Poços de Caldas – Igreja de Santo Antônio


Imagem: Google Street View

A Igreja de Santo Antônio foi tombada pela Prefeitura Municipal de Poços de Caldas-MG por sua importância cultural para a cidade.

Prefeitura Municipal de Poços de Caldas-MG
Nome atribuído: Igreja de Santo Antônio
Outros Nomes: Antiga Capela de Bom Jesus da Cana Verde
Localização: R. São Paulo, s/n – Centro – Poços de Caldas-MG
Processo de Tombamento: Processo de Tombamento n° 11/P1

Descrição: A cidade de Poços de Caldas, na contramão de outras cidades brasileiras, em especial as mineiras, não se iniciou a partir da presença da Igreja, sua formação se dá pela descoberta das virtudes de suas águas termais. No entanto, nota-se ao longo de sua história, uma forte presença da religião acompanhando o desenvolvimento do povoado: à medida que as águas proporcionavam novas curas, crescia a necessidade locais de culto para o agradecimento. Em 25 de dezembro de 1874, o arraial foi elevado à condição de distrito de Nossa Senhora das Águas de Caldas, sendo então criada a Paróquia de mesmo nome, surge então a necessidade da construção de um templo para a nova Paróquia. A Paróquia de Nossa Senhora da Saúde das Águas de Caldas foi criada em 25 de dezembro de 1874, mesmo ano em que o arraial foi elevado a distrito de mesmo nome. “Como não havia entretanto um templo apropriado para a matriz, ela deveria ficar pertencendo à freguesia de São José dos Botelhos, até que os habitantes construíssem uma igreja para servir de sede à freguesia” (Megale). Segundo Ottoni, “antes de haver igreja na cidade, a missa era celebrada no sobrado do Major Antônio Thomaz, onde depois foi a Farmácia Paiva, na Rua Paraná (atual Rua Assis Figueiredo), entre as ruas Poços (Rio de Janeiro) e Riachuelo (Prefeito Chagas)”. “Construída por Antônio Ferreira Rodrigues e Joaquim Bernardino Breves sob a invocação do Bom Jesus da Cana Verde, em terreno doado pelo Barão de Ibitinga, teve sua pedra fundamental lançada a 1º de abril de 1881 pelo missionário capuchinho Frei José Maria Caltamisseta, com a presença de autoridades civis, religiosas e pessoas de destaque da sociedade local”, cita Megale em seu livro, sobre a construção da primeira capela da Paróquia. Apenas em 1883 iniciaram-se as atividades na capela, localizada à Rua do Itororó, atual Rua São Paulo. “Apesar da paróquia ter sido colocada sob a proteção de Nossa Senhora da Saúde, a capela continuou dedicada ao Bom Jesus, por falta de uma imagem da Padroeira”. A construção foi realizada aos poucos, sendo que sua torre só ficou pronta em 1887 e sua sacristia em 1905. Com a criação da Circunscrição Eclesiástica de Poços de Caldas, em 1885, a igrejinha passou a sediar o novo Curato. No ano seguinte, com a inauguração do ramal da Estrada de Ferro Mogiana, a capela recebe a ilustre visita de D. Pedro II e D. Tereza Cristina que, com toda sua comitiva, foram agradecer o sucesso da viagem. Em 1887, o português João de Souza Belém, tendo se curado do reumatismo através dos tratamentos das águas locais, envia ao médico da vila, Dr. Pedro Sanches, uma imagem da padroeira, executada por um exímio santeiro lusitano, pintada e dourada a fogo, a qual foi colocada na matriz da Rua São Paulo, alterando seu nome para Nossa Senhora da Saúde. No ano de 1907, a colônia italiana em Poços de Caldas, solicita ao bispado a autorização para colocar no pequeno templo uma imagem de Santo Antônio, recebida de Pádua, bem como para a realização de festas em honra ao Santo franciscano. A solicitação foi atendida e houve a entronização da imagem na capela. No entanto, esta capela passou a ser considerada pequena demais para a cidade e, com a construção da nova Matriz, inaugurada em 1913, a capela fechou as portas e a imagem de Santo Antônio foi transferida para o novo templo. Com o crescimento da cidade, novas religiões surgiam e se popularizavam, e em 1920, o vigário Pe. Alcidino Gonçalves Pereira, por pressão popular, pede ao bispo de Guaxupé a autorização para reabertura da capela para o público, o qual foi aceito e a igrejinha reaberta em 1º de setembro do mesmo ano. Apenas em 1922, por autorização do Bispo D. Ranulfo da Silva, a antiga imagem de santo Antônio foi transladada de volta à capela, a qual também foi reformada tornando-se sede da Associação Antoniana, então encarregada de sua conservação. A procissão ocorreu no dia 13 de Agosto e deu o nome do santo casamenteiro à capela, tornando-se Igreja de Santo Antônio. Ottoni cita que, posteriormente, quando da demolição da antiga Matriz para a construção da atual, por volta do ano de 1937, as missas da paróquia foram realizadas na pequena igrejinha, que mal podia comportar os fiéis. Megale cita que “a capela da Rua São Paulo, foi remodelada posteriormente em 1960, 1965 e 1970 por ordem de Monsenhor Trajano Barroco, sendo a mais importante dessas reformas a de 1960, pois o teto ameaçava ruir. (…) Em 1978 ela passou por nova remodelação, com a colocação de lambris de madeira em todo o interior. Foi pintada de branco interna e externamente” No ano de 2004 a igreja recebeu um projeto de restauro realizado por professores, arquitetos e engenheiros civis, da PUC Poços de Caldas. O projeto contou com remodelação do telhado e forro, revisão do reboco e pintura das paredes, revisão da instalação hidráulica e elétrica, além de restauração do altar e demais elementos em madeira e pedras.
Fonte: @patrimoniospocosdecaldas.

Descrição: Edificada em 1882, a Igreja de Santo Antônio foi a primeira de Poços. Construída em pau-a-pique, surgiu decorrente da discórdia que havia com relação ao local escolhido para a construção de um outro templo, que chegou a ter as paredes parcialmente levantadas. Pôs fim à polêmica com a conclusão da capela no ano seguinte. Serviu de Matriz até 21 de setembro de 1913.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Histórico do município: A história de Poços de Caldas começou a ser escrita a partir da descoberta de suas primeiras fontes e nascentes, no século XVIII. As águas raras e com poder de cura foram responsáveis pela prosperidade da cidade quando as terras começaram a ser ocupadas por ex-garimpeiros, que passaram a se dedicar à criação de gado. Na época, 1818, a região onde hoje se situa Poços de Caldas pertencia ao capitão José Bernardes Junqueira. Quando o senador Joaquim Floriano Godoy declarou de utilidade pública os terrenos junto aos poços de água sulfurosa, determinou também a desapropriação do local. O próprio capitão se encarregou de doar 96 hectares de suas terras para a fundação da cidade. O ato foi assinado no dia 6 de novembro de 1872, data em que se comemora o aniversário de Poços de Caldas.

Desde 1886 funcionava na cidade uma casa de banho, utilizada para tratamento de doenças cutâneas. Ela se servia da água sulfurosa e termal da Fonte dos Macacos. Em 1889 foi fundado, por Pedro Sanches, outro estabelecimento para o mesmo fim, captando água da Fonte Pedro Botelho. Ali, a água sulfurosa subia até os depósitos por pressão natural. O balneário não existe mais. Em seu lugar foram construídas, no final dos anos 20, as Thermas Antônio Carlos, um dos mais belos prédios da cidade.

Em outubro de 1886, Poços recebeu o Imperador Dom Pedro II. Ele veio acompanhado da imperatriz Tereza Cristina para a inauguração de um ramal da Estrada de Ferro Mogiana. Três anos depois a cidade foi desmembrada do distrito de Caldas e elevada à categoria de vila e município. Seu nome tem relação com a história da família real portuguesa. Na época em que foram descobertos os poços de água sulfurosa e térmica, a cidade de Caldas da Rainha, em Portugal, já era uma importante terma utilizada para tratamentos e muito frequentada pela família real. Caldas possui o mais antigo hospital termal em funcionamento no mundo, desde o século XVI. Como as fontes eram poços utilizados por animais, veio o nome Poços de Caldas.

Na década de 40, era dos cassinos, Poços recebia a visita da aristocracia brasileira, que frequentava os salões do Palace Casino e do Palace Hotel. O presidente Getúlio Vargas tinha uma suíte especial no hotel com a mesma decoração da que ele usava no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, então capital do país. O quarto ainda hoje preserva os móveis e o estilo da época, mas uma das maiores atrações do hotel continua sendo sua piscina térmica, construída num suntuoso salão sustentado por colunas de mármore de carrara.

Entre os artistas que passaram pelo Palace Casino naquela época estiveram Silvio Caldas, Carmem Miranda, Orlando Silva e Carlos Galhardo. Estiveram também em Poços de Caldas personagens ilustres como Rui Barbosa, Santos Dumont, o poeta Olavo Bilac e o romancista João do Rio. Entre os políticos, o interventor de Minas Gerais durante o Estado Novo, Benedito Valadares e o presidente Juscelino Kubitschek, entre outros, foram também presenças constantes.

A proibição do jogo, em 1946, e a descoberta do antibiótico tiveram forte impacto para o turismo na cidade. O termalismo deixou de ser a maneira mais eficaz de tratar as doenças para as quais era indicado e os cassinos foram fechados. A economia de Poços sofreu um grande abalo, mas a fase ruim foi superada com a mudança de foco no turismo. A classe média e grandes grupos passaram a frequentar as termas, a visitar as fontes e outros pontos de atração da cidade. Além disso, a cidade abrigou várias indústrias, impulsionando a economia.
Fonte: IBGE.

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