São José dos Campos – Reservatório de Água do Parque Natural Augusto Ruschi


Imagem: Prefeitura Municipal

O Reservatório de Água do Parque Natural Augusto Ruschi foi tombado pela Prefeitura Municipal de São José dos Campos-SP por sua importância cultural para a cidade.

COMPHAC – Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural da cidade de São José dos Campos-SP
Nome Atribuído: Reservatório de Água do Parque Natural Augusto Ruschi
Localização: Parque Natural Municipal Augusto Ruschi – Loteamento do Costinha – São José dos Campos-SP
Resolução de Tombamento: Lei Municipal n° 9311/15

Descrição: A área abrangida pelo Parque também apresenta importância histórica agrícola, hídrica e ambiental para a cidade. Os primeiros registros históricos de uso e ocupação do solo referem-se à antiga Fazenda Boa Vista, cujas características ambientais da propriedade despertaram o interesse da Prefeitura de São José dos Campos (PSJC), que passou a adquirir partes da fazenda, visando à construção de um reservatório para a captação e distribuição de água.

Em 1909, foi inaugurado o primeiro reservatório de água implantado pela Prefeitura, que fazia parte de sistema de captação superficial do rio Jaguari e visava substituir o precário sistema de poços da época. A capacidade era de 350 mil litros de reserva, com fornecimento diário de 864 mil litros, suficiente para abastecer 1.200 residências.

Após inauguração da primeira estação de tratamento de água, na rua Euclides Miragaia, o sistema foi desativado. Parte significativa desse complexo encontra-se conservada no PNMAR, composta pelo reservatório e caixas de concreto da antiga tubulação, que se constituem como importantes referenciais do patrimônio histórico-cultural municipal.

Diferentemente de parques urbanos, como o Vicentina Aranha ou o Santos Dumont, o PNMAR, por ser uma Unidade de Conservação de Proteção Integral, com sua vegetação nativa e fauna silvestre conservados, comporta apenas atividades voltadas para a pesquisa científica, educação ambiental e turismo ecológico ou de contemplação.

Atualmente, o Parque está com a visitação suspensa, em razão do processo de reforma de seus prédios, construídos na década de 70, com implantação de sistema de saneamento nos sanitários de visitantes e melhorias nas instalações, com aquisição de móveis e equipamentos e sinalização das trilhas, para recepção de munícipes, estudantes, pesquisadores e público em geral.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Descrição: Art. 2º Ficam incluídos na categoria de Elemento de Preservação Um – EP1 -, nos termos do inciso I do artigo 1º da Lei nº 3.021, de 27 de setembro de 1985, cada uma das construções abaixo:

I – o reservatório com sistema de decantação e suas peças de composição com arremate emoldurando o coroamento externo da estrutura com argamassa riscada formando blocos retangulares, que está mais bem caracterizado na reprodução fotográfica constante do Anexo III, incluso, que faz parte integrante desta Lei.

II – a estrutura em arco sobre o córrego com mais três pilaretes para passagem e sustentação da linha de manilha do sistema de distribuição de água, emoldurada com alhetas almofadadas, que está mais bem caracterizada na reprodução fotográfica constante do Anexo IV, incluso, que faz parte integrante desta Lei.

Art. 3º O imóvel classificado como Setor de Preservação, de que trata esta Lei, não poderá ser objeto de remembramento, desdobro de lotes, demolição, reforma, ampliação, reconstrução, novas edificações, desmatamento ou movimento de terras sem prévia autorização do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico, Paisagístico e Cultural – Comphac.
Fonte: Lei de Tombamento.

Histórico do Município: As origens de São José dos Campos remontam ao final do século 16, quando se formou a Aldeia do Rio Comprido, uma fazenda jesuítica que usava a atividade pecuarista para evitar incursões de bandeirantes. Porém, em 10 de setembro de 1611, a lei que regulamentava os aldeamentos indígenas por parte dos religiosos fez com que os jesuítas fossem expulsos e os aldeãos espalhados.

Os jesuítas voltaram anos mais tarde, estabelecendo-se em uma planície a 15 quilômetros de distância, onde hoje está a Igreja Matriz de São José, no centro. Este núcleo, que deu origem à cidade, tinha clima agradável e ficavam numa posição estratégica em caso de invasões. Novamente a missão passava aos olhares externos como fazenda de gado. Nesse período, a aldeia apresentou sérias dificuldades econômicas por causa do grande fluxo de mão de obra para o trabalho nas minas.

Em 1759, os jesuítas foram expulsos do Brasil, e todas as posses da ordem confiscadas por Portugal. Na mesma época, Luis Antonio de Souza Botelho Mourão, conhecido como Morgado de Mateus, assumiu o governo de São Paulo, com a incumbência de reerguer a capitania, mera coadjuvante num cenário em que Minas Gerais se destacava pela atividade mineradora. Uma das primeiras providências foi elevar à categoria de vila diversas aldeias, entre elas São José, com o objetivo de aumentar a arrecadação provincial.

Mesmo antes de se tornar freguesia, a aldeia foi transformada em vila em 27 de julho de 1767 com o nome de São José do Paraíba. Foram erguidos o pelourinho e a Câmara Municipal, símbolos que caracterizavam a nova condição. Entretanto, a emancipação política não trouxe grandes benefícios até meados do século 19, quando o município passou a exibir sinais de crescimento econômico, graças à expressiva produção de algodão, exportado para a indústria têxtil inglesa.

Depois de ocupar posição periférica no período áureo do café no Vale do Paraíba, São José dos Campos ganhou destaque nacional na chamada fase sanatorial, quando inúmeros doentes procuravam o clima da cidade em busca de cura para a tuberculose. Gradativamente já estava sendo criada uma estrutura de atendimento, com pensões e repúblicas.

Em 1924 foi inaugurado o Sanatório Vicentina Aranha, o maior do país. Somente em 1935, com os investimentos do governo de Getúlio Vargas e a transformação do município em estância climatérica e hidromineral, o município pôde investir em infraestrutura, principalmente na área de saneamento básico, que no futuro viria a ser um trunfo a mais para a atração de investimentos destinados ao desenvolvimento industrial.

Entre 1935 a 1958, a cidade foi administrada por prefeitos sanitaristas, nomeados pelo governo estadual. A autonomia para eleger o prefeito foi perdida em 1967, durante o regime militar, e reconquistada em 1978.

O processo de industrialização da de São José dos Campos tomou impulso a partir da instalação, em 1950, do então Centro Técnico Aeroespacial (CTA) – hoje Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) – e inauguração da Via Dutra, em 1951. Nas décadas seguintes, com a consolidação da economia industrial, a cidade apresentou crescimento demográfico expressivo, que também acelerou o processo de urbanização.

Nos anos 90 e início do século 21, São José dos Campos passou por um importante incremento no setor terciário. A cidade é um centro regional de compras e serviços, com atendimento a aproximadamente 2 milhões de habitantes do Vale do Paraíba e sul de Minas Gerais.
Fonte: IBGE.

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