Pombal – Casa do Rosário


Imagem: Suelen de Andrade Silva

A Casa do Rosário foi tombada pela Prefeitura Municipal de Pombal-PB por sua importância cultural para a cidade.

Prefeitura Municipal de Pombal-PB
Nome atribuído: Prédio da Casa do Rosário
Localização: Rua do Rosário – Pombal-PB
Decreto de Tombamento: Lei nº 1928, de 13 de maio de 2020.

Descrição: A Casa do Rosário, propriedade da Paróquia da Igreja Católica em Pombal, mesmo sob especulações de venda (algo que é questionado e comentado por seus moradores atuais), é o local cedido para a moradia das ex-rainhas do Rosário (Rosa de Sousa Batista e Mundinha) por não terem constituído família, não terem filhos e por suas idades avançadas. A relação da Festa do Rosário com a Casa do Rosário se estabelece, sobretudo, no último sábado e domingo da festa. O Rosário segue em procissão, da igreja de Nossa Senhora do Rosário até a Casa do Rosário no sábado à noite, e lá permanece sob a guarda de alguns membros da Irmandade do Rosário, recebendo fiéis que vêm realizar orações e pedidos ao Rosário. No domingo pela manhã, o Rosário segue novamente em procissão até a igreja de Nossa Senhora do Rosário, acompanhado pelos grupos dos Negros dos Pontões, da Irmandade do Rosário, dos Congos e do Reisado, e por um grupo considerável de fiéis. Ao chegarem à igreja de Nossa Senhora do Rosário, tomam todo o seu espaço externo para participarem da celebração da missa campal.

[…] A casa fica nas proximidades da antiga Estação Ferroviária de Pombal, onde foi realizada vistoria pelos técnicos do Iphan/PB nesse dia. Fotografamos a área enquanto Miguel Ferreira nos contou que é deste lugar que o Rosário sai em procissão, estendendo-se por um trajeto de 1 km e encerrando a tradicional Festa do Rosário. Próxima a essa rua existe outra nomeada “Manoel Cachoeira”, nome do possível primeiro rei da Irmandade do Rosário. Constatei, deste modo, algumas formas de apropriação do município de Pombal em relação à Festa do Rosário.
Fonte: Suelen de Andrade Silva.

Descrição: A Casa do Rosário fica localizada na rua de mesmo nome, e constitui patrimônio cultural e religioso da cidade de Pombal.
Depois de sancionada esta Lei, a Casa do Rosário será transformada pelo Poder Executivo Municipal em um memorial da Festa do Rosário de Pombal, onde serão depositados todos os seus documentos históricos, livros, teses e dissertações a respeito da Festa do Rosário e dos grupos que a compõe.
Fonte: Decreto de Tombamento.

Descrição: Considerando “expressão cultural” como termo genérico, incorporando elementos que compõe a festa, sobretudo, no plano cotidiano dos grupos sociais e seus conhecimentos (Negros dos Pontões, Irmandade do Rosário, Congos, Reisado), associados aos lugares e paisagens (igreja de Nossa Senhora do Rosário, Casa do Rosário, caminhos das procissões) onde seus participantes podem transmiti-los com o sentido de continuidade de seus costumes e “tradições”, independente da ação institucional do órgão de preservação do patrimônio. Pensando no olhar dos envolvidos com a Festa do Rosário, vemos que essas expressões culturais têm importância fundamental na vida dessas pessoas, interagindo com todas as instâncias da vida: economia, religião, política, etc.

[…]
Podemos atribuir, previamente, a relação da Festa com o culto ao Rosário, dentro do universo da religiosidade católica e demais concepções religiosas que interagem com ela. Alguns elementos ajudam a reforçar essa afirmação, como o uso nativo para designar Festa do Rosário, e não Festa de Nossa Senhora do Rosário (termo usado e fortalecido por representantes da paróquia de Pombal, como o padre Ernaldo); o lugar de destaque do Rosário na igreja de Nossa Senhora do Rosário, onde está pendurado, representado por lâmpadas, na faixada da igreja; nas procissões, o Rosário é elemento de destaque, assim como na vigília realizada na Casa do Rosário. […]

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Aqui tinha a casa do Rosário, eles levavam o rosário para lá e fazia a vigília, era de um dia para o outro, eles faziam as orações ao modo deles, escondidos do pároco, ninguém entrava. No outro dia, eles traziam o Rosário para igreja. Mas, tudo era o Rosário. Nossa Senhora era apenas um pretexto.

[…]
Em conversa com Verneck Abrantes e Jerdivan Nóbrega, estes salientaram alguns aspectos a respeito da figura de Manoel Cachoeira. Entre esses aspectos, destacam que sua casa foi doada para a devoção do Rosário; entretanto, a mesma foi vendida pela paróquia de Pombal, que era proprietária do imóvel. Atualmente, a devoção passou a ser realizada em uma casa vizinha, intitulada de Casa do Rosário.
Fonte: Suelen de Andrade Silva.

Histórico do município: Em 1695, o capitão-mor Teodósio de Oliveira Ledo, se encontrava no sertão das Piranhas, no lugar conhecido como Arraial do Pinhancó, na tentativa de fundar uma povoação. O grande impedimento eram os índios tapuias, tribos Tarairiús – Curemas e Panatis, que habitavam a região.

Teodósio, em 1697, viajou a capital da Província e solicitou ao governador Manoel Soares de Albergaria, soldados, mantimentos, armas e munições para expulsar os índios do lugar. Atendido, Oliveira Ledo retornou e consegue “bom sucesso” frente aos indígenas, e funda em 27 de julho de 1698, a Povoação de Nossa Senhora do Bom Sucesso do Pinhancó (Pombal); há 309 anos.

Vila e Emancipação Política
Em 04 de maio de 1772, foi à Povoação do Pinhancó elevada à categoria de vila, com a denominação de Vila Nova de Pombal, em homenagem a cidade portuguesa de mesmo nome. Na mesma data ocorreu a criação da Câmara de Vereadores e sua Emancipação Política, sendo indicado para administrar a vila o capitão-mor, Francisco de Arruda Câmara. O nome Vila Nova de Pombal, diz respeito à Carta Régia de 22 de julho de 1766, que orientava os administradores de vilas a denominá-las com nomes de localidades e cidades de Portugal. É engano pensar que o nome Pombal é em homenagem ao Marquês de Pombal, inclusive, no século XVIII, ainda não estava em moda esse tipo de homenagem aos governantes. O ministro, Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro Marquês de Pombal, foi quem orientou El-Rei Dom José I assinar a Carta Régia autorizando o governador de Pernambuco a erigir novas Vilas nas áreas de sua jurisdição, que incluía a Capitania da Parahyba. Foram criadas várias vilas, a de Pombal veio primeiro que todas outras, porque era a mais importante, estando sobre extensíssimo território; há 235 anos.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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MAIS INFORMAÇÕES:
Suelen de Andrade Silva


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