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A Igreja de São Lourenço dos Índios, em Niterói-RJ, foi construída em pedra e cal, tem linhas arquitetônicas simples, muito representativa que foi o traço marcante na arquitetura dos padres jesuítas.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Igreja de São Lourenço dos Índios
Localização: Ladeira de São Lourenço – Niterói – RJ
Número do Processo: 163-T-1938
Livro do Tombo Histórico: Inscr. nº 247, de 12/10/1948

Descrição: A construção da Igreja de São Lourenço dos Índios, feita em pedra e cal, tem linhas arquitetônicas simples, muito representativa que foi o traço marcante na arquitetura dos padres jesuítas. A fachada principal é constituída de porta de madeira de folha dupla almofadada, com molduras de pedra, bem como as três janelas existentes na altura do coro. No interior, a igreja possui altar-mor que representa uma ampliação do estilo dos altares laterais. Ao fundo, pode-se observar um painel, discretamente colocado, visando ocultar uma janela existente. O centro do altar é ocupado pela imagem de São Lourenço ostentando as vestes de diácono. Nos vãos laterais há, ainda, outras pequenas imagens compondo os lugares ali existentes. Na base do altar-mor pode-se observar em quadro central, esculpido em mármore, a cena do suplício de São Lourenço. Ladeando o referido quadro, há ornatos também em relevo, representando turíbulos queimando incenso, e a vinha e o trigo simbolizando o sangue e o corpo de Deus. Apesar de algumas perdas, que se deram ao longo do tempo, ainda existem na Igreja de São Lourenço dos Índios, algumas relíquias de valor incalculável: o retábulo de madeira – considerado pelo arquiteto Lúcio Costa, como o mais belo exemplar brasileiro da arte jesuítica, a imagem de São Lourenço (obra-prima de santeiros portugueses do XVII), um lavabo de pedra portuguesa, o púlpito de madeira e uma magnifica pia batismal.
Considerada um símbolo para a construção da identidade dos niteroienses, a origem da Igreja de São Lourenço dos Índios está relacionada ao assentamento indígena que se deu, no fim do século XVI, no espaço hoje ocupado pela cidade de Niterói. Essas terras foram povoadas a partir da doação, em 16 de março de 1568, de uma sesmaria ao chefe termiminó Araribóia, por serviços prestados na expulsão dos franceses. Os registros históricos mostram que, desde o início da ocupação desta área, a presença religiosa se fazia marcante. A carta do Padre Gonçalo de Oliveira, datada de 1570, já anunciava uma primeira capela, em taipa, que localizava-se no alto de um morro da Aldeia de São Lourenço dos Índios. Esta edificação primitiva cederá lugar a uma outra, inaugurada em 10 de agosto de 1586, com a representação do Auto de S. Lourenço. Nesta época, a ermida era, ainda, ma capela tosca e pequena, e já antes de 1627, os jesuítas substituíram por um templo mais próprio. Um século mais tarde, passou por novas modificações e, em 1769, a capela foi reconstruída, tomando a fisionomia que ainda hoje conserva, apesar das reformas que sofreu no século XIX. Com isso, a igreja de São Lourenço dos Índios pode ser considerada um marco do primeiro assentamento lusitano do lado oriental da baía da Guanabara.
Fonte: Iphan.

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