Ponta Grossa – Sociedade Polonesa Renascença


Imagem: Prefeitura Municipal

A Sociedade Polonesa Renascença, em Ponta Grossa-PR, foi construída em 1934. Sediou danças folclóricas, grupo de teatro, conjuntos musicais e debates sociais poloneses.

Prefeitura Municipal de Ponta Grossa – PR
COMPAC – Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Ponta Grossa – PR

Nome Atribuído: Sociedade Polonesa Renascença
Localização: R. Senador Pinheiro Machado, n° 385 – Ponta Grossa-PR
Processo 55/2001

Descrição: Localizado na Rua Senador Pinheiro Machado 385, o imóvel foi construído em 1934, conhecido como Clube Polonesa Renascença, que retrata um período de grande efervescência, tanto na politica como grandes mudanças sociais e econômicas que ocorreram no Brasil este clube caracterizou como um dos mais tradicionais da cidade, sediando danças folclóricas, grupo de teatro, conjuntos musicais e debates sociais poloneses. Tombado no ano de 2001.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Descrição: Imóvel em estudo construído no ano de 1934, pela Sociedade Polonesa Renascença.

No final do século XIX, grandes mudanças políticas, sociais e econômicas ocorreram no Brasil. Na Província do Paraná, as ideias republicanas lideradas pelo Dr. Vicente Machado foram divulgadas no jornal “ A República” e também através dos Clubes Republicanos de Curitiba e Paranaguá, fundados respectivamente em 1885 e 1887.

Na década de 1890, surgem em Ponta Grossa vários Clubes Recreativos e Literários (como o Clube 13 de Maio, Clube Campos Gerais, Germânia- Guaíra e a Sociedade Polonesa), que tinham a mesma finalidade, ou seja, divulgar a ideologia republicana, nacionalizar e instruir os imigrantes e os negros para que os mesmos se adaptassem à nova realidade.

Em 1898 foi fundada a denominada “Sociedade Polonesa”, que no ano de 1906 passou a chamar-se “Sociedade Oswiatea”- nome que em polonês significa Instrução Pública, devido ao fato de muitas sociedades criadas no Paraná possuírem não somente finalidade recreativa, mas também educacional. Esta funcionou em um casarão de madeira, em local onde atualmente encontra-se instalado o Supermercado Schenekemberg. Neste local também havia uma antiga Igreja Católica Polonesa, possuindo em sua fachada a seguinte inscrição: “Se Deus está conosco, quem estará contra nós”.

A partir de 16 de agosto de 1924, mudou a denominação, tornando-se “Polonesa Renascença”, sendo uma sociedade civil, com personalidade jurídica e objetivo de proporcionar atividades culturais, recreativas e esportivas a seus sócios e familiares; ser um local em que sejam realizadas reuniões e maior convivência social, onde a cultura intelectual e artística de seus associados possa ser desenvolvida, bem como incentivar iniciativas que possuam estre propósito.

Possui biblioteca, inclusive com livros escritos em polonês, artigos literários e científicos, partituras musicais, quadros, livros atas, filmes dentre outros objetos.

Esta Sociedade possui Estatuto com 110 artigos publicados no Diário Oficial do Estado do Paraná em 05 de abril de 1956, sendo Presente o Sr. Clemertino Zawadzki e 1º Secretário o Sr. Tadeu Krut. Mais tarde, foi reformulado mediante trabalho apresentado em Assembleia Geral por Francisco Kailt. Nesta ocasião, estavam presentes os seguintes associados: Julio Lago, João Stanibuski, João Kleppa, Polen A. Adamowicz, entre outros.

Em 09 de Agosto de 1974 esta alteração foi publicada no Diário Oficial, sendo averbada no Registro Civil das Pessoas Jurídicas de Ponta Grossa em 15 de Agosto de 1974, assinado por Vitoldo Lago.

No início da década de 1960, foi criado o Grupo Folclórico da Sociedade Polonesa Renascença, o primeiro desta etnia a formar-se no Estado, estando ainda em atividade.

Imigrantes Poloneses no Paraná: Os primeiros poloneses chegaram ao Paraná no ano de 1871. Devido à Abolição da Escravatura, bem como a Proclamação da República, entre 1890 e 1891 o governo brasileiro estabeleceu uma política de propagandas a fim de estimular a vinda de imigrantes para o Brasil (concedendo-lhes terras), medida que atraiu grande número de pessoas procedentes da Polônia. Em 1871, 32 famílias chegaram em Curitiba, plantando o primeiro marco alusivo à imigração polonesa no Estado, que veio caracterizar o grupo étnico polonês como o mais numeroso da cidade.

Em 1878, procedentes de Tarnova, chegaram em Ponta Grossa 26 famílias, compostas de 84 pessoas, que instalaram-se na Colônia Moema, inaugurando uma nova fase na vida dos pontagrossenses. Posteriormente, em 1891, outras levas polonesas foram destinados ao município de Ponta Grossa, fundando as seguintes colônias: Taquari (125 pessoas), Guaraúna (140 pessoas), Rio Verde (78 pessoas), Botuquara (73 pessoas), Itaiacoca (46 pessoas) e Eurídice (23 pessoas).

A imigração polonesa caracterizou-se por ser essencialmente do campo, tendo a agricultura como base econômica, cultivando trigo, soja, milho, arroz, feijão e mandioca, inclusive, utilizando novas técnicas agrícolas. Os poloneses também introduziram o uso dos carroções, para transporte de passageiros e cargas.

Exerceram importante influência na caracterização étnica do Paraná, possuindo o catolicismo como religião, gosto pela música, danças típicas, bem como tradição gastronômica, com o preparo do pierogui (pastel cozido recheado com requeijão e batata) e o glonqui (ou “charuto”, que consiste em uma folha de repolho enrolada e recheada com arroz e carne de porco); sendo estes, dois exemplos de pratos poloneses, além do costume de fabricar massas, pães, broas e cuques em casa e utilizar chás como tratamento medicinal.

Em comemoração ao Centenário da Imigração Polonesa no Paraná, no ano de 1971 os pontagrossenses – reconhecendo os bons trabalhos prestados pelos poloneses ao progresso do Estado e notadamente em Ponta Grossa – onde estes são numerosos e compartilham da vida comunitária, decidiram prestar uma homenagem. O então prefeito Cyro Martins mandou confeccionar um Marco Histórico com 1,10m por 0,90m de altura, com uma placa de bronze e os seguintes dizeres:

“Profundíssimos são os rastros dos homens – 1871 – 1971. Aos pioneiros poloneses que, irmanados com o povo do Paraná, ajudaram construir a sua grandeza. Pelo transcurso do Primeiro Centenário da Imigração Polonesa do Paraná, a gratidão do povo pontagrossense. Dezembro de 1971.”

Este marco foi inaugurado na manhã do dia 12 de dezembro de 1971, após a celebração de uma missa. Estavam presentes o prefeito municipal Cyro Martins e demais autoridades da cidade, o cônsul da Polônia, Sr. Kazimierz Wojewoda, e representantes das colônias polonesas. A execução dos Hinos Nacionais Brasileiro e Polonês foi feita pela Banda Lyra dos Campos.

O monumento está fixado na Praça Barão de Guaraúna, ao lado da Igreja Sagrado Coração de Jesus. Este local foi escolhido por ter sido o antigo Pátio de São João, onde os poloneses construíram a sua Igreja em 1878, que posteriormente foi demolida para dar lugar à nova Igreja.

Durante os festejos, a Sociedade Polonesa Renascença juntamente com a Prefeitura Municipal e a Secretaria Municipal de Educação e Cultura, organizaram um intenso programa de solenidades, incluindo apresentação do Grupo Folclórico da Sociedade Polonesa.

Em Ponta Grossa, apesar do tempo, ainda pode-se observar algumas construções típicas em madeira- com lambrequins nos beirais dos telhados – que fazem parte da paisagem local. Os imigrantes poloneses deixaram um grande legado, especialmente a religiosidade, com a Oração à Nossa Senhora de Czestochowa de Jasna Góra, conhecida como a “Virgem Negra da Polônia”, trazida para o Brasil em 1871. Na cidade, é venerada na Igreja Sagrado Coração de Jesus, onde há uma imagem da mesma no altar, ao lado esquerdo e com descrição e histórico da Santa.

No Clube Polonesa aconteceram muitas festividades, encenações teatrais, shows musicais, desfiles, carnavais, reuniões, festas de casamento, manifestações públicas e políticas). Em 1944 esteve presente neste, o então Sr. Presidente Getúlio Vargas.

As atividades culturais do referido clube foram frequentes até a década de 1980, quando houve perda de sócios (com falecimento dos mais antigos), e também com a abertura para a população em geral, este foi perdendo suas características originais. Atualmente encontra-se desativado, estando o imóvel da sede alugado para um restaurante. O acervo da Sociedade Polonesa Renascença encontra-se em uma das salas do prédio.
Pesquisadoras: Isolde Maria Waldmann e Claudine Cavalli Fontoura.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Histórico do município: Conta-nos a tradição, que os fazendeiros, se reuniram para decidir o local onde seria construída uma capela em devoção à Senhora de Sant’Ana e que também seria a sede do povoado. Como não chegavam a um acordo, pois cada um queria construí-la próximo a sua fazenda, decidiram então soltar um casal de pombos e, onde eles pousassem, ali seria construída uma capela, bem como seria a sede da Freguesia que estava nascendo.

Os pombos após voarem, pousaram em uma cruz que ficava ao lado de uma grande figueira no alto da colina. Problema resolvido, o local escolhido, todos ajudaram na construção de uma capela simples de madeira e, em sua volta a freguesia cresceu e se desenvolveu.

O povoamento: Ponta Grossa teve sua origem e seu povoamento ligado ao Caminho das Tropas. Porém, a primeira notícia de ocupação da nossa região, foi em 1704, quando Pedro Taques de Almeida requereu uma sesmaria no território paranaense. Foi seu filho José Góis de Morais e seus cunhados que vieram tomar posse das terras, trouxeram empregados e animais e fundaram currais para criar gado. Suas terras eram formadas pelas sesmarias do Rio Verde, Itaiacoca, Pitangui, Carambeí e São João, de onde surgiram as primeiras fazendas. Parte dessas terras José Góis de Morais doou aos padres jesuítas que construíram no local (Pitangui), a Capela de Santa Bárbara. Várias fazendas surgiram às margens do Caminho das Tropas. Os tropeiros durante suas viagens paravam para descansar e se alimentar em lugares que passaram a ser chamados de ranchos ou “pousos”. Desses pousos surgiram povoados, como Castro e Ponta Grossa. As fazendas contribuíram para o aumento da população, que levou ao surgimento do Bairro de Ponta Grossa, que pertencia a Castro. Com o crescimento do Bairro, os moradores começaram a lutar para a criação de uma freguesia, pois uma Freguesia tinha mais autonomia. Construíram então um altar na Casa de Telhas, aonde o vigário de Castro vinha de vez em quando rezar missas e também realizar casamentos e batizados.

O crescimento e desenvolvimento: Ponta Grossa foi elevada à Freguesia em 15 de setembro de 1823 e foi escolhido um local no alto de uma colina, perto do Caminho das Tropas para a construção de uma nova capela em homenagem à Senhora de Sant’Ana. Este local foi escolhido para ser a sede da Freguesia e em seu entorno passaram a ser construídas casas de moradia e de comércio. Esta colina é onde hoje se encontra a Catedral de Sant’Ana.

Em 1855, Ponta Grossa foi elevada à Vila e em 1862 à cidade. Cada vez mais pessoas aqui chegavam, sendo que a cidade cresce e se desenvolve, tornando-se a mais importante do interior do Paraná.

Foi com a chegada dos trilhos da Estrada de Ferro, que Ponta Grossa se tornou um grande centro comercial, cultural e social. A ferrovia transformou a cidade em um grande entroncamento, destacando-se na Região dos Campos Gerais e no Paraná. Isso fez com que inúmeras pessoas escolhessem o local para trabalhar, estudar e viver. Foi nesse momento que chegaram os imigrantes, que contribuíram para o crescimento cada vez maior da cidade.

Aqui se estabeleceram os ucranianos, os alemães, os poloneses, os italianos, os russos, os sírios e libaneses entre tantos outros, que contribuíram para o crescimento da cidade, bem como no desenvolvimento social, político, econômico e cultural de Ponta Grossa. Ponta Grossa se destacou no século XX, com muitas lojas de comércio, indústrias, escolas, cinemas, teatros, jornais, biblioteca, entre outros. Pode-se dizer que aquela pequena vila, surgida como pouso dos tropeiros, cresceu e se transformou em uma grande cidade.
Fonte: Prefeitura Municipal.

FOTOS:

 


1 comments

  1. Parabéns pelo trabalho histórico rico em detalhes porém, as primeiras famílias polonesas conforme dito migraram de Tornava, mas esta região não é da Romênia?
    Onde eu conseguiria o nome dessas famílias que aqui permaneceram?

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