Recife – Hospital Pedro II


Imagem: Fundarpe

O Hospital Pedro II, em Recife-PE, foi tombado por sua importância cultural.

FUNDARPE – Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco
Nome atribuído: Hospital Pedro II
Localização: Recife-PE
Região: RD 12 – Região Metropolitana
Nível de Proteção: Tombado
Número: 51

Descrição: A história do Hospital Pedro II teve início no período de 1802 a 1804, quando Francisco de Souza Rego adquiriu dois prédios na rua Nova, da então Vila do Recife, e ali fundou o Hospital dos Pobres da Ribeira. Até o ano de 1820 aquela instituição foi dirigida por seu fundador e, entre os anos de 1821 a 1827, por João do Rego Falcão.
Sua denominação foi modificada por três vezes até se chamar, como hoje o conhecemos, Hospital Pedro II. Em 1º de outubro de 1828, seu nome era Hospital São Pedro d’Alcântara. Foi a época em que ele formou, junto com o Hospital dos Lázaros, uma só administração. Com a sua transferência, em 1831, para as instalações do Hospital de Nossa Senhora do Paraíso e São João de Deus, no Pátio do Paraíso (atual Av. Dantas Barreto), no bairro de Santo Antonio, passou a se chamar de Grande Hospital. Sem instalações próprias, o Hospital foi transferido mais duas vezes: para as dependências do extinto Hospital Militar que funcionava no Convento do Carmo (1º jul. 1833) e, depois, para um prédio arrendado na localidade denominada Coelhos, que era administrado pela Santa Casa de Misericórdia (1846).
Bem próximo àquele prédio arrendado, em 25 de março de 1847, foi lançada a pedra fundamental do Hospital Pedro II, em cumprimento da Lei Geral de 13 de outubro de 1831, e da Lei Provincial nº 165, de 17 de novembro de 1846. Seu projeto arquitetônico foi do engenheiro José Mamede Alves Ferreira, o mesmo que também projetou o Ginásio Pernambucano, a Casa de Detenção (atual Casa da Cultura) e o Cemitério de Santo Amaro. O prédio, mesmo parcialmente construído (1859), foi palco de um baile oferecido pela Associação Comercial de Pernambuco em homenagem ao Imperador D. Pedro II, que visitava o Recife. Este evento contribuiu para que o soberano brasileiro liberasse recursos financeiros para a área de saúde da província.
Em 10 de março de 1861, o Hospital começou a funcionar. Suas antigas instalações atendiam apenas aos portadores de enfermidades mentais. De 1802 até o início de seu funcionamento, foram administradores do Hospital: Francisco de Souza Rego (1802-1820); João do Rego Falcão (1821-1827); Joaquim José Mendes e Vicente Ferreira dos Guimarães Peixoto (1828-1832); os Padres Manoel da Fonseca e Silva (1832); Francisco Xavier de Luna Freire (1838-1839); Antonio de Faria Neves (1840); Joaquim José Barreto (1841-1842); Bernardo José Gonçalves (1843-1844); Camillo de Mendonça Furtado (1845); Antonio Francisco Dias Nogueira e Albino de Carvalho Lessa (1846-1850); Ten. Cel. Antonio Germano Cavalcanti de Albuquerque (1851-1853); Padre Joaquim Maurício Wanderley (1854); Luiz do Rego Barros (1855 a ago. 1859); Irmãs de Caridade (1859).
O Hospital ficou por muitos anos sob a administração das irmãs de caridade da Santa Casa de Misericórdia, instituição que, não apenas no Recife, mas em muitas cidades brasileiras, se preocupou com a assistência médica para os menos favorecidos.
No final do século XIX, o Hospital Pedro II já era uma referência. Ao longo de sua existência abrigou um curso de obstetrícia para mulheres, uma Escola de Enfermeiros e, em 1946, mediante convênio com a UFPE, passou a servir de hospital-escola para os estudantes de medicina, com a denominação de Hospital das Clínicas.
Anos depois, quando o Hospital das Clínicas (HC) foi transferido para o bairro do Engenho do Meio, as instalações do Pedro II ficaram esvaziadas, ele foi desativado e, logo após, parcialmente ocupado pela Diretoria Regional da Secretaria Estadual de Saúde. A transferência dos setores do Pedro II para o HC ocorreu aos poucos, estendendo-se de 1979 até 1981.
No ano de 2006, um movimento liderado pelo Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (Imip) comprometeu-se, junto com a Santa Casa de Misericórdia e a sociedade pernambucana, a restaurar o prédio do Hospital Pedro II para ser novamente um hospital-escola, agora pertencente à Faculdade de Medicina do Imip. A elaboração do projeto ficou sob a responsabilidade do arquiteto Jorge Passos que teve como desafios preservar o edifício e atender às exigências para abrigar os novos serviços hospitalares que servirão à comunidade: ampliação do Sistema Único de Saúde (SUS) com a criação da Unidade Geral de Transplantes, Fisioterapia Motora, Radioterapia e Hemodiálise de Adulto; implantação do Centro de Convenções Médico, da Escola Politécnica de Saúde, dos Laboratórios de Habilidades Clínicas e da Casa do Residente, e o Memorial da Saúde Materno-Infantil Prof. Fernando Figueira.
A maior parte dos grandes nomes da medicina de Pernambuco passou pelo Hospital Pedro II, ora como aluno ora como componente do corpo médico. Foi o primeiro hospital do Norte-Nordeste a realizar cirurgia cardíaca com circulação extra-corpórea.
Fonte: Fundaj.

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