Juiz de Fora – Villa Iracema


Imagem: Google Street View

A Villa Iracema, em Juiz de Fora-MG, é um solar construído em 1914 pelo arquiteto Rafael Arcuri para a Sra. Olympia Peixoto.

Prefeitura Municipal de Juiz de Fora-MG
COMPPAC – Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural
FUNALFA – Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage

Nome atribuído: Villa Iracema
Localização: R. Espírito Santo, n° 651 – Juiz de Fora-MG
Decreto de Tombamento: Decreto n° -, de 1999

Descrição: O solar foi construído em 1914 pelo arquiteto Rafael Arcuri para a Sra. Olympia Peixoto – portuguesa enriquecida residente na cidade e que deu ao imóvel o nome de Villa Olympia. Dez anos depois foi alugado para o casal José Raphael e Iracema de Souza Antunes que após três meses residindo no solar optou pela compra do imóvel que, passou a ser chamado de Villa Iracema em homenagem à nova proprietária Curiosamente, foi a primeira residência em Juiz de Fora com piscina desde sua construção. Com a morte de Raphael Antunes , a casa foi mantida pelos herdeiros embora atualmente encontre-se vazia.

A edificação em tela, sob influências ecléticas e Art Nouveau, representa um dos edifícios mais significativos da cidade, ocupando posição de destaque, na opinião popular, como obra de relevante valor arquitetônico-artístico dentre os bens de interesse cultural em Juiz de Fora.
Seus dois pavimentos, que se erguem sobre porão alto, desenvolvem-se em forma de “L”, sendo compostos por dois corpos – um recuado e outro avançado – ligados pela varanda frontal oblíqua, evitando a monotonia de composição. Implanta-se no centro do terreno, o que lhe permite estar totalmente solta dos limites do mesmo. Conservando, porém, o paralelismo em relação a estes, apesar de encontrar-se ligeiramente rotacinada para o leste, através da colocação da varanda no lado direito. O acesso principal é feito pela varanda oblíqua e o de serviço, pela lateral direita (onde hoje funciona um estacionamento).

No primeiro pavimento, o corpo avançado apresenta vão com janela tripartida, sendo as duas laterais – igualmente estreitas, com verga reta, esquadrias de madeira divididas em diversos caixilhos retangulares e sem bandeira fixa – e uma central, com esquadria de madeira em duas folhas, dividida em caixilhos retangulares e bandeira fixa em abaleta na parte inferior. A verga, em forma de arco-de-círculo, é ornada por pequenos circulo, “apoiando” a sobreverga e o painel de azulejos em meio relevo. A decoração em estuque fica por conta dos festões que formam guirlandas sob o parapeito da janela, da cartela com elementos florais em cascata ao lado do painel de azulejos, e da haste helicoidal que sugere um “parafuso” prendendo os dois pavimentos em sua divisão, ou seja, na cornija perfilada.
A varanda oblíqua, que une os dois volumes do térreo, é acessada por uma escadaria ornada em suas laterais, por estátuas lampadófaras sob pedestais e jarros. A varanda tem como principal objetivo, proteger e destacar o acesso principal da casa, estando protegida por guarda-corpo em balaustrada retilínea. O vão da porta é ornado por moldura saliente de estuque, onde encontram-se moldados diversos motivos florais ladeando uma cabeça de leão. A porta destaca-se ao centro da composição, sendo feita de madeira em duas folhas, assim como as almofadas curvilíneas que a ornamentam. Como na moldura da porta, a sobreverga do vão da varanda é dividido em três partes, por folhas de acanto, cada parte com uma cabeça de leão central ladeada por motivos florais.
O corpo recuado, apresenta vão único bastante estreito, com esquadria fina de madeira dividida em diversos caixilhos retangulares e bandeira fixa. O parapeito é “sustentado” por elemento floral pendente. Sobre a verga reta encontram-se pequenos círculos de estuque e um lindo painel de azulejos em meio relevo na cor violeta e rosas vermelhas, material de luxo provavelmente importado da Europa. Separando os pavimentos, há uma larga cornija perfilada.
Junto a este volume foi construído uma varanda lateral sua planta baixa retangular com face alongada em forma de semicírculo. A varanda é protegida por guarda-corpo em balaustrada retilínea decorada. As arestas superiores são recortadas em desenhos geométricos que “apoiam” a sobreverga decorada, como na varanda oblíqua, com cabeças de leão e motivos florais. Sobre a varanda, aparece um terraço, com o mesmo desenho de planta baixa, sustentada por finas colunas com pequenos capitéis sugeridos e protegido por balaústres.

No segundo pavimento nota-se no corpo avançado a presença de janela tripartida separada por estreitas pilastras, sendo: duas laterais iguais, que se diferenciam da central apenas pelas reduzidas dimensões que apresentam. As esquadrias destas três janelas são de madeira, divididas em pequenos caixilhos retangulares e com bandeira fixa, com vergas em arco pleno O balcão sacado em balaustrada é suntuosamente apoiado por consolos que sugerem mãos-francesas e que destacam-se do plano da fachada.

Emoldurando todo esse conjunto, há a sobreverga em arco de cesta, decorada por elementos salientes de estuque e duas pilastras laterais com elementos antropomórficos e flores em cascata. Em cima da sobreverga, nota-se a presença do chamado ornato em bossagem, ou seja, linhas que riscam a massa sugerindo cantaria. Arrematando a composição, ao alto, aparece a cornija perfilada, e sobre esta, a platibandavazada por formas curvas e ornada por elementos de ferro onde aparece o nome da edificação: “Vila Iracema”. Lateralmente, a platibanda é interrompida por pilaretes.

A varanda oblíqua, apoiada em colunas com pequenos capitéis, é protegida por guarda-corpo em balaustrada e base de ferro que também pode ser usada como jardineira. Essa varanda destaca-se por sua inusitada cobertura de ferro e vidro sustentada por finas pilastras de ferro, muito usada em construções art nouveau. Aqui, a platibanda é vazada por quartos de circulo emoldurados por volutas auriculares e limitada por pilaretes.

O corpo recuado apresenta um único vão, estreito, cuja esquadria em madeira divide-se em caixilhos e bandeira fixa mais larga, em arco pleno, emoldurada por faixa saliente de estuque que transforma-se, nas extremidades, em espécie de caracóis com folhagens pendentes. 0 “balcão enrolado” é apenas sugerido sob o parapeito da janela, sendo ornado por arremate central com tiras e sulcos e sustentado por fivelas laterais. Com tratamento de torreão, sua cobertura trapezoidal é recoberta por placas de zinco, com elementos de ferro em forma de ponta-de-lança na extremidade superior. A platibanda é vazada por dois semicírculos e limitada por pilaretes com folhagens pendentes.

Destacam-se, na parte frontal da casa, os canteiros delimitados por elementos curvilíneos, o chafariz com bacia em forma de estrela e haste com flores de onde, provavelmente, jorrava a água, e os pedestais que sustentam os grandes jarros com pés de leão, ligados ao corpo da casa por folhas de acanto em voluta. A abertura do porão, denominada seteira, compõe-se de um retângulo e dois semicírculos, gradeada por barras de ferro ornadas com rosetas.

Por fim, protegendo toda a construção no alinhamento da calçada, encontra-se o magnífico gradil de ferro, trabalhado com barras verticais, circulares, encurvadas e retangulares, ornadas por rosetas e pontas de lança. Separando-as, encontram-se pilaretes sobre base, ambos de alvenaria. A entrada é destacada por pórtico constituído de dois pilares de alvenaria, ornados por frutos e flores em cascata, que sustentam, cada um, um grande jarro de flores e uma cartela, onde ainda encontra-­se seu antigo número inscrito: 365.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Descrição: Localizado na rua Espírito Santo, o imóvel foi construído em 1914 pelo arquiteto Rafael Arcuri a pedido da Sra. Olympia Peixoto, uma rica portuguesa residente na cidade, e que deu ao imóvel o nome de Villa Olympia. Após dez anos este imóvel foi alugado para o casal José Raphael e Iracema de Souza Antunes que após três meses optou pela compra do solar que, passou a ser chamado de Villa Iracema. Um fato curioso desta residência é que esta foi a primeira em Juiz de Fora a ter piscina. Com a morte de Raphael Antunes , a casa foi mantida pelos herdeiros embora atualmente encontre-se vazia.
Como presente para o centenário do imóvel, cuja inauguração foi em 1918, o atual proprietário, o Instituto Oncológico (Hospital 9 de Julho), iniciou a restauração de toda a fachada do imóvel.
A casa possui influências ecléticas e art nouveau exibe materiais luxuosos, importados da Europa, como os azulejos em meio relevo que enfeitam a fachada. Representando a sua segunda ocupação, o imóvel configurou-se como um importante espaço de encontro dos amantes das artes e da aristocracia juiz-forana.
Segundo Marcos Olender,
“ao restaurar o proprietário, ele está ajudando a resgatar a memória de uma cidade, a memória de uma rua tão importante da nossa cidade, como também de um exemplar que tem uma importância não digo só municipal, nem só estadual, como nacional. Eu considero esse exemplar da arquitetura nouveau, um dos mais importantes que temos aqui no Brasil…”
De acordo com a opinião popular, se destaca como uma obra de relevante valor arquitetônico-artístico dentre os patrimônios culturais de Juiz de Fora.
Dados: Divisão de Patrimônio da Prefeitura de Juiz de Fora (org). Guia dos Bens Tombados de Juiz de Fora. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 2002.
Fonte: UFJF.

Histórico do município: Juiz de Fora nasce de uma estrada batizada “Caminho Novo”, construída pela Coroa Portuguesa para facilitar o escoamento do ouro até o porto do Rio de Janeiro. Da ocupação da região surgiu o povoado Santo Antônio do Juiz de Fora, mais tarde elevado à categoria de cidade, com o nome Juiz de Fora.
Aqui despontou a primeira hidrelétrica de grande porte da América do Sul, a Usina de Marmelos Zero, tornando a cidade conhecida como “Farol de Minas”. Mais tarde, seu forte desenvolvimento no setor industrial fez da “Manchester Mineira” a cidade mais importante do estado.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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