Sabará – Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos


Imagem: Iphan

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Sabará-MG, foi tombada por sua importância cultural.

IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Nome atribuído: Igreja de Nossa Senhora do Rosário
Outros Nomes: Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos da Barra
Localização: Praça Delfim Moreira – Sabará – MG
Número do Processo: 67-T-1938
Livro do Tombo Belas Artes: Inscr. nº 112, de 13/06/1938

Descrição: Deve-se à Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos da Barra do Sabará, fundada em 1713, a iniciativa da construção da igreja, em substituição à primitiva capelinha de madeira. Para a construção da capela definitiva foi concedido um terreno à Irmandade, conforme carta régia datada de 10 de maio de 1757, vindo a mesma a adquirir ainda, nove anos mais tarde, terreno ocupado por duas casas particulares. Em 1767, teve início a preparação do terreno, em local próximo e para trás da antiga capela, e no ano seguinte foi firmado contrato com o mestre Antônio Moreira Gomes para as obras de alvenaria e cantaria, as quais deveriam obedecer ao risco apresentado pela Irmandade. Tratava-se provavelmente de um projeto ambicioso, uma vez que sua estrutura nunca chegou a ser concluída. A falta de recursos da Irmandade, agravada por fatores econômicos e sociais como a decadência da mineração e a Abolição, resultou na lenta evolução das obras, até sua definitiva paralisação. Desta forma, os trabalhos contratados com o mestre Antônio Moreira Gomes, se estenderam até 1780, quando finalmente são concluídas as obras da capela-mor e da sacristia, cuja benção ocorre no ano seguinte. A partir daí, as obras sofrem várias interrupções, sendo depois retomadas através de sucessivos contratos firmados com Leonardo de Moinhos, em 1798, mestre Antônio Ferreira da Costa, em 1805, mestre Antônio José Dias, em 1819, e mestre pedreiro Antônio José da Silva Guimarães, em 1856. Entre esse ano e o de 1878, os Irmãos do Rosário não mediram esforços para concluir as obras da igreja, mas foram impedidos pela dispersão religiosa dos negros, fruto da Abolição que se daria mais tarde.
A singularidade da igreja do Rosário reside na nave, supondo tratar-se da primitiva e humilde capela de taipa. De fachada autônoma, conservada e mantida, apresenta as paredes em taipa e encontra-se inserida na estrutura maior e de pedras da nave inacabada, não se sabendo a época de sua construção. Germain Bazin sustenta a hipótese da mera conservação para o culto “da primitiva e humilde capela de taipa “, até que se desse o definitivo acabamento do edifício. Essa velha parte da igreja, ainda hoje utilizada como nave, corria risco de desabamento quando, a 5 de julho de 1807, se determinou a reforma de seu engradamento e telhado, e ainda a construção do adro. A planta da igreja inacabada é composta por duas secções retangulares, a primeira, correspondente à nave, é alargada nos lanços laterais da fachada pelas bases das torres e a segunda corresponde à capela-mor e sacristias laterais. Pequena capela, de volume autônomo e forma retangular, encontra-se inserida no corpo da nave, a partir de sua metade e até o arco-cruzeiro da estrutura inacabada. Ao adro da edificação inconclusa, dá acesso uma escada em dois lances, que lembra a escadaria monumental do Santuário de Congonhas.
A estrutura da construção inacabada é em alvenaria de de pedra, com enquadramento dos vãos em cantaria. A fachada é constituída pela porta principal, duas aberturas superiores para janelas e duas seteiras em cada flanco de base de torres. A pequena capela ou parte coberta da nave apresenta fachada rústica, porta simples encimada por janela com pequena grade de madeira torneada, cunhais e vãos em madeira. Internamente, possui piso de assoalho comum, teto forrado de esteira caiada e coro bem rústico. O arco cruzeiro, elemento de ligação entre a antiga capelinha e a capela-mor, é em pedras. A capela-mor, parte concluída da estrutura definitiva, possui piso em campas, enquadramento dos vãos em cantaria e teto de tábuas, em caixotões, com pintura decorativa. As duas sacristias se comunicam com a capela-mor. A ornamentação interna é pobre, constituída pelo altar-mor em madeira lisa, com dois pequenos nichos laterais e tribuna do trono delimitada por pintura tosca, simulando colunas, encimada por um desenho simbólico. A antiga capelinha apresenta dois altares laterais rústicos, em tábua lisa, com nichos recortados e encimados por pinturas bastante simples. Já a pintura do teto da capela-mor é mais apurada, com símbolos alusivos à Ladainha de Nossa Senhora. A igreja conserva em seu interior imagens de madeira policromada de boa qualidade e algumas peças de alfaia de valor.
O conjunto inacabado da igreja, que constitui importante documento do processo construtivo da arquitetura mineira colonial, foi restaurado pelo IPHAN, no período compreendido entre 1944-1945. As obras incluíram a reconstrução do telhado, consertos de esquadrias, estabilização de forro, recomposição de pisos, revestimento e pintura, bem como o escoramento da nave (antiga capelinha). Texto extraído de: Barroco 8.
Observações: O tombamento inclui todo o seu acervo, de acordo com a Resolução do Conselho Consultivo da SPHAN, de 13/08/85, referente ao Processo Administrativo nº 13/85/SPHAN.
Fonte: Iphan.

Descrição: Construção iniciada em 1768 pela Irmandade dos Homens Pretos da Barra do Sabará, revela a fé e força do negro africano. Os escravos decidiram construir sua própria igreja, mas a decadência das minas de ouro não permitiu que fosse concluída. A obra, iniciada em 1768, foi abandonada com a abolição da escravatura, em 1888. Trata-se de um importante testemunho dos métodos construtivos da época. Sua arquitetura apresenta detalhes das três etapas distintas de sua construção. Possui, em uma das sacristias, o Museu de Arte Sacra com peças dos séculos XVII e XVIII. Quem vê as ruínas da igreja não imagina o que há escondido por trás das grandes paredes de pedra sem reboco, a céu aberto. A muralha, porém, protege uma antiga capela de taipa, de 1713. Na sacristia funciona o Museu de Arte Sacra, com imagens e crucifixos dos séculos 18 e 19.
Fonte: Prefeitura Municipal.

FOTOS:

PANORAMA 360 GRAUS

MAIS INFORMAÇÕES:
Fonseca, Menezes, p. 43
Patrimônio de Influência Portuguesa


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