Poços de Caldas – Chalé Honório Dias


Imagem: Google Street View

O Chalé Honório Dias foi tombado pela Prefeitura Municipal de Poços de Caldas-MG por sua importância cultural para a cidade.

Prefeitura Municipal de Poços de Caldas-MG
Nome atribuído: Chalé Honório Dias
Localização: Praça Getúlio Vargas, nº 4 – Centro – Poços de Caldas-MG
Processo de Tombamento: Processo de Tombamento n° 18/P1
Uso Atual: Colégio Poliedro

Descrição: A residência projetada e construída no final do século XIX, provavelmente entre os anos de 1887 e 1889 por João Batista Pansini, a residência possui características de um chalé eclético.
Esse tipo de construção, característica de regiões montanhosas da Europa, surgiu graças aos novos recursos técnicos construtivos, trazidos pela ferrovia, marcando uma época de transformações na paisagem urbana e nas formas de construir e habitar.
Segundo informações colhidas com o Sr Caio Augusto Faria Lobato, sobrinho neto da Sra. Luiza Junqueira de Barros Cobra, o chalé foi originalmente construído em alvenaria de tijolos aparentes.

A residência projetada para veraneio pertenceu inicialmente ao Barão de Miranda, fazendeiro, casado com D. Cândida Paiva Monteiro. E em seguida, foi adquirido pelo Coronel Honório Dias.
Coronel Honório Dias foi tributado como criador de gado no princípio do século e possuía imóveis na cidade. Fazia Parte da sociedade que apoiou Francisco Escobar durante a sua gestão na prefeitura. Foi sócio da Empresa de Força e Luz, durante a concessão do Major José Luiz Dias.
No ano de 1907, o arquiteto Carlos Maywald projeta e constrói o muro de divisa.

No ano de 1920 Dr. Ednan Dias adquiriu o chalé, vindo às vezes para o local, mas foi em 1949 que resolveu residir definitivamente na cidade. Dr. Ednan Dias nasceu em Machado, em 1885 e faleceu em Poços de Caldas, em 1976. Casado com Iracema Lacerda Corrêa, tendo com ela sete filhos.

Anos depois o imóvel foi vendido ao Dr. David Benedito Ottoni, abrigando dois consultórios de ilustres médicos locais. (MOURÃO, 1998).
No ano de 2003, o Colégio Integral alugou e restaurou a casa, e construiu anexos no recuo dos fundos da edificação. As obras foram executadas com aprovação e acompanhamento do DPHTAM.
Com o tempo alguns detalhes internos foram modificados, como os banheiros e parte dos forros, que perderam seus elementos decorativos, sendo trocados por forro de tábua lisa.

Atualmente o imóvel abriga o Colégio Poliedro/Integral.
A disposição dos beirais em um chalé, pressupunha um afastamento em relação aos limites dos vizinhos, caracterizando “o novo jeito de morar”, diferenciado das residências coloniais.

Apresenta as seguintes características:
– Implantação isolada no centro do lote, disposição do telhado oposta ao da tradição luso-brasileira, ou seja, empenas voltadas para a frente e para os fundos e as águas para as laterais, beirais avançados, águas retilíneas (como nos países em que neva), sem a pequena curvatura dos telhados tradicionais. Aqui, porém, há uma significativa descaracterização, tendo sido realizada uma modificação na parte frontal da cobertura.

– Intenso uso da madeira, nos forros internos: tábuas com encaixe tipo “saia e camisa”, arrematados com molduras e detalhes entalhados, nos forros da varanda: tábuas com encaixe tipo “macho e fêmea”, trabalhados diagonalmente, formando desenhos geométricos.

– Esquadrias externas- da fachada: janelas de sentido vertical, com duas folhas, sendo a externa com caixilho de vidro e a interna cega; laterais: tipo veneziana, em madeira e esquadrias internas- Portas de madeira com caixilho de vidro e bandeira fixa, com desenhos geométricos.

– Pisos: Assoalhado de madeira, hoje parcialmente recoberto por carpete e outros revestimentos, varanda com piso em ladrilho hidráulico, pilaretes em ferro fundido e gradil de ferro fundido.

– Lambrequim de ferro recortado, afirmando a possibilidade de soluções rebuscadas de ornamentação, empena frontal valorizada por frontão, originalmente rico em ornamentação em madeira entalhada, atualmente substituído por elementos decorativos simplificados em argamassa.

– A edificação apresentava originalmente mastro central torneado usado como arremate da cumeeira, porém descaracterizado.

– Apresentava formalismo nos jardins, com arbustos dispostos em canteiros de traçados geométricos (parcialmente mantidos) protegidos por gradil e mureta.
Fonte: @patrimoniospocosdecaldas.

Histórico do município: A história de Poços de Caldas começou a ser escrita a partir da descoberta de suas primeiras fontes e nascentes, no século XVIII. As águas raras e com poder de cura foram responsáveis pela prosperidade da cidade quando as terras começaram a ser ocupadas por ex-garimpeiros, que passaram a se dedicar à criação de gado. Na época, 1818, a região onde hoje se situa Poços de Caldas pertencia ao capitão José Bernardes Junqueira. Quando o senador Joaquim Floriano Godoy declarou de utilidade pública os terrenos junto aos poços de água sulfurosa, determinou também a desapropriação do local. O próprio capitão se encarregou de doar 96 hectares de suas terras para a fundação da cidade. O ato foi assinado no dia 6 de novembro de 1872, data em que se comemora o aniversário de Poços de Caldas.

Desde 1886 funcionava na cidade uma casa de banho, utilizada para tratamento de doenças cutâneas. Ela se servia da água sulfurosa e termal da Fonte dos Macacos. Em 1889 foi fundado, por Pedro Sanches, outro estabelecimento para o mesmo fim, captando água da Fonte Pedro Botelho. Ali, a água sulfurosa subia até os depósitos por pressão natural. O balneário não existe mais. Em seu lugar foram construídas, no final dos anos 20, as Thermas Antônio Carlos, um dos mais belos prédios da cidade.

Em outubro de 1886, Poços recebeu o Imperador Dom Pedro II. Ele veio acompanhado da imperatriz Tereza Cristina para a inauguração de um ramal da Estrada de Ferro Mogiana. Três anos depois a cidade foi desmembrada do distrito de Caldas e elevada à categoria de vila e município. Seu nome tem relação com a história da família real portuguesa. Na época em que foram descobertos os poços de água sulfurosa e térmica, a cidade de Caldas da Rainha, em Portugal, já era uma importante terma utilizada para tratamentos e muito frequentada pela família real. Caldas possui o mais antigo hospital termal em funcionamento no mundo, desde o século XVI. Como as fontes eram poços utilizados por animais, veio o nome Poços de Caldas.

Na década de 40, era dos cassinos, Poços recebia a visita da aristocracia brasileira, que frequentava os salões do Palace Casino e do Palace Hotel. O presidente Getúlio Vargas tinha uma suíte especial no hotel com a mesma decoração da que ele usava no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, então capital do país. O quarto ainda hoje preserva os móveis e o estilo da época, mas uma das maiores atrações do hotel continua sendo sua piscina térmica, construída num suntuoso salão sustentado por colunas de mármore de carrara.

Entre os artistas que passaram pelo Palace Casino naquela época estiveram Silvio Caldas, Carmem Miranda, Orlando Silva e Carlos Galhardo. Estiveram também em Poços de Caldas personagens ilustres como Rui Barbosa, Santos Dumont, o poeta Olavo Bilac e o romancista João do Rio. Entre os políticos, o interventor de Minas Gerais durante o Estado Novo, Benedito Valadares e o presidente Juscelino Kubitschek, entre outros, foram também presenças constantes.

A proibição do jogo, em 1946, e a descoberta do antibiótico tiveram forte impacto para o turismo na cidade. O termalismo deixou de ser a maneira mais eficaz de tratar as doenças para as quais era indicado e os cassinos foram fechados. A economia de Poços sofreu um grande abalo, mas a fase ruim foi superada com a mudança de foco no turismo. A classe média e grandes grupos passaram a frequentar as termas, a visitar as fontes e outros pontos de atração da cidade. Além disso, a cidade abrigou várias indústrias, impulsionando a economia.
Fonte: IBGE.

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