Poços de Caldas – Antigo Mercado Municipal


Imagem: Google Street View

O Antigo Mercado Municipal foi tombado pela Prefeitura Municipal de Poços de Caldas-MG por sua importância cultural para a cidade.

Prefeitura Municipal de Poços de Caldas-MG
Nome atribuído: Antigo Mercado Municipal – Atual Casa Carneiro
Localização: R. Assis Figueiredo, nº 770 e R. Pernambuco, nº 730, 734 e 740 – Poços de Caldas-MG
Processo de Tombamento: Processo de Tombamento n° 25/P1

Descrição: O primeiro edifício para o mercado foi construído em 1890, por ordem da Câmara Municipal. Para a construção foi contratado José Carlos Garibaldi. Esta edificação consistia em um alpendre de 11 X 7m, pé direito de 2,50m, coberto com telhas nacionais e ladrilhos de tijolos. Situava-se na esquina da Rua da Vala (Atual Avenida Francisco Salles) com a Rua Marquês do Paraná (Atual Rua Assis Figueiredo), no local onde hoje se encontra a Casa Carneiro.

No ano seguinte o mercado foi ampliado, criando um anexo de 50,00m² para depósito de animais. Funcionava em precárias condições higiênicas, pois os animais e os alimentos ficavam juntos. Segundo Pedro Sanches em seu livro “As Águas Thermaes de Poços de Caldas” …”era um edifício tosco, pequeno, imundo e grotesco.”

Não se sabe ao certo o que aconteceu com essa edificação. Algumas fontes dizem que ela foi reformada, outras que foi demolida. O que se sabe é que as novas instalações foram inauguradas em 1903. A construção foi contratada com o Sr. Antônio José Loureiro.

Para evitar o depósito dos produtos no chão foram construídos balcões de cimento com 1,00m de altura por 0,60m de largura em cômodos separados por grades de madeira, e foram erguidos ainda quatro galinheiros, introduzindo-se modificações nos portões, caixilhos, etc. (Homero Benedicto Ottoni, em “Poços de Caldas”, p. 167).

A próxima reforma foi feita pelo italiano Manoel Luiz Zuanella com projeto dos irmãos Otto e José Piffer, contratados por Francisco Escobar, que exercia a função de prefeito. Foi edificada a ala voltada a Av. Francisco Salles, com o pé direito mais alto, as grades de ferro deram lugar aos basculantes de vidro e a fachada valorizada com a bonita torre, que só ficou pronta em 1916.

Outras modificações foram feitas pelos próximos prefeitos, tais como remodelação da parte interna em 1919 e substituição das telhas e pintura interna e externa. Essas intervenções deram um novo aspecto ao prédio e fez com que ele se tornasse parte dos álbuns de fotografia da época.

Com o crescimento da cidade, fez-se necessário uma nova ampliação no mercado, sendo reconstruída a ala onde se instalaram os açougues. O construtor foi José Gomes Florindo, que foi coordenado pelo engenheiro Dr. David Benedicto Ottoni. A ampliação foi feita no mesmo estilo e pé direito da parte voltada a Avenida Francisco Salles.

Em 1951 mais uma reforma foi efetuada, as bancadas dos verdureiros foram modificadas, o pátio interno nivelado, telhado renovado e a parte voltada a Rua Pernambuco foi aterrada, onde se instalaram novos sanitários e um grande cercado para as aves, que eram vendidas vivas.

Mesmo com todas as reformas e ampliações o mercado continuava pequeno e não atendia a demanda dos habitantes. O então prefeito, Dr. David Benedicto Ottoni, verificou que a única forma de solucionar o problema do mercado seria transferindo-o para o local onde ainda se encontra, entre as ruas Pernambuco, Santa Catarina, Correa Neto e Avenida Francisco Salles, num espaço coberto maior e com ampla área descoberta. As obras só ficaram prontas em 1968 e quem o inaugurou foi o Dr. Haroldo Genofre Junqueira.

Os mercadores se recusavam a mudar para o novo estabelecimento, pensando que seriam prejudicados em suas vendas, por conta da distância do centro comercial. Mas concordaram por conta do maior conforto, estacionamento para os compradores, e lojas externas.

Em 1975 o prédio do antigo mercado foi vendido aos irmãos Élio e Marcelo Carneiro, que instalaram ali uma casa comercial, conservando o estilo tradicional do edifício, uma das relíquias do passado.

O imóvel é considerado valioso documento arquitetônico e significativo exemplar remanescente do conjunto composto pelos edifícios do Grande Hotel e Theatro Polytheama (demolidos) e Prefeitura Municipal e Mercado Municipal projetado pelos irmãos José e Otto Piffer, que compunham edificações marcantes da paisagem urbana da primeira década do século XX.

A edificação localiza-se na esquina da Rua Assis Figueiredo com a Avenida Francisco Salles. Sua entrada principal é marcada por chanfro na quina da edificação. O prédio possui um pavimento térreo com pé direito de aproximadamente 6,00 m de altura, com um pequeno mezanino para escritório.

Pertencente ao estilo Secessão Austríaca ou Vienense com traços Art-Nouveau. Na fachada principal destaca-se torre com grande cúpula. A torre divide a edificação em dois módulos com alguma simetria. As fachadas possuem ornamentação em argamassa, presença de platibanda, cimalha, óculo e pináculo.
Fonte: @patrimoniospocosdecaldas.

Descrição: Instalado em 1969, o mercado oferece produtos típicos da região, como doces, queijos, bebidas, frutas, entre vários outros. É formado por 193 boxes internos e 54 externos.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Histórico do município: A história de Poços de Caldas começou a ser escrita a partir da descoberta de suas primeiras fontes e nascentes, no século XVIII. As águas raras e com poder de cura foram responsáveis pela prosperidade da cidade quando as terras começaram a ser ocupadas por ex-garimpeiros, que passaram a se dedicar à criação de gado. Na época, 1818, a região onde hoje se situa Poços de Caldas pertencia ao capitão José Bernardes Junqueira. Quando o senador Joaquim Floriano Godoy declarou de utilidade pública os terrenos junto aos poços de água sulfurosa, determinou também a desapropriação do local. O próprio capitão se encarregou de doar 96 hectares de suas terras para a fundação da cidade. O ato foi assinado no dia 6 de novembro de 1872, data em que se comemora o aniversário de Poços de Caldas.

Desde 1886 funcionava na cidade uma casa de banho, utilizada para tratamento de doenças cutâneas. Ela se servia da água sulfurosa e termal da Fonte dos Macacos. Em 1889 foi fundado, por Pedro Sanches, outro estabelecimento para o mesmo fim, captando água da Fonte Pedro Botelho. Ali, a água sulfurosa subia até os depósitos por pressão natural. O balneário não existe mais. Em seu lugar foram construídas, no final dos anos 20, as Thermas Antônio Carlos, um dos mais belos prédios da cidade.

Em outubro de 1886, Poços recebeu o Imperador Dom Pedro II. Ele veio acompanhado da imperatriz Tereza Cristina para a inauguração de um ramal da Estrada de Ferro Mogiana. Três anos depois a cidade foi desmembrada do distrito de Caldas e elevada à categoria de vila e município. Seu nome tem relação com a história da família real portuguesa. Na época em que foram descobertos os poços de água sulfurosa e térmica, a cidade de Caldas da Rainha, em Portugal, já era uma importante terma utilizada para tratamentos e muito frequentada pela família real. Caldas possui o mais antigo hospital termal em funcionamento no mundo, desde o século XVI. Como as fontes eram poços utilizados por animais, veio o nome Poços de Caldas.

Na década de 40, era dos cassinos, Poços recebia a visita da aristocracia brasileira, que frequentava os salões do Palace Casino e do Palace Hotel. O presidente Getúlio Vargas tinha uma suíte especial no hotel com a mesma decoração da que ele usava no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, então capital do país. O quarto ainda hoje preserva os móveis e o estilo da época, mas uma das maiores atrações do hotel continua sendo sua piscina térmica, construída num suntuoso salão sustentado por colunas de mármore de carrara.

Entre os artistas que passaram pelo Palace Casino naquela época estiveram Silvio Caldas, Carmem Miranda, Orlando Silva e Carlos Galhardo. Estiveram também em Poços de Caldas personagens ilustres como Rui Barbosa, Santos Dumont, o poeta Olavo Bilac e o romancista João do Rio. Entre os políticos, o interventor de Minas Gerais durante o Estado Novo, Benedito Valadares e o presidente Juscelino Kubitschek, entre outros, foram também presenças constantes.

A proibição do jogo, em 1946, e a descoberta do antibiótico tiveram forte impacto para o turismo na cidade. O termalismo deixou de ser a maneira mais eficaz de tratar as doenças para as quais era indicado e os cassinos foram fechados. A economia de Poços sofreu um grande abalo, mas a fase ruim foi superada com a mudança de foco no turismo. A classe média e grandes grupos passaram a frequentar as termas, a visitar as fontes e outros pontos de atração da cidade. Além disso, a cidade abrigou várias indústrias, impulsionando a economia.
Fonte: IBGE.

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