até o porto do Rio de Janeiro. Da ocupação da região surgiu o povoado Santo Antônio do Juiz de Fora, mais tarde elevado à categoria de cidade, com o nome Juiz de Fora.
Aqui despontou a primeira hidrelétrica de grande porte da América do Sul, a Usina de Marmelos Zero, tornando a cidade conhecida como “Farol de Minas”. Mais tarde, seu forte desenvolvimento no setor industrial fez da “Manchester Mineira” a cidade mais importante do estado.
Fonte: Prefeitura Municipal.

MAIS INFORMAÇÕES:
Genovez, Leite, Gawryszewski, Fraga
Prefeitura Municipal


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