Pará de Minas – Guardas de Congado


Imagem: Prefeitura Municipal

Os Guardas de Congado foram registrados pela Prefeitura Municipal de Pará de Minas-MG por sua importância cultural para a cidade.

Prefeitura Municipal de Pará de Minas-MG
Nome atribuído: Guardas de Congado (Formas de Expressão)
Localização: Pará de Minas-MG
Livro de Registro das Formas de Expressão
Plano de salvaguarda

Descrição: -As Guardas de Congo de Pará de Minas fazem parte do trabalho cultural numa das três dimensões norteadas pelo MinC: dimensão simbólica, uma vez que elas valorizam os saberes, as crenças, o patrimônio imaterial, como forma de proteção e continuidade do conhecimento tradicional.
O diálogo intercultural está presente nas ações do congado, pois levam a tradição a outras comunidades por meio de suas apresentações, de forma especial, em eventos religiosos e em festividades organizadas pelo poder público ao longo do ano. As exibições ocorrem, em sua maioria, no município de Pará de Minas, também sendo realizados anualmente encontros de congadeiros em outras cidades mineiras, com abrangência regional, tais como: Abaeté, Azurita, Betim, Belo Horizonte, Bom Despacho, Campos Altos, Contagem, Divinópolis, Esmeraldas, Igarapé, Itatiaiuçu, Itaúna, Juatuba, Leandro Ferreira, Nova Lima, Nova Serrana, Onça de Pitangui, Santa Luzia, São José de Esmeraldas, São José do Salgado, São José da Varginha, entre outras.
O objetivo das Guardas de Gongo é integrar-se às outras comunidades e divulgar a tradição e a cultura da Congada pará-minense, além de formar mestres para as próximas gerações do Congado e garantir a preservação e continuidade das ações.
As Guardas de Congo contam em sua organização com um presidente e um número variável de integrantes. Segundo levantamento realizado em 2018, todas as guardas mantiveram o mesmo número de integrantes do ano anterior, em relação aos presidentes também não ocorreu nenhuma mudança, sendo assim constituída as Guarda: Raimunda Nonata Coelho Souza é a presidente da Guarda de Moçambique Nossa do Rosário e Santa Isabel – Os Nonatos, que conta com aproximadamente 34 integrantes; Raimundo Geraldo Magela Machado é o presidente da Guarda de Congo da Sagrada Família de Nossa Senhora do Rosário, que possui aproximadamente 40 integrantes; José Leandro da Silva é o presidente da Guarda de Marinheiro Nossa Senhora do Rosário e Santo Antônio do Paiol, com aproximadamente 28 integrantes; Amaral Antônio Rezende é o presidente da Guarda de Congo Marinheiro de Santa Clara, com aproximadamente 34 integrantes e Marta Auxiliadora dos Santos coordena a Guarda Mirim de Santa Efigênia e São Benedito, formada por 36 integrantes. Entre os referidos congadeiros, encontram-se crianças, jovens, adultos e idosos de ambos os sexos, todos envolvidos pela tradição e pela fé em Nossa Senhora do Rosário e, no caso da Guarda Mirim, em Santa Efigênia e São Benedito.
Os ensaios são realizados, principalmente, entre os meses de março a novembro, normalmente uma vez por mês. Atualmente, os ensaios ocorrem com regularidade, dependendo da disponibilização de espaços que, na maioria das vezes, revelam-se como a casa dos presidentes das Guardas, praças públicas e principalmente o salão paroquial da Igreja de Santo Antônio no bairro Santos Dumont.
Nos dias de eventos as Guardas do município trabalham conjuntamente. E, a cada festividade, um grupo diferente fica responsável pela organização, seguindo também as solicitações dos padres e da comunidade. Na organização dos eventos, observa-se a
cooperação entre as Guardas,: o grupo de Moçambique organiza o folguedo e os demais Ternos de Congo ficam atentos às solicitações dos Moçambiqueiros na emissão dos comandos do evento. E assim se sucede para cada organização. A grande festa para os congadeiros, chamada por eles de “festa maior”, a Festa do Rosário, que em 2018 aconteceu no dia 11 de novembro, marcando o 26º Encontro Regional de Congadeiros, na Paróquia Santo Antônio, Bairro Santos Dumont, em Pará de Minas, contou com a presença de cerca de mais de 1.000 congadeiros de onze guardas, além do público presente; tendo a participação das guardas: Guarda Catupé Tamboril de Dores do Indaiá, Guarda Marujinhos Nossa Senhora do Rosário de Araçaí, Congada Osvaldo do Dote da cidade de Araújos, Guarda São João de Onça de Pitangui, Guarda Nossa Senhora do Rosário de Soledade de Pequi, Guarda Nossa Senhora Imaculada Conceição de Urucuia; além das guardas de Pará de Minas.
Nas apresentações em geral, as Guardas caminham pelas ruas da cidade, no entorno das igrejas, nos vários bairros, celebrando sua religiosidade em todas essas ambiências.
Anualmente, as cinco Guardas da cidade também se apresentam nas proximidades das Igrejas de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, situada na rua Pouso Alegere, s/nº, no bairro Nossa Senhora de Fátima e na Igreja de Santo Antônio, situada na rua Lagoa Formosa, s/nº, no bairro Santos Dumont. Durante o evento, os congadeiros andam com suas indumentárias, alguns com suas roupas brancas e outros com vestimentas coloridas, cantando e dançando, munidos de instrumentos musicais e dos estandartes do Congado. Os instrumentos utilizados pelas Guardas são a gunga (ou campanha), patagungo, as caixas (que são tambores de madeira trançado de corda), o patangol, viola, xique-xique, sanfona, reco-reco, cavaquinho, pandeiros, tamborins e violão. No dia 6 de junho de 2018, no Museu Histórico de Pará de Minas – Muspam, foi inaugurada a exposição “Relíquias da Irmandade dos Nonatos – Tradição e Fé”.
A mostra deve como finalidade divulgar e valorizar a história da Guarda de Moçambique Nossa do Rosário e Santa Isabel – Os Nonatos, grupo de Congado mais antigo do município de Pará de Minas, contando a sua formação desde a época da escravatura e com uma expressão religiosa fortíssima em nosso município. A presidente D. Raimunda Nonata Coelho de Souza, que também é a Rainha Perpétua do grupo, subiu a rampa do Museu com seus cantos, tambores e gungas, inaugurando a exposição de testemunhos materiais que evocam a história da Irmandade. Logo após a abertura da exposição foi oferecido a todos um farto café com quitandas, principalmente biscoitos produzidos na cidade, uma vez ser o Ofício das Biscoiteiras também um Bem Imaterial Registrado.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Histórico do município: O topônimo Pará, segundo opinião do indianólogo Batista Caetano de Almeida e do engenheiro Teodoro Sampaio, significa rio volumoso, caudal, e colecionador de águas, sendo “de Minas” apenas um aditivo destinado a distinguir o município mineiro do Estado do Pará.
Os primórdios da povoação que deu origem à atual cidade do Pará de Minas remontam aos fins do século XVII, quando, em intenso movimento, dirigiam-se para as Minas de Pitangui as “bandeiras paulistas”. No roteiro que acompanhava os rios, lançavam-se os audazes aventureiros em busca do ouro, deixando trilhas aos pósteros.
Em um desses caminhos, nos territórios que se estendem entre os rios Paraopeba e São João, surgiu um ponto de pouso, às margens do ribeirão do Paciência e, nesse local, entre muitos outros, fixou-se o mercador português de nome Manoel Batista, alcunhado o “Pato-Fôfo”, que deliberou, mais tarde, abandonar o comércio que mantinha com os bandeirantes paulistas e explorar uma fazenda existente nas margens do Paciência. Seu apelido, segundo tradição, originou-se do fato de ter aquele português, que era muito gordo, a vaidade de querer passar por homem de grandes posses.
Manoel Batista foi, assim o desbravador da região e um dos seus primeiros moradores, tendo resultado dos seus esforços a construção da primeira capela local, que, em sua homenagem, foi cognominada “Capela de Nossa Senhora da Piedade do Patafufo” (corrutela de Pato Fôfo). Também o arraial que começou a se formar no local chamou-se, inicialmente “Arraial do Patafufo”.
Fonte: IBGE.

FOTOS:

MAIS INFORMAÇÕES:
Prefeitura Municipal
IBGE
Prefeitura Municipal


Deixe um Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *